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José Louzeiro aos 81 anos. Foto de divulgação/Bruna Castelo Branco, recolhida no site UAI.

José Louzeiro, sempre do outro lado da linha do trem POR LUIZ ALBERTO SANZ

por Luiz Alberto Sanz

                                                                              #Niterói

Morreu hoje, aos 85 anos, o companheiro José Louzeiro. Respeitávamos-nos, acima das divergências, secundárias, que sempre podem existir. Sinto sua morte e, é claro, a falta que farão suas sinceridade, perspicácia e pertinácia e o enorme talento que marcaram sua vida.

Dei uma rápida olhada no noticiário da Internet e chamou minha atenção o silêncio tonitruante sobre o sindicalista e político José Louzeiro, principal dínamo da criação do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, em 1968 e, dez anos depois, na fase de “abertura”, um dos mais destacados ativistas que levaram à derrota dos pelegos que dele se haviam apossado com a ajuda da Repressão e à eleição do imortal Antonio Houaiss. Está lá no Tiro de Letra (http://www.tirodeletra.com.br/) onde fui conferir, porque até a Wikipédia omite esta faceta de sua história.

Louzeiro sempre foi um resistente, com visão clara sobre o mundo de opressão em que vivemos. Basta ler seus romances, sejam os criminais ou os juvenis para perceber quem era o autor, que nunca esqueceu suas origens. Entre os meus preferidos, estão os da “Gang do Beijo”, classificado de infanto-juvenis (eu deixaria o infanto de lado), marcado pelo elogio à inteligência, à rebeldia e à tomada, pelos jovens, do destino em suas próprias maõs.

Lembro uma anedota que contam a seu respeito, simbólica. Se não for verdadeira, merece que se publique a versão:

Era aí por 1985 (não lembro exatamente) e José Sarney (usando de prerrogativas que Getúlio Vargas já usara) se fez eleger membro da Academia Brasileira de Letras. O repórter diz ao super-repórter Louzeiro: “O poeta Ferreira Gullar apoiou a indicação do Presidente Sarney e disse que ele é um dos maiores poetas brasileiros. O que o senhor acha, como escritor maranhense?” Louzeiro, não teria pensado muito e respondeu algo assim:

“Eu não entendo nada disso. Isso é coisa lá deles. Eu nasci no outro lado da linha do trem”.

Uma das melhores definições de classe e de atitude perante a vida de que já tomei conhecimento. Louzeiro nunca abandonou seu lado da linha do trem.

Vamos lembrá-lo para sempre. A pais e avós, só posso recomendar que presenteiem seus filhos, netos, sobrinhos, sempre que puderem, com os romances de Louzeiro, mesmo quando já estiverem adultos. É seu legado. E fico aqui lembrando o sindicalista com quem minha mãe militou e cuja liderança reconhecia.

LUIZ ALBERTO SANZ (LUIZ ALBERTO BARRETO LEITE SANZ)

Pesquisador independente em Educação, Comunicação Social e Artes do Espetáculo. Professor 13045540_10202122227494484_233987780_nTitular aposentado da Universidade Federal Fluminense. Foi coordenador editorial da revista libertária “letra livre”, é colaborador da “Revista da Educação Pública” (eletrônica) da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro e membro fundador da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (ABRACE). Foi, em sua vida profissional, jornalista, cineasta, educador, diretor de espetáculos, técnico cinematográfico e estivador. Exerceu suas funções em Brasil, Chile, Suécia e República da Guiné (nesta, como consultor da UNESCO na área de Comunicação em Matéria de Educação). No Jornalismo, passou por quase todas as funções, mas destacou-se sobretudo como critico teatral (Jornal do Commercio – RJ e Última Hora) e cinematográfico (Última Hora e Rádio MEC), repórter e comentarista cultural e político (Letra Livre, Revista da Educação Pública, Jorna1 de Brasília e Rádio MEC). Na vida sindical, foi Secretário- geral e Presidente do Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diverão do Estado do Rio de Janeiro, na gestão 1981/1984 e, como representante do SATEDERJ, membro da Executiva lntersindical do Rio de Janeiro (1981/1984) e da Executiva do Conselho Nacional das Classes Trabalhadoras – CONCLAT (1983-1984). Como administrador cultural, foi Diretor do Centro Nacional de Rádio Educativo Roquette- Pinto/Rádios MEC (1994); Superintendente Cultural da Embrafilme (1983/1984); membro do Conselho Diretor (1977-1978) e Secretário de Informação (1978-1979) de FilmCentrum (cooperativa de cineastas independentes e animadores cinematográficos), Suécia.

