{"id":1484,"date":"2016-06-01T03:26:47","date_gmt":"2016-06-01T06:26:47","guid":{"rendered":"http:\/\/redesina.com.br\/?p=1484"},"modified":"2016-06-01T03:44:07","modified_gmt":"2016-06-01T06:44:07","slug":"antidoto-por-anselmo-vasconcellos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/redesina.com.br\/antidoto-por-anselmo-vasconcellos\/","title":{"rendered":"Ant\u00eddoto por ANSELMO VASCONCELLOS"},"content":{"rendered":"
Meu ant\u00eddoto da semana foi uma fita cinematogr\u00e1fica. O pessoal do tempo da pel\u00edcula refere se assim ao rolo de fotogramas que a luz perpassa e ilumina a tela grande. Puig dizia que queria ser a luz que atravessa a fita e vira imagem. Adotei essas id\u00e9ias.
\nA narrativa acontece numa ilha grega e acompanhamos um encontro de trabalho entre um escritor ingl\u00eas, rec\u00e9m-chegado \u00e0 Gr\u00e9cia de navio, e um nativo j\u00e1 com alguma idade, mas forte e ativo. O pano de fundo \u00e9 a microc\u00e9fala vida dos habitantes deste mundo perdido em preconceitos, pobreza, raiva, e inveja. Com pavio tr\u00e1gico acesso a hist\u00f3ria vai explodindo casos em plots quase documentaristas. As cenas s\u00e3o realizadas com elenco excepcional e figuras locais antol\u00f3gicas e cr\u00edveis. N\u00e3o h\u00e1 nenhum verniz de m\u00e9todos, tudo \u00e9 realisticamente teatral para que n\u00e3o esque\u00e7amos que o discurso cinematogr\u00e1fico \u00e9 pol\u00edtico.
\nA veia principal \u00e9 a rela\u00e7\u00e3o patr\u00e3o-empregado ficando de lado e \u00e9 na amizade entre o grego naif e louco e o escritor brit\u00e2nico e careta que encontra inspira\u00e7\u00e3o para sua vida at\u00e9 ent\u00e3o dedicada apenas aos livros e de poucas aventuras.
\nEm um cena o naif grego pergunta ao escritor que respostas ele encontrou nos livros. Ele responde que encontrou apenas as angustias dos que fazem esta pergunta. O grego afirma que sem a loucura a vida n\u00e3o se revela, que ele pode arruinar a rela\u00e7\u00e3o com ideias perturbadoras e incomuns. O ingl\u00eas diz que topa. \u201crepita isso\u201ddiz o grego e o ingl\u00eas topa.
\nEsse \u00e9 o ant\u00eddoto que far\u00e1 do retumbante fracasso, que acontece no trabalho, na cena magistral que cada vez que revejo renovo minhas c\u00e9lulas com o liquido das emo\u00e7\u00f5es. Os dois riem da fal\u00eancia e dan\u00e7am juntos o Sirtaki na m\u00fasica fabulosa de M. Theodorakis.
\nZorba, o Grego de 1964 \u00e9 uma resposta humana e l\u00facida ao mundo tecnol\u00f3gico. Uma li\u00e7\u00e3o de vida e um convite a aproveitarmos cada minutos intensamente, como se n\u00e3o houvesse amanh\u00e3, de maneira simples, mas buscando a felicidade nas pequenas coisas da vida. Nenhum blackmirror me proporciona uma Aventura como esta. Vou ali ser o Antony Quinn e volto sexta que vem.<\/p>\n
O filme foi dirigido por Michael Cacoyannis e o personagem-t\u00edtulo foi interpretado por Anthony Quinn \u2014 que n\u00e3o era grego, mas mexicano. O elenco incluiu Alan Bates como um visitante brit\u00e2nico. O tema, “Sirtaki”, de Mikis Theodorakis, tornou-se famoso e popular como can\u00e7\u00e3o e dan\u00e7a (especialmente em festas).<\/p>\n
O filme foi rodado na ilha grega de Creta. Lugares espec\u00edficos incluem a cidade de Chania, a regi\u00e3o de Apoc\u00f3rona, nomeadamente na pen\u00ednsula de Dr\u00e1pano, e a pen\u00ednsula de Acrot\u00edri. A famosa cena onde o personagem interpretado por Quinn dan\u00e7a o Sirtaki foi rodada na praia do vilarejo de Stavros.<\/p>\n
Mais sobre o filme em:\u00a0http:\/\/www.adorocinema.com\/filmes\/filme-86795\/<\/a><\/p>\n <\/p>\n