{"id":4634,"date":"2018-08-08T06:41:01","date_gmt":"2018-08-08T09:41:01","guid":{"rendered":"http:\/\/redesina.com.br\/?p=4634"},"modified":"2020-11-12T03:25:26","modified_gmt":"2020-11-12T06:25:26","slug":"protagonismo-feminino-vira-tema-em-festival-de-roteiro-frapa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/redesina.com.br\/protagonismo-feminino-vira-tema-em-festival-de-roteiro-frapa\/","title":{"rendered":"Protagonismo feminino vira tema em festival de roteiro – FRAPA –"},"content":{"rendered":"

Por Melina Guterres<\/a><\/em><\/strong><\/p>\n

Os n\u00fameros da ANCINE (Ag\u00eancia Nacional do Cinema) revelam: faltam mulheres roteiristas e diretoras no mercado audiovisual brasileiro.\u00a0Das 2.583 obras audiovisuais registradas na ag\u00eancia em 2017, somente 17% foram dirigidas por mulheres e 21% s\u00e3o de autoria feminina. O Boletim GEMAA 2: Ra\u00e7a e G\u00eanero no Cinema Brasileiro (1970-2016) mostra que hist\u00f3rias narradas nos filmes nacionais de grande p\u00fablico t\u00eam protagonismo maior de homens (62%), quase todos brancos (50%). As mulheres somam apenas 39% desse resultado, que cai dramaticamente numa propor\u00e7\u00e3o de 18 para 1 se considerarmos as protagonistas negras.<\/span><\/p>\n

O tema foi levantado em diversos momentos durante o maior Festival de Roteiros da Am\u00e9rica Latina – FRAPA<\/a>, que ocorreu em julho deste ano em Porto Alegre-RS. Na mesa de debate apresentada pela Imprensa Mahon\u00a0 “Tudo que voc\u00ea quis saber sobre canais e nunca teve coragem de perguntar” com Krishna Mahon (A&E Television e Imprensa Mahon) , Diogo Gardoni (GNT), Julia Prioli (FOX), Marina Pompeu (Canal Brasil) Ramiro Azevedo (Prime Box Brasil) o tema foi bastante discutido (confira v\u00eddeo acima).\u00a0<\/span><\/p>\n

Maria Pompeu do Canal Brasil lembrou que as mulheres se encontram muito ainda na produ\u00e7\u00e3o e que h\u00e1 homens querendo escrever e dirigir sobre temas feministas “\u00e9 seu o projeto? tudo bem, mas chama uma mulher para roteirizar dirigir com voc\u00ea”, diz. Ela ainda disse que apenas 2 mulheres negras conseguiram fazer um longa chegar as telas na hist\u00f3ria do cinema brasileiro. Khrishna, que tamb\u00e9m \u00e9 uma das administradoras do grupo Mulheres do Audiovisual Brasil<\/a> no facebook, hoje com mais de 18 mil membras, lembrou que o cooperativismo entre as mulheres tem crescido, Julia Prioli afirma que a Fox tem buscado por diversidade inclusive em suas sala de roteiristas. Gardoni comentou que na GNT h\u00e1 uma s\u00e9rie de fic\u00e7\u00e3o sobre sexo pelo ponto de vista da mulher onde a maior parte da equipe \u00e9 feminina. Ramiro Azevedo lembrou que a Prime Box Brasil est\u00e1 entre os canais brasileiros que mais possui diretoras mulheres.\u00a0<\/span><\/p>\n

Al\u00e9m de surgir nas mesas de debates, o protagonismo feminino tamb\u00e9m foi comentado durante os pitchings, bastidores, corredores, pausa para caf\u00e9 e bares. Entre esses intervalos, conversamos com as roteiristas e diretoras Vera Egito,\u00a0 Carolina Kotscho\u00a0 e tamb\u00e9m Sylvia Palma, representante da GEDAR (veja mat\u00e9ria sobre aqui<\/a>).<\/span><\/p>\n

Vera Egito que j\u00e1 tem oito projetos como roteirista e diretora sabe que \u00e9 uma exce\u00e7\u00e3o. “Ainda h\u00e1 muita falta de diversidade e \u00e9 claro que essa falta se reflete nos produtos, nas obras”, diz lembrando pesquisa que revela o quanto as figuras femininas est\u00e3o estereotipadas.\u00a0 “quando as lideran\u00e7as mudam, essa l\u00f3gica se inverte”, diz.\u00a0 Carolina Kotscho que no momento escreve uma s\u00e9rie sobre a Hebe Camargo lembra que tamb\u00e9m \u00e9 importante n\u00e3o limitar a arte. “Adoro de me apropriar de universos que n\u00e3o s\u00e3o meus”.<\/span><\/p>\n

Tamb\u00e9m esteve presente a idealizadora do Pr\u00eamio Cab\u00edria de Roteiro, Mar\u00edlia Nogueira, “Em 3 edi\u00e7\u00f5es do pr\u00eamio recebemos mais de 300 roteiros de longa-metragem com protagonistas femininas, mais de 2\/3 escritos por roteiristas mulheres. Ent\u00e3o pergunto: faltam profissionais mulheres no mercado? N\u00e3o. O que falta \u00e9 oportunidade para que ocupemos esse espa\u00e7o. Um primeiro passo importante que j\u00e1 come\u00e7ou a ser dado \u00e9 garantir paridade de g\u00eanero nas comiss\u00f5es de sele\u00e7\u00e3o de fundos, editais e festivais.”, afirma.<\/span><\/p>\n

Para Let\u00edcia Bulh\u00f5es Padilha, roteirista e administradora do grupo Mulheres do Audiovisual Brasil “O protagonismo feminino, tanto na frente das c\u00e2meras quanto atr\u00e1s delas, \u00e9 algo em constante processo de constru\u00e7\u00e3o por meio de muita luta e, principalmente, sororidade. N\u00e3o h\u00e1 o h\u00e1bito de se pensar em mulheres como protagonistas. Um exemplo disto vimos na mesa sobre personagens fortes, ocasi\u00e3o em que n\u00e3o foi citada sequer uma mulher, ainda que com muitas como exemplo.”, afirma.<\/span><\/p>\n

Confira mais do que rolou no Frapa<\/a> nos v\u00eddeos a seguir:<\/span><\/p>\n

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