Arquivos democracia - Rede Sina https://redesina.com.br/tag/democracia/ Comunicação fora do padrão Sun, 02 Oct 2022 05:27:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://redesina.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cropped-LOGO-SINA-V4-01-32x32.jpg Arquivos democracia - Rede Sina https://redesina.com.br/tag/democracia/ 32 32 O dia de amanhã por Rosana Zucolo https://redesina.com.br/o-dia-de-amanha-por-rosana-zucolo/ https://redesina.com.br/o-dia-de-amanha-por-rosana-zucolo/#respond Sun, 02 Oct 2022 01:47:29 +0000 https://redesina.com.br/?p=19324 Anos atrás, quando nós, brasileiros, tínhamos crise mas esperança, uma querida ex-colega de doutorado mudou os rumos e foi viver no Maine, EUA.  Depois de algum tempo por lá, relatou-me as suas impressões acerca do forte sentido comunitário (para o bem e para o mal) da vida norte-americana ou de parte dela. E para além …

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Anos atrás, quando nós, brasileiros, tínhamos crise mas esperança, uma querida ex-colega de doutorado mudou os rumos e foi viver no Maine, EUA.  Depois de algum tempo por lá, relatou-me as suas impressões acerca do forte sentido comunitário (para o bem e para o mal) da vida norte-americana ou de parte dela. E para além do que habitual e utopicamente entendemos por comunitarismo aqui no Brasil, Nívea Bona também dizia das estratégias e dos movimentos das comunidades de ódio que se organizavam, convocando a depredar e matar os considerados diferentes.

Naquele momento, não se supunha que tal violência pudesse vingar de modo institucionalizado em solo brasileiro, apesar da imensa desigualdade que sempre imperou por aqui e dos estudos conceituais sobre a área. E não, não se trata de ignorar a violência que sempre existiu no Brasil – o país tem seus ódios incrustados profundamente em todos os aspectos de sua sociedade – mas de constatar que, desde o final de 2018, ela vem sendo instigada, autorizada, consentida e normalizada como rotina na sociedade civil.

Sim, o mundo girou à extrema direita nos últimos anos.  Os líderes mais conhecidos eleitos pela via do voto democrático são Trump nos EUA, Bolsonaro aqui (ainda), Orban na Hungria, Moraviek na Polônia e, recentemente, na Itália, Meloni cuja campanha tem o slogan “Deus, pátria e família”. Soa familiar aqui no território nacional?

O que parecia improvável ou soava quase caricato aconteceu lá e cá. Nesse giro, as palavras que sustentam o mundo democrático foram sendo esvaziadas de sentido e de poder, porque às palavras se sucedem as ações. Quando isso deixa de ocorrer, elas são esvaziadas e o silenciamento que se segue permite a outros elementos, a simulacros, ocuparem os espaços de poder.  Esvaziam-se também as instituições que deveriam representar e defender os cidadãos.

Perceber este movimento  horroriza porque nos invade um misto de indignação e impotência. Como conceber que um representante do poder público minta descaradamente, distorça os fatos, pregue a violência, faça acusações sem provas, desrespeite as pessoas e tudo fique por isso mesmo? E mais, que seja vetor desse modo de agir sem que os mecanismos legais capazes de barrar esse tipo de ação sejam acionados por quem tem competência para tanto?

Para lembrar quando começou de modo público e notório tal silenciamento da democracia, basta voltar ao golpe de 2016. Os argumentos utilizados durante a votação do impeachment de Dilma Roussef já sinalizavam a tendência. Retóricos e sem alma, priorizaram o pragmatismo fisiológico que destituiu, sem base legal, uma presidenta eleita democraticamente.

Quem assistiu a transmissão daquele acontecimento pela TV sabe que a “votação”, de fato, foi um fuzilamento público e misógino, com o atual presidente homenageando Brilhante Ustra, responsável por mais de 50 mortes e centenas de torturas durante a ditadura, como “o pavor de Dilma Roussef”. Ali já se perdia a civilidade política. Cassar o mandato da presidenta foi um golpe de estado travestido de oficialidade, sustentado também pelas discussões na sociedade civil que assumiram a retórica da legalidade.

Também assustou naquele processo, ver a racionalidade de pessoas próximas, muitas delas dotadas de inteligência acima da média, ser capturada pelo discurso retórico do pragmatismo fisiológico.