OBRAS PRINCIPAIS / LIVROS: “Procedimentos metodológicos: Fazendo caminhos”. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2003; “Dramaturgia da Informação Radiofônica”. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho, 1999; FILMES: “Soldado de Deus”, de Sergio Sanz. (Pesquisador e co-roteirista). Rio de Janeiro: J. Sanz, 2004. “Carnaval: Tradição, beleza e trabalho” (criador e co-roteirista, em parceria com Valéria Campelo, da série de cinco documentários). Rio de Janeiro: Senac Nacional, 1999. “No es hora de llorar/Não é hora de chorar” (parceria com Pedro Chaskel). Santiago do Chile: Universidade do Chile, 1971. [Premiado com a Pomba de Ouro no Festival de Leipzig de 1971; “Kommunicerande karl/Vasos comunicantes” (parceria com Lars Säfström). Estocolmo: Instituto de Cinema da Suécia, 1981. [Premiado com a Menção Honrosa no Festival de Leipzig de 1983] ESPETÁCULOS: “O Amor e seus duplos” (orientador e roteirista). Rio: Cia. Helenita Sá Earp/UFRJ, 2001; “Aline, Luli e Lucinha” (Diretor). Rio de Janeiro: Funarte, l981; “Filo porque qui-lo”, de Aldir Blanc, Gugu Olimecha, Maurício Tapajós e Fátima Valença (Diretor). Rio de Janeiro: Saci Produções, 1971. RADIO: “Tião Parada, o Rei da estrada” (co-criação do projeto, em parceria com Luciana Medeiros e Rosa Amanda Strausz da série dramática infantil e roteirização de alguns). Rio de Janeiro: IBASE/Rádio MEC, 1996. “Verso e Reverso – 2ª fase” (Produção e Criação da Série de 12 programas, e roteirização de dez). Rio de Janeiro: Rádio MEC/Educar, 1990.

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About Luiz Alberto Sanz

Luiz Alberto Sanz, carioca, é servidor público aposentado. Foi crítico teatral e cinematográfico, repórter, redator, cineasta, diretor de espetáculos, estivador, arrumador de cargas, arquivista de filmes, sindicalista e professor universitário. Em maio de 1970, foi preso e torturado. À zero hora de 14 de janeiro de 1971, banido, partiu para o Chile no grupo de 70 revolucionários trocados pelo embaixador suíço. Anistiado, voltou para o Brasil em dezembro de 1979. Presidiu o Sindicato de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Estado do Rio de Janeiro entre 1982 e 1984, foi membro Conselho da Conclat em 1983/1984. Dirigiu peças teatrais e shows musicais. Realizou um total de nove filmes, no Chile e na Suécia, e co-roteirizou seis no Brasil. Foi premiado em Leipzig com a Pomba de Ouro em 1971 por Não é Hora de Chorar (com Pedro Chaskel) e Menção Honrosa em 1982 por Vasos Comunicantes (com Lars Säfstrom). Em 1993 concorreu a Professor Titular de Técnicas de Jornalismo na Universidade Federal Fluminense, cargo que assumiu em 1º de Setembro do ano seguinte, desligando-se da Direção do Centro Nacional de Radio Educativo (Rádios MEC) que exercera desde abril desse ano. Logo depois, foi eleito para a direção da Associação Brasileira de Rádios, TVs e Produtoras Universitárias. Em 1998, participou da fundação da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas, integrando-se à primeira diretoria. Atualmente escreve para a Rede Sina e o blog Mosaico Mourisco e colabora com a Revista Educação Pública e a página do Instituto de Estudos Libertários.

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