Arquivos ficção - Rede Sina https://redesina.com.br/tag/ficcao/ Comunicação fora do padrão Sun, 30 Apr 2023 14:48:09 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://redesina.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cropped-LOGO-SINA-V4-01-32x32.jpg Arquivos ficção - Rede Sina https://redesina.com.br/tag/ficcao/ 32 32 OS CAPINCHOS DA SANGA GRANDE*. por ROGER BAIGORRA MACHADO https://redesina.com.br/os-capinchos-da-sanga-grande-por-roger-baigorra-machado/ https://redesina.com.br/os-capinchos-da-sanga-grande-por-roger-baigorra-machado/#respond Sat, 29 Apr 2023 11:42:58 +0000 https://redesina.com.br/?p=20715 O Grande Capincho estava imóvel, parecia um tronco jogado no meio do junco. De tão grande que era, dava para ver a sua cabeça inteira repontando por cima das folhas amareladas do capim. Logo abaixo da queixada, no espesso pescoço, toda a sua tensão pulsava através de uma veia trêmula. Tinha os olhos atentos, brilhantes …

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O Grande Capincho estava imóvel, parecia um tronco jogado no meio do junco. De tão grande que era, dava para ver a sua cabeça inteira repontando por cima das folhas amareladas do capim. Logo abaixo da queixada, no espesso pescoço, toda a sua tensão pulsava através de uma veia trêmula. Tinha os olhos atentos, brilhantes e levemente repuxados. E de tão arregalados que estavam, seus olhos davam a impressão de que quase não piscavam. Sem dúvida alguma, ele era o mais lindo dos animais do rebanho. 

Havia quase três invernos desde que o Grande Capincho tinha assumido a liderança do grupo.

Em cada passo que dava,  o Grande Capincho carregava todo o peso da sua liderança em um corpo grande e forte. Seu tamanho avantajado se devia à boa alimentação, uma fartura oriunda da pastagem do banhado e, por outro lado, uma grandiosidade construída também pela mais bruta necessidade. Sim, era preciso. Era preciso ser forte e ser grande. Eis as duas regras que asseguram a liderança de um bando. O medo e a força. É que para um capincho, na sobrevivência pelos charcos e sangas, só restava a força como argumento de barganha. 

Num bando de capinchos, os machos sempre estão medindo força, lutas ferozes, onde os dentes deixam rasgos no couro. Destes embates resta sempre um animal do qual os outros machos nutrem medo. Esse animal é o alfa, o dominante que consegue se impor. O macho alfa é constantemente desafiado por outros jovens machos, desconhecedores do medo e da derrota. Jovens ansiosos por ocupar o lugar da liderança e de acesso às melhores fêmeas, tentam constantemente tomar a liderança do líder do bando. Assim, tamanho e força são virtudes importantes na natureza, especialmente, no mundo dos capinchos. Aos jovens machos derrotados, resta o exílio ou a subserviência em medo, ao vencedor, a responsabilidade de ser o líder.

E o Grande Capincho estava lá, imponente entre os juncos, com seus pêlos compridos e densos se movendo contra o ar seco e gelado do vento minuano, indo de um lado para outro, como se, numa dança de marrons reluzentes, o vento redesenhasse o seu corpo à cada soprada. 

A rotina de um capincho pelas terras da Pampa era um eterno se repetir, andar pelas noites, cruzar os rios, esconder-se nos brejos, sumir entre as águas, dormir nos matos. Essa repetição da mais crua sobrevivência eram atividades que o Grande Capincho fazia desde quando era filhote. E naquele dia de final do inverno, isto não tinha sido diferente.

Enquanto a luz da Estrela D’Alva lentamente se enfraquecia no céu, o Grande Capincho e seu bando já estavam há muito com suas almas encravadas na terra, enfiados no charco do banhado. 