De lá para cá, palavras vazias e extemporâneas tomaram o cenário nacional como verdades absolutas e fundamentais. Foi ressuscitado o comunismo, a terra plana, o homescholling, o fundamentalismo religioso, o combate à corrupção como se nunca antes existisse. E propagam-se como discurso a permear a vida cotidiana das gentes, enquanto a estratégia do grupo no poder é o desmonte de todas as políticas públicas e a privatização desse patrimônio. E se somam a isto,  a misogênia,  a homofobia, a discriminação racial, o genocídio dos povos originários, a destruição ambiental, a perseguição aos negros, o armamento da sociedade civil e o consentimento à violência desenfreada para os policiais,  entre tantos outros horrores que ocorreram nestes quatro anos de destruição da vida brasileira.

Talvez o mais grave disso tudo, seja o risco de se ter a identidade nacional substituída por outra, cujas marcas se forjam na barbárie. Intolerância, xenofobia, acirramento das desigualdades, concentração da renda, miséria, fome, negligência, milhares de mortes são as consequências do mandato do presidente ultradireitista que ocupa o maior posto do país. Eleito democraticamente, ameaça recusar o resultado das urnas no dia de amanhã caso não seja reeleito.

Esse vácuo institucional que caracteriza os regimes ditatoriais e facistas e desumaniza as sociedades pode ou não se instalar de modo incisivo no país a partir de amanhã. Mas também é possível pensar que o tamanho da sombra é proporcional ao tamanho da luz. Assim, neste domingo, 2 de outubro, dia da eleição mais importante dos últimos tempos ao Brasil, o meu voto é o da esperança de que retomemos o processo democrático rumo a uma sociedade mais justa e  igualitária.

Não se trata de retomar um Brasil  corróido pelo atual governo, mas de reconstruir um país diferente, mais equânime, justo e com mais dignidade. Não será tarefa fácil, mas é fundamental retomar e defender a democracia.

 

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EM PAUTA: DEMOCRACIA https://redesina.com.br/sina-debate-democracia/ https://redesina.com.br/sina-debate-democracia/#respond Mon, 29 Jun 2020 13:01:42 +0000 https://redesina.com.br/?p=9471 01/07 – quarta – 20h Live em: https://www.facebook.com/redesina Apresentação: Melina Guterres / Mel Inquieta Convidados: Atena Beauvoir Roveda, Deborah Sztajnberg, Diorge Alceno Konrad, Marton Olympio, Ricardo Mendes Vamos falar sobre democracia? Recentemente a Folha de SP divulgou uma pesquisa, onde 75% da população se mostra favorável ao sistema democrático e apenas 10% a favor da …

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01/07 – quarta – 20h

Live em: https://www.facebook.com/redesina

Apresentação: Melina Guterres / Mel Inquieta

Convidados: Atena Beauvoir Roveda, Deborah Sztajnberg, Diorge Alceno Konrad, Marton Olympio, Ricardo Mendes

Vamos falar sobre democracia?

Recentemente a Folha de SP divulgou uma pesquisa, onde 75% da população se mostra favorável ao sistema democrático e apenas 10% a favor da ditadura, um número novo diante das ameaças de Bolsonaro que em 2018 foi eleito com um discurso extremista, que exaltava a ditadura.

A Rede Sina convidou algumas pessoas para falar sobre as perspectivas da democracia brasileira diante da atual conjuntura e de que maneira ela se dá em diferentes universos e realidades.

Antes disso, o convite é para compreender, o significado da democracia dentro das perspectivas de nossos convidados.

O que é democracia para uma mulher trans? O que significa a democracia para uma mulher a frente do direito?  Para um historiador? Para quem escreve para as telas do cinema e televisão? Para um jornalista com a experiência de viver em diferentes países?

E diante das diferentes realidades, as perguntas que não calam:

Diante da realidade brasileira, corremos risco de retrocessos, de cair novamente em uma ditadura? O que isso significa nestas diferentes realidades? E diante de um cotidiano cheio de preconceitos como LGBT fobia, machismo, racismo: Vivemos numa democracia? O que pode ser melhorado?

Acompanhe, participe, comente nesta quarta, 20h na www.facebook.com/redesina

 

Conheça mais dos convidados:

Atena Beauvoir Roveda é filosofa, escritora, professora, educadora social e poetisa. É Editora chefe da Nemesis Editora e presidente municipal do PDT diversidade de POA/RS.

