por Boca Migotto
Toda vez que subo a Serra Gaúcha me sinto como se estivesse na Europa. Aposto que alguns leitores já estão me xingando. Só que não, fiquem tranquilos, foi apenas uma provocação para chamar a atenção e, agora que já consegui, lhes convido a seguirem comigo até o final. A viagem será longa, mas prometo algumas emoções.
Pois bem, retomando o texto, toda vez que pego a estrada de volta às minhas origens – nasci em Carlos Barbosa – é quase com viver no Brasil de Bolsonaro. Ou seja, uma (quase) permanente distopia onde “o meme (sempre) já vem pronto”. Infelizmente, mesmo a cafonice mais bizarra, muitas vezes, deve mais à tragédia que à comédia. E pobre do país que perdeu o “timming” de quando rir ou chorar. Mas, falando em país, é justamente esse discurso europeizante sobre a Serra Gaúcha que me deixa na dúvida se eu devo chorar ou rir. Confesso que, uma vez doutrinado desde pequeninho por esse blá blá blá cansativo do imigrante que-chegou-da-Europa-com-uma-mão-na-frente-e-outra-atrás-e-graças-ao-próprio-suor-do-rosto-venceu-na-vida, também eu, um dia, acreditei e até reproduzi tal pensamento. Felizmente, o tempo e as minhas vivências me foram benéficos no sentido de, aos poucos, me ajudar a perceber a história da imigração de uma forma um tanto quanto… digamos… mais crítica. Por isso, assim como as portas da percepção se abriram para mim, é preciso ser justo e ressaltar que há exceções na região. São poucas, mas estão lá em algum lugar.
Por conta das minhas gargalhadas, no entanto, inúmeras vezes escutei que eu “cuspi no prato que comi”. O que, obviamente, não é verdade. Basta uma pesquisa rápida pelos “Google’s” e “YouTube’s” da vida para qualquer um constatar o quanto já contribuí para com a memória local através do meu trabalho. Muito mais que muitos dos meu detratores, tenho certeza. Inclusive, ressalto, tenho absoluta certeza que as mais importantes contribuições ocorreram, justamente, nas vezes quando fui mais crítico. Isso, contudo, não me faz babar sobre o prato sujo de lasanha. Ao contrário, sou muito agradecido aos meus antepassados pela coragem desesperada em atravessar o Atlântico para colonizar uma terra que, naqueles idos de 1875, mal aparecia no mapa-mundi. Até porque, é graças a essa inconsequente coragem de um “nonno” italiano (quase) morto de fome que, hoje, sou um orgulhoso rapaz latino-americano, brasileiro, e vindo do interior. Daí ao ufanismo pseudo-europeu de vários dos meus conterrâneos é um passo tão grande que nem toda a lavagem cerebral de uma vida inteira seria suficiente para me convencer dessa eugenia neofascista. Não por acaso, é justamente na Serra Gaúcha e nas “novas colônias”, para onde os filhos e netos da primeira geração de colonos foram obrigados a migrar em busca de novas terras, que Bolsonaro registra sua sustentação mais inconsequente. A saber, os inúmeros descendentes dos imigrantes – não apenas os italianos, é verdade – subiram o mapa e desbravaram o Brasil profundo colonizando desde o noroeste do Rio Grande do Sul, passando pelo oeste catarinense e paranaense, desbravando o Mato Grosso do Sul, quando este ainda nem existia, até alcançarem, inclusive, o sul do Amazonas. É o tal Brasil do agro pop que muito deve aos gaúchos. Como estima-se que 1/3 dos gaúchos têm ascendência italiana, logo, são alguns dos bisnetos dos primeiros imigrantes que, hoje, seguem passando a foice na fauna e flora brasileira. Fizeram isso aqui, a tiros e machadadas, desde o final do século XIX, e seguem fazendo, agora com máquinas e tratores, em pleno século XXI. Tanto no passado quanto no presente, o que mudou foi o agravamento ambiental e o enriquecimento – muitas vezes ilícito – proveniente desse “trabalho”. Tudo em nome daquele tal progresso que abriu estradas e fundou cidades no coração do país. Já o resto seguiu praticamente inalterado. Ignorância casada com arrogância, o eterno discurso meritocrático e uma grande churrascada ao som de Sérgio Reis para comemorar as exportações para a China comunista. Qualquer semelhança com o Brasil fascista de Bolsonaro não é mera coincidência. Inclusive, basta ler alguns artigos da pesquisadora caxiense, Loraine Slomp Giron – infelizmente falecida há poucos meses –, para descobrir que Mussolini exportou o fascismo, como projeto, para as colônias italianas no sul do Brasil já antes destas completarem seu primeiro cinquentenário. Conforme o artigo “Fascismo, um episódio ignorado”, publicado na obra “150 Anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul”, o então Primeiro Ministro italiano enviou, em 1925, uma carta comemorativa através da qual cumprimentou os imigrantes como “os melhores pioneiros da Itália”. Ou seja, chamando-os de italianos, embora muitos já tivessem nascido em território brasileiro. Consigo imaginar o orgulho e entusiasmo dos colonos ao serem reconhecidos como patrióticos pelo próprio Duce.