Como líder que era, o Grande Capincho foi o primeiro a chegar no local de pastagem. Apareceu no banhado da Sanga Grande lentamente, caminhando sozinho, saindo por uma trilha que vinha do mato costeiro. Ele caminhou pela beirada dos juncos, bebeu um pouco da água gelada e límpida que escorria de uma nascente que brotava por entre dois juncos. Em seguida, ele foi até a parte mais alta da coxilha que dividia o banhado do campo aberto. Uma coruja, pousada sobre o topo de um cupinzeiro, de olhar atento, ao ver o Grande Capincho se aproximando, abriu suas asas e voou para as bandas do rio, quem sabe a sorte lhe trouxesse uma preá desatenta na escuridão que já se desvanecia. 

O líder do bando ficou lá na coxilha por um bom tempo, ouvindo o cantar dos grilos e observando um casal de emas que estava ao longe. As emas pareciam ainda congeladas pelo frio da noite, estavam quase imóveis, e não fosse o som de seus assobios, as duas aves bem que poderiam ser confundidas com estátuas. A ema fêmea estava em pé, virada para as planícies da Pampa, ela olhava na direção do nascer do sol, como se estivesse procurando por algo, enquanto que o macho permanecia deitado, chocando os ovos no ninho, quase dormindo. 

O Capincho respirou profundamente o ar do amanhecer pampeano, sentiu o cheiro dos campos longínquos, ares de outros pagos, aromas vindos numa mistura de arvoredo e mel. Depois, virando na direção onde o campo, o banhado e o mato se encontravam, o líder do dos capinchos ficou novamente imóvel, observando tudo com atenção. Ele queria ter certeza. É que antes do próximo ato, ele precisava ter a certeza de que não havia nenhum sinal de perigo para o bando, farejou com atenção e não percebeu nenhum cheiro de leão-baio, lobo guará ou de ser humano rondando o banhado e seu pasto verde. Vendo que não havia nada que temer, voltou para até a beira da sanga e com um grito chamou os demais capinchos. 

A manada chegou ao banhado em fila. Sempre organizados, andavam como se um animal pisasse na pegada do outro, os capinchos pareciam não ter nenhuma pressa. Como de costume, todo o bando tinha pernoitado na proteção do mato costeiro e, lentamente, despertava em um movimento ainda entorpecido em direção à sanga. Aos poucos, os capinchos foram saindo pela trilha do mato, distanciando-se uns dos outros e também partindo para longe das sombras das árvores, entrando gradualmente na área alagada. Não fosse pela alegria infantil de uns oito pequenos filhotes que corriam na frente de todos, pareceriam quase não se mover. O bando era composto por trinta e cinco animais adultos e uma dúzia de filhotes.

E conforme o sol ia se mostrando no horizonte, dava para ver, pairando por entre os capinchos, a cerração que evaporava da sanga, como se fosse uma fumaça que se misturava com a tênue geada que ainda repousava ilesa sobre o pasto. No amarelar da luz do sol os capinchos foram se esparramando pelo banhado. Uns animais estavam perto do mato, outros pastavam do outro lado da sanga, uns quase na beira da água. Mesmo separados, estavam comungando da mesma paz, num fundo de campo no extremo oeste da Província de São Pedro, escondidos entre os juncos e as árvores de um mato costeiro do rio Uruguai. 

No correr das horas, não tardou para que o sol logo aquecesse tudo, pois é assim que ele sempre faz, depois de uma noite fria, carrega para a vida o calor, vai derretendo os gelos e iluminando os assombros.

O banhado agora estava vivo, tudo era envolto num clarão.

No meio da sanga, despreocupada com os acontecimentos externos, reluzia a dança de uma enorme traíra que, aos botes vorazes, jogava água e lambaris para cima. Nas árvores do mato costeiro da sanga, o canto dos pássaros se misturava com o barulho do vento que trastejava nas folhas dos juncos, dando a sensação de uma cantiga maternal, assobiada, quase num sussurro. 