Deborah Sztajnberg, possui doutorado em direito público, mestrado em direito do entretenimento, professora, advogada, escritora e pesquisadora, CEO da Debs Consultoria, trabalhou e estudou a vida inteira as questões culturais tendo participado ativamente de diversas ações e movimentos com vários resultados positivos principalmente no que tange a Propriedade Intelectual e o Patrimônio Cultural.

Diorge Alceno Konrad, Professor Associado do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História da UFSM, Doutor em História Social do Trabalho pela UNICAMP.

Marton Olympio é diretor e roteirista, sendo o autor da última temporada de Cidade dos Homens (2018) e um dos novos autores da série Os Experientes (2019), todas para a TV Globo. Também escreveu o roteiro do novo filme de Tata Amaral, Sequestro Relâmpago (2018), GloboFilmes e do longa Alemão 2, continuação do filme de 2016.  Começou sua carreira em dramaturgia para TV em 2010 com a Série Musas, 26 programas escritos e dirigidos por ele, exibida pelo Canal Brasil. Depois foi roteirista do seriado Natália – Nota 10 em drama na coluna de TV do Jornal O Globo – 4 episódios, da TV Brasil, hoje exibido pelo Sony Spin e Universal. Em 2014 e 2015 foi um dos autores do seriado As Canalhas – Melhor Programa de TV segundo a Revista Veja e Finalista do Prêmio Contigo de TV – para a GNT. Em 2015 foi roteirista do seriado Santo Forte – Prêmio Telas de Melhor Série de Ficção – para a Moonshot/AXN, e da a série Jungle Pilots , Giros/Universal que estreará em 2020.
Em 2016 foi o redator final do seriado Prata da Casa , com Diogo Vilela, para a FOX, finalista do Prémio Fénix no México e Natália (2 temporada – 2018). No final de 2018 dirigiu e escreveu a série A Dona da Banca, também criada por ele e seu sócio Rafael Leal, para o Cine Brasil TV.

Ricardo Mendes é jornalista pela PUC Campinas (SP), Mestre em Ciências Sociais pela UFSCar. Recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo duas vezes. É Jornalista Amigo da Criança, título oferecido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência do Brasil, pelo UNICEF, ANDI e pelo Save the Children. Trabalhou em afiliadas da Rede Globo (SP e BA) como repórter e editor do JN. Foi Diretor de Capacitação no Mozambique Media Strengthening Program, da IREX, financiado através da USAID. Formou centenas de jornalistas em universidades no Brasil e no exterior. Tem trajetória na Ásia, Europa, África e América Latina.


 

Reveja bate-papos  e publicações de alguns dos nossos convidados para o debate.

 

BATE-PAPO: ATENA BEAUVOIR E MARQUITA

Bate-papo: Deborah Sztajnberg

 

Fascismo como Fenômeno Histórico-Mundial das Crise do Capitalismo, Não Só um Caso Italiano – DIORGE KONRAD

 

Que tal um sistema de cotas para brancos no serviço público brasileiro? – por RICARDO MENDES

 

Reveja o primeiro debate sobre democracia realizado na Rede Sina

Ao vivo: Vamos falar de democracia?

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Ao vivo: Vamos falar de democracia? https://redesina.com.br/ao-vivo-vamos-falar-de-democracia/ https://redesina.com.br/ao-vivo-vamos-falar-de-democracia/#respond Mon, 22 Apr 2019 23:22:16 +0000 http://redesina.com.br/?p=6345 Estamos começando a falar de democracia? Na mesa estão: Bia Oliveira, professora do curso de Direito da UFSM, coordenadora do NUDMARX (Núcleo do Direito e Marxismo), João Heitor Silva Macedo, professor da Escola Paulo Freire, historiador e militante do movimento Negro, Natasha Corbelino, artista  e ativista carioca recém chegada em Santa Maria-RS, Diorge Konrad, professor …

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Estamos começando a falar de democracia?

Na mesa estão: Bia Oliveira, professora do curso de Direito da UFSM, coordenadora do NUDMARX (Núcleo do Direito e Marxismo), João Heitor Silva Macedo, professor da Escola Paulo Freire, historiador e militante do movimento Negro, Natasha Corbelino, artista  e ativista carioca recém chegada em Santa Maria-RS, Diorge Konrad, professor do Departamento e pós-graduação em História na UFSM, Alice Carvalho, psicóloga, militante da juventude negra feminina de Santa Maria, Péricles Costa,  advogado e presidente da OAB de Santa Maria.