É como um mantra que passa de pai para filho e é reproduzido em (quase) todos os círculos sociais. Algo tão forte, culturalmente, que mesmo os “novos imigrantes” dessas, hoje, já velhas terras serranas – haitianos e senegaleses, por exemplo – acabam por se dobrar à filosofia da gringolândia: o trabalho como meio para a ascensão social. Nenhum problema com o trabalho, obviamente, e muito menos com a ascensão social – inclusive, a desejo a todos. O problema é quando este encerra-se em si e, consequentemente, esvazia a arte, a cultura e a educação em nome de uma sociedade exageradamente apegada aos valores materiais. Infelizmente, a ascensão social perpetuada pelo mantra “gringolês” é medida pelo tamanho da casa, da quantidade de carros nas garagens, os muitos boletos bancários nas gavetas – de alguma forma isso tudo precisa ser pago – mas, lamentavelmente, nenhum livro nas estantes. Naturalmente, essa lógica repercutiu nas cidades, fazendo com que a feia fumaça das chaminés subisse e destruísse as coisas belas. Grandes prédios envidraçados para abrigar “coworkings”, largas avenidas para muitas SUVs, shoppings e suas muitas praças de alimentação para engordar o gado a base de “fast-foods”. Caxias do Sul, a “Pérola da Colônia”, é o nosso melhor exemplo na região. Nessa cidade, que espelha sua ignorância nos edifícios ditos modernos, (quase) não há espaço para teatros, cinemas e bibliotecas como também não houve para sua própria memória.
Em 150 anos, mesmo enriquecendo, (quase) nenhuma transformação sociocultural ocorreu nos corações e mentes dos herdeiros dessa história. Mediante tal tragédia anunciada, confesso que, muitas vezes e sempre que possível, preciso rir disso tudo. Afinal, não é sobre sentir orgulho da própria história e/ou da superação que cada geração obteve através da sua luta e seus valores. Quem tem orgulho, preserva. Caxias do Sul ou Bento Gonçalves é prova de que o orgulho acaba onde começa o valor do metro quadrado. Por isso, a verdade é que este tal orgulho está travestido de um servilismo típico das sociedades colonizadas. Obviamente, essa observação ajuda a explicar não apenas a Serra Gaúcha mas o Brasil e a própria América Latina. Entretanto, nas regiões de colonização europeia do sul do país, diferentemente dos italianos que foram para as lavouras de café em São Paulo, por exemplo, há uma particularidade para a qual a historiadora Luiza Horn Iotti chama atenção: esse povo não foi apenas imigrante mas, também, colonizador. E isso faz uma enorme diferença na percepção dessa gente sobre si mesma. Afinal, ao mesmo tempo que são colonizadores também colonizaram um país já anteriormente colonizado pelos portugueses. Com o agravante de que, ao contrário dos italianos inseridos à uma sociedade plural e já estabelecida como a paulista, aqui, nas montanhas (quase) virgens do Rio Grande do Sul, eles praticamente se isolaram – ou foram isolados – do Brasil e do mundo. Dessa forma, viveram fechados em si até, praticamente, a Segunda Guerra Mundial. E quase fundaram uma “nova Itália”. Não por acaso, ainda hoje é comum encontrarmos vários lugares que fazem referencia direta à procedência de muitos deles como; Nova Roma, Torino, Nova Brescia, etc.
