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A catarse traz maleabilidade ao conflito e ânimo para catalisar a solução por Natália Parreiras

“Omolu nos ensina sobre a importância de ouvir o que está debaixo de suas palhas” – especialmente em tempos em que todos só querem “ver” – ou são induzidos “a se mostrarem” para serem hipoteticamente validados por likes e popularidade virtual.

Cada sentido traz uma percepção mais propícia à condução para determinados centros gravitacionais – estes sim indutores de decisão; a escuta exige uma mediação de entendimento mais profundo do metabolismo nosso que co-cria a realidade: não há “saber” antes de se tentar compreender com reserva de amparo ao desconhecido – e apenas esse exercício já nos demanda um esforço mais prudente e humano – portanto mais seguro e exequível.

Sim, força e iniciativa pressupõem um grande respeito pela arte da prudência e uma familiaridade arrojada com a magnética do impulso – como em uma regência de forças dissonantes e invisíveis – mas que se conduzidas com pureza de propósito (“Mas só pode entrar na gongada/ Quem tem a cabeça feita/ Um espiritual pacificador/ E no coração/ Carinho e muito amor”) harmonizam frequências para a transposição de paredes e a transcendência de conflitos, especialmente na pragmática do interesse “nosso” natural e imprescindível.

Entender-se como transmutador da potência intrínseca e vibracional que contém sem que se possa conter – a palavra – é antes de tudo, um compromisso cósmico de responsabilidade. Ainda mais quando se está no âmbito de sala de aula – não à toa ensinar se assemelha a um sacerdócio – sem o advento dos argumentos sacros ou profanos, trata-se de propósito e disposição sobre-humanos.

Mas independente disso, ensinamos e aprendemos o tempo todo dentro das dinâmicas sociais – e perdemo-nos de nós de mesmos quando passamos a simplesmente imitar – e na maioria das vezes acabamos expostos – frágeis – pelas nossas dores convertidas em perversão.

É preciso entender que a força motriz do movimento não pode ser forjada – é etérea, impalpável, experenciada e intransferível – mesmo na era do vírus sem matéria – é elemento alquímico, como a energia que se cria a partir da água, e acende das máquinas, à força de propulsão dos rios.


Podera-se-a obter lucro, vantagem, riqueza, alívio temporário diante da negação do que de fato exige esforço para que se siga o próprio percurso evolutivo – mas nunca será AUTÊNTICO. A autenticidade bebe da inspiração, das referências, dos afetos, mas perpassa por mutação não intencional que verte em neogênese própria e sem pré-definição de intento, muito menos de vantagem.

Tudo o que é replicado e bradado ao mundo – ainda que com retorno de investimento monetário e financeiro, com atribuição de validade ou esforço para legitimar a autoria mas vazio da força molecular da experenciação – é prejuízo de tempo – perda do próprio, para si mesmo.

Nada que induza ao distanciamento dessa nossa instância mais primordial trará potencialidade de criação – esta jamais será meramente figurativa.

A vida é uma ventura sagrada, complexa e linda demais para nos permitirmos “gastar” tempo com o que não integra de modo genuíno nosso metabolismo e processos de vivência, que não lega caminhos de aprendizado, intransferíveis.

Podemos tentar enganar e até conseguir – a quem quer que seja – mas não há como simular o abraço do vento, nem o beijo do rio – mesmo que no aparente vazio do cosmos. Essa sintonia, esse encontro entre estados naturais inordenáveis – guarda em si uma territorialidade abstrata escondida no contra-fluxo que nada nem ninguém prevê ou propicia. Ela acontece e ao acontecer, se enuncia. 

Natália Parreiras (9/07/1984) é gaúcha, filha de mineiro, criada em Pernambuco, que em 1992 mudou-se para o Recife, onde viveu até seus 23 anos. Formou-se em Letras pela UFPE e encontrou a sua maior vocação ao iniciar – ainda como estagiária – a carreira de professora, lecionando para jovens entre 12 e 19 anos.
Publicou Inverno versos (2002), Épura prosa amorosa – Em 9 atos e 3 dimensões (2008), Ócio criativo: Uma poética dirigida em poemas ao acaso (2008) , O livro que não escrevi (2014) e Legítimas em defesa – Poesia e mais vozes de sobrevivência (2021).
Entre 2008 e 2020, morou no Rio de Janeiro, onde concluiu sua pós-graduação em Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo pela PUC-Rio, especializando-se na obra de Jorge Ben Jor e em seu diálogo com o legado de São Tomás de Aquino, precursor da Escolástica, e com os conceitos de Ato e Potência desenvolvidos por teóricos da atualidade, como Giorgio Agamben.
Em 2014, por meio do aplicativo americano Lettrs, coorganizou o livro Poetguese: A utopia por um mundo de palavras (2014), em edição bilíngue, em inglês e português, que reuniu poemas de 84 jovens, de 16 estados brasileiros, impresso em Nova York e distribuído gratuitamente no Brasil.
No início do lockdown em 2020, na tentativa de amenizar os efeitos do isolamento, reuniu-se virtualmente com alguns de seus ex-alunos para revisitarem suas produções do ano letivo anterior. Desse encontro, surgiu a Sociedade dos Poetas Novos – SPN, coletivo que hoje reúne cerca de 100 corações e tem, como princípio, estimular, de maneira afetiva e espontânea, a busca subjetiva como prática contínua para acessar as próprias emoções, propiciando autoconhecimento e, portanto, uma maior amplitude de percepção de si e do outro através das próprias criações, para melhor conviver e assimilar a urgência de práticas individuais que reflitam em uma sociedade mais justa e inclusiva.
A maré púrpura reúne toda a sua produção poética publicada ao longo de 20 anos, e a incorpora à sua nova era como poeta, mulher e utopista, que celebra e acredita na natureza transcendental da palavra e do afeto, na prática, sobretudo, quando evocada em verso.
PARA A POETA NATÁLIA
A graça e a serenidade
Ou um presente de Natal
Pela arte e pela dinâmica do outono
Pela elegância e a alegria
Dos dias curtos do inverno
Singelo e perfumado
Como a florida primavera
Esplendoroso como o céu azul
A chuva cristalina
A lua prata
E o sol ouro de verão.
JORGE BEN JOR
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