A mediação é feita por Melina Guterres (Mel Inquieta). A iluminação é do Stefanello Studio.

 

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#ELENÃO – CONFIRA COMO FOI https://redesina.com.br/elenao-confira-como-foi/ https://redesina.com.br/elenao-confira-como-foi/#respond Sat, 06 Oct 2018 23:31:13 +0000 http://redesina.com.br/?p=5349 Você fez alguma produção sobre o protesto #EleNÃO na sua cidade?  Mande pra gente sinarede@gmail.com Vamos tentar reunir todos aqui.   Confira alguns: RIO DE JANEIRO-RJ Ato na Cinelândia registrado por Melina Guterres, Michelle Maia e Ismael Machado. Saiba mais aqui.   FLORIANÓPOLIS-SC A poesia do #EleNão O registro poético de Sandra Alves sobre o …

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Você fez alguma produção sobre o protesto #EleNÃO na sua cidade?  Mande pra gente sinarede@gmail.com Vamos tentar reunir todos aqui.

 

Confira alguns:

RIO DE JANEIRO-RJ

Ato na Cinelândia registrado por Melina Guterres, Michelle Maia e Ismael Machado. Saiba mais aqui.

 

FLORIANÓPOLIS-SC

A poesia do #EleNão

O registro poético de Sandra Alves sobre o ato #EleNão na capital catarinense, em 29 de setembro. O ato reuniu cerca de 40 mil pessoas que marcharam por aproximadamente dez quilômetros nas ruas centrais de Florianópolis.A obra traz a constatação de uma triste realidade: Santa Catarina, o estado mais conservador do país, é também o mais violento para as mulheres, o primeiro em violência doméstica, o primeiro em tentativa de estupro e o segundo em estupro. Não por acaso, um dos estados com maior adesão ao candidato à presidência que utiliza como ativo político o discurso machista, misógino, racista, LGBtfóbico, militarista, autoritário e fascista. #NãoPassarão #OcupareResistir #EleNão(Fonte: http://catarinas.info/eleicoes-2018-as-demandas-das-mulheres-no-estado-mais-conservador-do-pais/)

Posted by Catarinas on Thursday, October 4, 2018

O registro poético de Sandra Alves sobre o ato #EleNão na capital catarinense, em 29 de setembro.

 

MADRI- ESPANHA

Vídeo coletivo sobre o ato EleNao – Brasil sem Fascismo, realizado no domingo 30/09/2018 pelo Coletivo Pelos Direitos No Brasil / Madrid  e Brasileiras Feministas no Exterior.

 

Envie sua produção para sinarede@gmail.com

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Deveres Democráticos, por TADANY https://redesina.com.br/deveres-democraticos-por-tadany/ https://redesina.com.br/deveres-democraticos-por-tadany/#respond Mon, 27 Nov 2017 08:46:54 +0000 http://redesina.com.br/?p=3503 A democracia demanda uma sutil, mas imperativa mudança de atitude dos homens públicos. É crucial entender que um político não é um líder, ele é um servidor e, portanto, um fiel representante das necessidades e dos anseios dos seus representados. Uma democracia lúcida demanda que os egos inflados, os falaciosos interesses individuais e as ardilosas …

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A democracia demanda uma sutil, mas imperativa mudança de atitude dos homens públicos. É crucial entender que um político não é um líder, ele é um servidor e, portanto, um fiel representante das necessidades e dos anseios dos seus representados. Uma democracia lúcida demanda que os egos inflados, os falaciosos interesses individuais e as ardilosas maquinações grupais sejam hermeticamente enclausurados para que o espírito e as exigências básicas e estruturais da população sejam materializadas com dignidade, com prontidão e com idoneidade. Qualquer intento de uso do poder público que contradiga estes princípios, deveria ser considerado uma inafiançável afronta ao sistema político existente no país e, consequentemente, combatido com severidade para que sua indecorosa perpetuação seja eliminada. O poder de gerenciamento e controle da estrutura governamental reside amplamente na volição e na sapiência do povo, mesmo que ele não se utilize de tão necessário e democrático dever. (Tadany – 07 05 11)

 

TADANY CARGNIN DOS SANTOS

Executivo Internacional. Cidadão Global. Palestrante. Poeta. Escritor. Pensador. Counsellor. Espiritualizado. Alegre. Curioso. Dinâmico. Profundo. Agradecido. Aventureiro. Tadany é formado em Administração de Empresas pela UFSM. Já trabalhou em muitos países ao redor do mundo e, atualmente, é Gerente de Globalização na IBM Índia. Ademais, por 3 anos, ele também estudou Advaita Vedanta num monastério nos Himalayas (Índia) com o Swamy Dayananda Sarasvati (www.dayananda.org). 