Por isso, não é por acaso que quando subo a Serra eu ainda me perceba numa espécie de simulacro esquizofrênico de uma velha-Itália-pós-moderna. Caminho pelas ruas da minha infância e me divirto – ou deveria chorar? – com a manutenção neocolonial de um falso orgulho italiano. Que país é esse, muitas vezes me pergunto, ao deparar com um restaurante “Per Mangiare”, por uma clínica médica “Per vivere” ou, mesmo, por uma fábrica de móveis “Criare”? Nesse quase não-lugar, uma estufa pode ser encontrada na “Sudare”, enquanto utilidades domésticas podem ser compradas na “Primolare”. Comida congelada é no “La Mêscola”, assim, com acento circunflexo, enquanto se alguém precisar de uma empresa de RH pode ligar para a “Inspirare Risultato”. Salvo os dois últimos empreendimentos, percebam a onipresença do famigerado “e” ao final das palavras. Brinco com meus amigos que um dia abrirei um bar e este será batizado “bebere até caire”. Mas, brincadeiras à parte, mesmo ao fugir do clássico clichê novelístico – impossível não lembrar dos Mezenga e Berdinazzi –, a corrupção linguística – também a linguística – aparece de várias outras formas. Escrever “Couros do Valleh”, com um inexplicável “h” no final, chega a ser criativo ao lado das inúmeras villas-não-sei-do-que, sempre grafadas com dois “ls”, não-me-perguntem-porquê.
Obviamente, o excesso de estrangeirismos linguísticos no português não é um privilégio da Serra Gaúcha, nem de nós, gringos, mas, sim, reflete a dependência cultural do Brasil colônia para com a Europa, num primeiro momento, bem como para com os Estados Unidos, principalmente a partir a Segunda Guerra Mundial. Trata-se, de certa forma, do mesmo “complexo de vira-lata”, expressão cunhada pelo escritor e cronista esportivo Nelson Rodrigues, o qual percebe o “estrangeiro” – ou tudo aquilo que vem de fora – quase como um ser superior perante as nossas limitadas qualidades nacionais. No entanto, para além da literatura – e do futebol, uma vez que a famosa frase foi cunhada pelo escritor em razão da derrota dos brasileiros para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950, realizada em pleno Maracanã –, parece que precisamos constantemente de um aval externo que nos autorize a nos valorizar. Nesse sentido, o brasilianista francês, Laurent Desbois, estudioso da nossa cinematografia, reforça tal constatação ao assinalar que “a cultura brasileira muitas vezes sente necessidade de aval externo, americano ou europeu, para existir. Como se o Brasil só pudesse “ser” sob o olhar do outro: como um reflexo, do outro lado do espelho”. Já para a filósofa Márcia Tiburi que, recentemente, lançou o livro “Complexo de vira-lata: análise da humilhação brasileira”, isso tudo teria a ver com uma certa “psicogeopolítica da colonização” que é muito definida pelo modo como o norte – Europa – enxerga o sul – América Latina e África. Inclusive o mapa-mundi está ai para evidenciar essa relação de subjugação cultural afinal, se a Terra é um globo que gravita no espaço, qual a explicação para “eles” estarem sobre “nós”? Seria porque foram “eles” que o desenharam? Para reforçar tal provocação lembro que, no século XII, os mapas desenhados pelo geógrafo e cartógrafo árabe, Al-Idrisi, considerado o mais importante da Idade Média, posicionavam o norte para baixo e o sul para cima. Mas não precisamos voltar tantos séculos no tempo e no espaço. Basta lembrar que aqui do lado, na banda oriental, o artista uruguaio Joaquin Torres Garcia, através da sua mundialmente famosa pintura da América do Sul invertida, nos suscita a perceber que “el nuestro norte es (pode ser) el sur”. Nesse sentido, conforme Tiburi chama a atenção, a hegemonia eurocêntrica é apenas um parâmetro instaurado através da linguagem, seja ela verbal, corporal, imaginária, simbólica, artística ou científica. Afinal, segundo a filósofa que, hoje, está vivendo em Paris para fugir das ameaças e ataques bolsonaristas após ter concorrido às eleições para o governadora do Rio de janeiro pelo Partido dos Trabalhadores, a “atitude colonial implica a criação de visões de mundo, de nominações e de marcações preconceituosas em um circuito a ser limitado. Colonizadores e colonizados entrelaçam seu destino como dominantes e dominados, senhores e escravos, algozes e vítimas”.