 

PS: Para citar este texto:

Cargnin dos Santos, Tadany. Pensamento 825. www.tadany.org®

 

 

 

 

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MAIS DE 7 DÉCADAS por Luiz Alberto Barreto Leite Sanz https://redesina.com.br/mais-de-7-decadas-por-luiz-alberto-barreto-leite-sanz/ https://redesina.com.br/mais-de-7-decadas-por-luiz-alberto-barreto-leite-sanz/#respond Thu, 21 Apr 2016 21:18:35 +0000 http://redesina.com.br/?p=1375 Já vivi mais de sete décadas, com pelo menos cinco de militância ativa. Marchei por Liberdade, Igualdade, Fraternidade e uma Sociedade Sem Classes em pelo menos cinco países: Brasil, Chile, Suécia, Portugal e Cuba. Lutei pela Democracia e contra o Fascismo das mais diferentes formas: agitando, propagando ideias, debatendo, dando aulas dentro e fora da …

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Já vivi mais de sete décadas, com pelo menos cinco de militância ativa. Marchei por Liberdade, Igualdade, Fraternidade e uma Sociedade Sem Classes em pelo menos cinco países: Brasil, Chile, Suécia, Portugal e Cuba. Lutei pela Democracia e contra o Fascismo das mais diferentes formas: agitando, propagando ideias, debatendo, dando aulas dentro e fora da prisão, servindo na logística da guerrilha urbana, organizando-me e organizando sindicatos, partidos, comitês, associações e agrupamentos. Alguns revolucionários, outros reformistas. Assinei dezenas de manifestos, escrevi outros tantos documentos políticos, centenas de artigos, dois livros e capítulos de mais alguns, chefiei e fui chefiado, coordenei e fui coordenado. Dirigi dez documentários de curta e longa metragem, (um inacabado), trabalhei em pesquisa e roteiros para cinema, vídeo e rádio. Fiz teatro, participei da produção de shows, fui estivador e atuei na segurança de espetáculos de massa. Editei livros, revistas e jornais. Tratei de arte, cultura, comunicação, política e educação. Prática e teoricamente. Ouvi milhares de discursos e fiz uns poucos. Contribuí para a formação intelectual de jovens que se tornaram profissionais maduros, como opiniões próprias. Homenageei e fui homenageado (sempre com a impressão de que não merecia).

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Luiz Alberto com 4 anos

Já esqueci mais do que lembro.

Vi alguns golpes de perto, vitoriosos ou não. Só no Brasil foram oito:aquele contra Getúlio, em 1954;o contragolpe do Exército comandado pelo General Lott, em 1955,garantindo a posse do Presidente e do Vice eleitos (Juscelino e João Goulart); as intentonas da Aeronáutica e de parte do Exército em Tubiacanga (1956) e Aragarças (1959), novamente contraJK e Jango; o de 1961 contra Jânio e, por extensão, a tentativa de impedir a posse do Vice João Goulart, quase causando uma Guerra Civil; o de 1964; o de 1968 (golpe dentro do golpe) e, em 1985, o contragolpe parlamentar que encerrou o período ditatorial por meio de uma eleição indireta acordada entre partidos de oposição e o do governo (que se dividiu)levando à vitória de Tancredo Neves e à posse de Sarney (até ali, fiel servidor da Ditadura), eleito Vice pelo Congresso sem receber um único voto.

No Chile foram dois: o balão de ensaio batizado de “tancazo” (29 de junho de 1973) e, logo depois, o nefasto e trágico 11 de setembro, que se transformou no maior genocídio do povo daquele país desde a Conquista Espanhola. Passei pela Argentina durante o golpe interno do Partido Justicialista, que obrigou Héctor Cámpora a renunciar para que fossem convocadas eleições com Juan Domingo Perón como candidato. Estava pronto para transferir-me, com família, roupas, discos e livros, da Suécia para Portugal em novembro de 1975 quando, no dia 25, a ala socialdemocrata do Movimento das Forças Armadas golpeou seu lado esquerdo encarcerando alguns dos principais líderes da Revolução dos Cravos e afastando meus contatos de suas funções, entre eles, democratas, anarquistas e comunistas. Mais uma vez, meus planos tiveram que ser alterados. Fiquei na Suécia, larguei a estiva e voltei a trabalhar com Cinema.

Agora assisto a mais um golpe parlamentar. Pela televisão pude ver performances grotescas que me fizeram lembrar o saudoso ator e sindicalista João Ângelo Labanca, meu pai putativo, que, ao ver pessoas discursarem afogueadas e sem estribeiras, dizia: “Essa pessoa já entra como se estivesse no terceiro ato”.

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Luiz Alberto em exílio no Chile, 1971, após ser libertado pela lista dos 70.

Se o primeiro ato foi assim, como será o último?

Eu odeio golpes. Sejam os pequenos, tão comuns, desfechados na luta mesquinha pelo poder em empresas, partidos, associações de classe, comunidades, famílias… Sejam os grandes, que afetam as vidas de milhões de pessoas. Detesto também difamações, discussões inúteis sobre quem é o quê e sobre a pureza de uns e a impureza de outros. Sobretudo quando se trata de pessoas que deveriam estar lado a lado. Gente que tem o mesmo objetivo estratégico. Ainda mais se nos propomos a construir um futuro em que sejam respeitadas as diferenças e todos possam viver segundo suas necessidades.

Em 22 de junho de 1974, de Estocolmo, escrevi uma carta circular a meus amigos e companheiros em que dizia:

“Hoje, parece que quase todos me consideram alguma coisa que os outros não consideram — uns me dizem perigoso subversivo, outros um desbundado filho da puta, para alguns sou um socialdemocrata, para outros sou um ultra esquerdista, uns me dizem pró-soviético, outros me chamam foquista, quase todos: oportunista.” (Memórias do exílio: Brasil, 1964-19?? — IDe muitos caminhos, p. 307. São Paulo: Editora Livramento, 1978

Sinto-me num túnel do tempo, viajando na cabine telefônica do Doctor Who. Repetem-se episódios, histórias, ofensas. Não são os mesmos, embora semelhantes. Tampouco é farsa ou sátira o que já foi tragédia. É como um pesadelo em que Dostoievski toma a forma de Nelson Rodrigues. É como estivessem repetindo em “loop” o episódio do restaurante em “O Sentido da Vida” dos Monty Python (quem não viu aproveite para ver) com o burguês glutão explodindo diante nos nossos olhos uma e outra vez. Só que em 3D.

O avanço tecnológico possibilita maior circulação de ideias e informações, contribuindo para a difusão de ideais e práticas libertários, antes propagados quase apenas presencialmente. Mas isso não é privilégio. Ideais e práticas liberticidas também usufruem desses meios, muitas vezes com maior sucesso, apoiados por grandes meios de comunicação, dispondo de recursos oriundos do capital internacional e local. Gente melhor do que eu já escreveu sobre isso. Nós somos os marginais que começamos a ocupar um espaço que não foi criado para nós. Parece que esquecemos que a Internet nasceu para coordenar polícias e forças armadas dos estados nacionais, sob a hegemonia do imperialismo norte-americano e posteriormente estendida às organizações científicas. Aí se deu a brecha para o longo processo de democratização ainda tateante,só possível após o grande capital ver aqui um campo quase inesgotável para a globalização de sua ganância. Agora, sob um imperialismo mundializado, etapa final do capitalismo, já sem fronteiras. Situação já prevista com alguma precisão na melhor literatura de ficção científica.

Uma das coisas que aprendi foi a duvidar, a não “ter aquela velha opinião formada sobre tudo”(já disse Raúl Seixas).Outra foi a entender que minha ignorância é maior que minha sabedoria e meus conhecimentos (ler Platão repetindo Sócrates ajudou: “Só sei que nada sei”). Compreendi também que o diálogo é essencial e para que ele exista de fato os que dialogam precisam considerar-se iguais, respeitadas particularidades e diferenças. Alguém mais sábio escreveu:

… O diálogo não se impõe a ninguém. Responder não é um dever, mas é um poder (…). O dialógico não é, como o dialético, um privilégio da atividade intelectual. Ele não começa no andar superior da humanidade, ele não começa mais alto do que ela começa. Não há aqui dotados e não-dotados, somente há aqueles que se dão e aqueles que se retraem. E aquele que se dá amanhã, nele não se nota isso hoje, ele próprio não sabe ainda que tem este algo dentro de si, que nós o temos dentro de nós, ele vai simplesmente encontrá-lo, e encontrando-o, surpreender-se-á.(Martin Buber, Do Diálogo e do Dialógico. S. Paulo, Perspectiva, 1982, p.71)

Tenho especial predileção por esse trecho, cheio de magníficas orações de espírito libertário. Cada uma delas nos propõe uma profunda reflexão, em si e a respeito do momento em que vivemos e das situações que vivenciamos.