Nesse sentido, os estrangeirismos expostos nas fachadas das lojas, sejam eles na língua de Shakespeare, Vitor Hugo, Cervantes ou Dante Alighieri, evidenciam nossa histórica dependência cultural para com as “metrópoles”, independente de quais são ou foram elas e em qual momento mais nos marcaram. Portanto, é, no mínimo, lamentável acompanhar a progressiva substituição do português de Eça de Queirós, Luís de Camões, Fernando Pessoa e Machado de Assis por palavras estrangeiras que dizem o mesmo que o nosso idioma, muitas vezes, inclusive, consegue dizer melhor e mais claro. Por exemplo, aos poucos estamos substituindo “tele-entrega” por “delivery”, “autoatendimento” por “self-service”, “xis” – que inclusive já vem de “cheeseburger” – por “burger”, “promoção” por “sale”, “livrarias” por “book stores” e tantas outras, “ad infinitum”. Não há muita explicação para isso além da falsa ideia de que falar um inglês, mesmo que mal acentuado, ou francês, mesmo que mal escrito, é mais sofisticado que utilizar o português. Típico pensamento colonialista. O que pesa, nessa constatação, é que, e cada vez mais, vamos perdendo nossa essência em nome de algo importado que chega, quase sempre, com a força de um “blockbuster” sociocultural e, na ânsia de nos referenciarmos pelo que vem de fora, muitas vezes, apenas carimbamos nosso atestado “viralatístico”. Aliás, algo que o governo Bolsonaro soube, como poucos, ampliar. Afinal, em nenhum outro momento da nossa história fomos tão subservientes quanto hoje, sob esse governo avesso à cultura, à educação e à ciência. E, ao escrever isso, quase consigo escutar meus (ex)amigos exaltando o pensamento bolsonarista: “É ISSO MESMO, TUDO ARTISTA VAGABUNDO!!!!!”, sempre em caixa alta e seguido de muitas exclamações. Não por acaso, a grande ironia “disso tudo que tá aí” é que na busca doentia pela sofisticação importada – advinda das metrópoles – nos tornamos um povo cada vez mais cafona – e periférico – aos olhos do mundo.
Conforme o semiólogo, antropólogo e filósofo colombiano Jesús Martín-Barbero, o que define um lugar como central ou periférico é, geralmente, sua importância econômica, cultural e política. Dessa forma, Atenas e Roma no mundo antigo; Veneza e Amsterdã na incipiente modernidade, e Paris como uma das grandes capitais do século XIX, são parâmetro, espelho e reflexo dos seus tempos. Portanto, os “estrangeiros” oriundos das metrópoles sempre foram – e ainda são – percebidos como referências a serem veneradas.
O que faz da Serra Gaúcha um espaço complexo para compreender esse neocolonialismo, no entanto, é o fato de que, lá, grande parte da população formada pelos descendentes dos imigrantes são, ao mesmo tempo, os próprios “estrangeiros”. Ou seja, me referenciando em Tiburi, ouso afirmar que trata-se de uma relação na qual os dominantes e dominados, senhores e escravos, algozes e vítimas são as mesmas pessoas. Isso ajudaria a explicar porque, ainda hoje, passados 150 anos do início da colonização, essas pessoas se consideram melhores que os demais “brasileiros” por conta do tal sangue europeu que corre nas suas veias. Ao mesmo tempo, há muitas gerações essas pessoas deixaram de ser europeus e pouco ou nada importa o “passaporto” quando, por exemplo, mal sabem formular uma única frase no idioma dos seus antepassados. Consequentemente, queiram ou não queiram, gostem ou não gostem, bastaria uma rápida viagem para a Itália para logo perceberem que serão tratados como o que são: latino-americanos. Novamente, qualquer semelhança não é mera coincidência. O mecanismo psicológico é o mesmo de Bolsonaro, que vive em permanente conflito interno entre ora se perceber parte da elite – capitão paraquedista do Exército – ora se enxergar um adolescente simplório na pacata Eldorado, quando mal tinha dinheiro para comprar um sorvete. Quem se lembra dele jantando sozinho num bandejão em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial? É o mesmo Bolsonaro que, no 7 de Setembro afirmou, excitado e cheio de coragem, não mais obedecer as posições do STF ou é aquele que, dois dias depois, com o rabinho entre as pernas, chamou o ex-Presidente Michel Temer para ajuda-lo a contornar a situação política na qual ele mesmo se metera? Não sei se é para rir ou chorar, mas toda vez que miro em Bolsonaro acerto algum conhecido meu da Serra. É batata. Ou uva, como queiram.