Nesse túnel do tempo, vem à minha memória uma reunião em que foi discutida a dissolução de uma organização revolucionária. Já não lembro quantos estavam presentes. Uns trinta, talvez, na sala de uma casa de periferia em alguma cidade estrangeira. O grande problema não era a dissolução, mas a divisão do patrimônio.Sim, ele existia. Eu me senti estranho ali. Não pertencia a qualquer dos grupos que julgavam ter direito a uma parte. Mas, assim mesmo, entrei na discussão. Como a situação era tensa, estabeleceu-se um regimento. O ponto que me interessa é: quando alguém dissesse que uma questão era de princípio, ela ficava bloqueada. Então, era questão de princípio pra cá e pra lá a toda hora. Acabei me enchendo e quis ir embora. Pensei, cá comigo, não se trata de princípios, mas de dogmas, o quê estou fazendo aqui? Mas a segurança era a principal questão de princípio. Tive que esperar o fim da reunião, que remeteu a outra, à qual já não fui. Felizmente, pois não fiquei sabendo que fim o patrimônio levou.

Mas, pensando bem, a lembrança está difusa. Pode não ter sido assim. Pode ser apenas uma sequência que imaginei para um roteiro que nunca escrevi. Ficção. Então, ninguém se sinta ofendido, por favor. Sou apenas um velho louco.

Pois é, estou me sentindo novamente confinado naquela sala lotada da minha imaginação. Companheiros bradam “questão de princípios” e procuram, exasperadamente, provar que são mais revolucionários que outros. Há impropérios, jargões (cujo significado desconheço) e nenhum diálogo. Cada um só ouve a si mesmo e o faz com uma certeza absoluta da grandeza de suas palavras.

Continuo tentando ouvir, aprender e convencer o máximo de pessoas a fazer o mesmo. No pensamento libertário, entendo, a Educação ocupa uma posição central, eu diria, de princípio, não de dogma. E como eu entendo isso? Escrevi um livro para o Senac no qual dizia:

… possuidores de talento para o ensino e conduzidos por nossa vocação de educadores, seremos capazes de viver nos ambientes multiculturais que são hoje os espaços educacionais e experienciar a geração de projetos transculturais — em que todos aprendem e ensinam, sintetizando tradições, experiências, ideias e inovações — dominando a técnica e, com esse domínio, expandindo a criatividade, o que resultará no enriquecimento da técnica, transformando projetos em obras antes apenas imaginadas. Dialeticamente, a criatividade desenvolve a técnica, que impulsiona a criatividade, que enriquece a técnica, que…

(…)

Mas isso é impossível sem diálogo. Todos pensamos saber exatamente o que a palavra quer dizer: conversação entre duas ou mais pessoas, instrumentos musicais, pássaros, rãs etc. Só que existem alguns fortes conteúdos na palavra que o senso comum tem esquecido. O primeiro é que é uma conversação entre iguais, sejam animais, instrumentos musicais ou, principalmente, pessoas.

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Luiz Alberto em 1970 no DOPPS de São Paulo

A Educação — que significa essencialmente o desenvolvimento das capacidades intelectuais e éticas de uma pessoa — não acontecerá sem diálogo. Na sua falta, poderemos proporcionar adestramento, instrução, treinamento ou formação — aspectos táticos da educação — que, encarados apenas tecnicamente e ministrados de um ponto de vista hierárquico, distanciam-se da missão de desenvolver o intelecto e a ética das pessoas. Ora, o diálogo é essencial para que isso aconteça e o sentimento de igualdade é primordial para que haja diálogo, para que possa haver troca — de informações, conhecimentos, sentimentos. (Luiz Alberto Sanz, Procedimentos metodológicos: fazendo caminhos. Rio de Janeiro: Senac Nacional 2ª reimpressão, 2006, p. 28)

A Acracia, sociedade sem classes, igualitária, fraterna, livre, comunal, federativa e internacionalista é um projeto que se desenvolve à medida que seus criadores-integrantes se desenvolvem. E como qualquer projeto, só pode acontecer e crescer com a existência de diálogo entre os que a desejam e também com os que ainda não sabem que a desejam. Voltando a Buber, citado no início: aqueles que não sabem ainda que têm este algo dentro de si e que hão de surpreender-se ao descobri-lo.

Ah, como gostaria de ser surpreendido por nossa capacidade de dialogar, libertários que vivemos no presente abrindo caminho para o futuro, para que eu possa me educar, apesar da minha velhice, e assim contribuir com os mais jovens nessa longa jornada da qual não verei o fim.


LUIZ ALBERTO SANZ (LUIZ ALBERTO BARRETO LEITE SANZ)

Pesquisador independente em Educação, Comunicação Social e Artes do Espetáculo. Professor 13045540_10202122227494484_233987780_nTitular aposentado da Universidade Federal Fluminense. Foi coordenador editorial da revista libertária “letra livre”, é colaborador da “Revista da Educação Pública” (eletrônica) da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro e membro fundador da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (ABRACE). Foi, em sua vida profissional, jornalista, cineasta, educador, diretor de espetáculos, técnico cinematográfico e estivador. Exerceu suas funções em Brasil, Chile, Suécia e República da Guiné (nesta, como consultor da UNESCO na área de Comunicação em Matéria de Educação). No Jornalismo, passou por quase todas as funções, mas destacou-se sobretudo como critico teatral (Jornal do Commercio – RJ e Última Hora) e cinematográfico (Última Hora e Rádio MEC), repórter e comentarista cultural e político (Letra Livre, Revista da Educação Pública, Jorna1 de Brasília e Rádio MEC). Na vida sindical, foi Secretário- geral e Presidente do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diverão do Estado do Rio de Janeiro, na gestão 1981/1984 e, como representante do SATEDERJ, membro da Executiva lntersindical do Rio de Janeiro (1981/1984) e da Executiva do Conselho Nacional das Classes Trabalhadoras – CONCLAT (1983-1984). Como administrador cultural, foi Diretor do Centro Nacional de Rádio Educativo Roquette- Pinto/Rádios MEC (1994); Superintendente Cultural da Embrafilme (1983/1984); membro do Conselho Diretor (1977-1978) e Secretário de Informação (1978-1979) de FilmCentrum (cooperativa de cineastas independentes e animadores cinematográficos), Suécia.

OBRAS PRINCIPAIS / LIVROS: “Procedimentos metodológicos: Fazendo caminhos”. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2003; “Dramaturgia da Informação Radiofônica”. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho, 1999; FILMES: “Soldado de Deus”, de Sergio Sanz. (Pesquisador e co-roteirista). Rio de Janeiro: J. Sanz, 2004. “Carnaval: Tradição, beleza e trabalho” (criador e co-roteirista, em parceria com Valéria Campelo, da série de cinco documentários). Rio de Janeiro: Senac Nacional, 1999. “No es hora de llorar/Não é hora de chorar” (parceria com Pedro Chaskel). Santiago do Chile: Universidade do Chile, 1971. [Premiado com a Pomba de Ouro no Festival de Leipzig de 1971; “Kommunicerande karl/Vasos comunicantes” (parceria com Lars Säfström). Estocolmo: Instituto de Cinema da Suécia, 1981. [Premiado com a Menção Honrosa no Festival de Leipzig de 1983] ESPETÁCULOS: “O Amor e seus duplos” (orientador e roteirista). Rio: Cia. Helenita Sá Earp/UFRJ, 2001; “Aline, Luli e Lucinha” (Diretor). Rio de Janeiro: Funarte, l981; “Filo porque qui-lo”, de Aldir Blanc, Gugu Olimecha, Maurício Tapajós e Fátima Valença (Diretor). Rio de Janeiro: Saci Produções, 1971. RADIO: “Tião Parada, o Rei da estrada” (co-criação do projeto, em parceria com Luciana Medeiros e Rosa Amanda Strausz da série dramática infantil e roteirização de alguns). Rio de Janeiro: IBASE/Rádio MEC, 1996. “Verso e Reverso – 2ª fase” (Produção e Criação da Série de 12 programas, e roteirização de dez). Rio de Janeiro: Rádio MEC/Educar, 1990.

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