Portanto, para mim fica claro que é o complexo de vira-lata associado à frustração de, justamente, perceber-se um vira-lata é a argamassa que conecta umbilicalmente a Serra Gaúcha ao “mito”. É óbvio, existe muito mais complexidades nessa grande impotência coletiva, mas penso que já temos subsídios suficientes para compreender a raiva, o ódio e, inclusive, a covardia bolsonarista que irmana todo esse pessoal. Eu imagino a confusão de sentimentos dessa pobre gente que quase nunca leu um livro, quanto muito sobre sua própria história, poucas vezes foi ao cinema ou ao teatro, certamente jamais refletiu, filosoficamente, sobre a vida e, certamente, considera terapia “coisa pra louco”. Fica claro que a única forma dessas pessoas se afirmarem frente o “estrangeiro” – independentemente deste vir de fora do país ou habitar a casa ao lado – é mediante aquilo que o dinheiro pode comprar. E, para isso, passam a vida trabalhando, enfurnados nas fábricas, mal enxergando a luz do dia. Sim, isso ainda existe e sim, deve doer. Embora eles nem saibam a origem da dor.
*contém altas doses de ironia.
BOCA MIGOTTO
I., de Ivanir, Boca Migotto é cineasta, pesquisador, fotógrafo e escritor. Publicitário formado pela Unisinos, cedo se deu conta que estava na área certa – a Comunicação – mas no curso errado. Formado, então, largou tudo e foi para Londres. Nos dois anos que permaneceu na Inglaterra fez de tudo: lavou prato, fez café, foi garçom e auxiliar de cozinha, estudou inglês e cursou cinema na Saint Martins College of Arts and Design.
Ao regressar para o Brasil, fez Especialização em Cinema e Mestrado em Comunicação, ambos pela Unisinos. Nesta mesma instituição, foi professor de Documentário no Curso de Realização Audiovisual, onde permaneceu por dez anos, atuando também em disciplinas dos cursos de Jornalismo, Comunicação Digital e Publicidade. Como professor de Documentário ajudou seus alunos a ganharem prêmios importantes como Kikito de Melhor Curta-metragem, no Festival de Gramado, e Melhor Curta-metragem pelo Voto Popular, no Festival de Tiradentes.
Hoje não é mais professor, mas acabou de finalizar seu Doutorado em Comunicação pela FABICO/UFRGS, com extensão na Sorbonne/Paris 3. Foi quando morou em Paris, aliás, que decidiu lançar seu primeiro livro de ficção; Na antessala do fim do mundo.Como cineasta – diretor e roteirista – realizou mais de vinte curtas-metragens e séries de TV, além dos longas-metragens; Filme sobre um Bom Fim, Pra ficar na história, O sal e o açúcar e Já vimos esse filme. No momento prepara uma adaptação “menos acadêmica” da sua tese de Doutorado; Um tal cinema gaúcho de Porto Alegre ou como essa cidade mata seus artistas, livro que pretende publicar paralelamente ao seu quinto longa-metragem, o documentário homônimo, que realizou junto à pesquisa de Doutorado.
Com essas duas últimas obras, Boca pretende fechar mais um ciclo de vida e de produções. A partir daí, o destino apontará novos caminhos e, quem sabe, o convide para escrever uma coluna quinzenal para a Rede Sina seja um indício de para onde seguir.
Suas reflexões são um perfeito alívio. Nasci em Bento Gonçalves. Parti há mais de 40 anos. Me sinto um verdadeiro ‘alien’ toda vez q lá retorno. Temia ser algo pessoal. Bom ‘dividir a culpa’. Mais ainda com tão bons argumentos. De resto, ‘bolsonaro’ já existia. Pelo menos em pensamento por lá e tantos outros lugares…