No bando de capinchos, os filhotes, as fêmeas e os machos menores, todos se alimentavam tranquilamente, acompanhados de longe pelo olhar cuidadoso do seu líder. De vez em quando, o minuano trazia um cheiro forte e adocicado, um odor intenso e familiar para qualquer ser vivo que na Pampa tenha se criado. Era o cheiro do mijo de algum zorrilho que, provavelmente, diante de um sinal de perigo, utilizou da própria urina como uma eficaz ferramenta de sobrevivência. 

Era o fim do inverno, tempo de evitar as águas da sanga e permanecer mais tempo no sol, especialmente, nas partes secas do banhado. Nas planícies pampeanas, a vida era irmã obediente das estações do ano. Durante os períodos de estiagem, tempo em que os campos se ressecavam até a linha do horizonte e as sangas quase desapareciam, a escassez de alimentos era uma regra para diversas espécies de animais. O bando de capinchos vivia isso todos os anos, e por causa disso, estava sempre em constante movimento. 

O bando andava pela Pampa numa eterna busca por novas pastagens e áreas alagadas. Se ficassem escassos os pastos de um lado do rio, cruzavam para o outro, andavam e nadavam até encontrar um novo local de alimentação. Era nesses períodos em que eles ficavam mais indefesos, pois precisavam, muitas vezes, expor-se em grandes distâncias de deslocamento. A busca incessante por comida, a coletividade dos movimentos e as mudanças territoriais constantes, faziam daquela manada de capinchos um corpo único. Moviam-se sempre em sincronia e sobreviviam, exatamente, por causa disso. 

Agora, quando os dias de seca findavam e se iniciava o período das chuvas, tudo mudava, acontecia o oposto. A regra agora era a abundância de comidas, de caças, de pastos, de frutos e folhas. As planícies se coloriam em um verde claro que tomava conta de tudo aquilo que os olhos pudessem ver. Nos matos, as taleiras, os ingás, os araticuns, os maracujás e as pitangueiras se enchiam de frutas.

Na sanga grande, onde a grama sempre crescia em abundância, mesmo em invernos pouco chuvosos como aquele, todos os dias apareciam grupos de orelhanos. Os bois cimarrón, os gados vacuns dos missioneiros que ficaram à revelia dos cuidados humanos e que, selvagens, vagavam pelos campos e pradarias da pampa. Eram manadas de centenas de animais. 

Os bois e as vacas chegavam e logo buscavam beber um pouco da sanga, fartavam-se da água doce que rebatia por entre os juncais, depois, num ato protocolar, pastavam alguns minutos e partiam logo em seguida. Havia muito gado solto pelas pradarias, mas para os capinchos, a impressão é de que aqueles animais que chegavam diariamente na sanga, eram sempre os mesmos, os mesmos bois e seus cheiros de couros molhados. 

A manada de cimarrons chegava, geralmente, no início da manhã e se recolhia ao final do dia. O líder do grupo era um grande e forte touro de pelo zaino que, assim como o líder dos capinchos, também levava todo os animais para dormir dentro do mato, aprofundavam-se nas sombras das árvores, numa estratégia para se proteger daqueles que os caçavam.

No dia seguinte, antes do sol despontar, o som dos galhos se quebrando e os espinhos arranhando os couros era o sinal de que os bois partiriam novamente em direção às pradarias verdes. Na saída, como de costume, a manada deixava muito esterco e urina sobre a relva, para a alegria dos pássaros que ficavam revirando as bostas. 

No banhado, quando o sol já pairava no meio do céu, a vida pampeana pulsava em  diferentes tamanhos e velocidades.

No campo ao lado da sanga, juntavam-se tatus e mulitas, muitos deles, fêmeas com suas ninhadas. Do prado, sorrateiramente, vinham os sorros, conhecidos também como graxains do campo. E do campo também surgiam os lobos guará, sempre sestrosos e com seus inconfundíveis gritos. Os guarás tomavam muito cuidado ao se aproximar da sanga, não por medo, mas por estratégia, visto que estavam sempre tentando caçar algo. E apareciam também os zorrilhos e seus perigosos rabos. Vinham beber na sanga também os veados, as garças e as marrecas, as emas e os catetos. E se num alvoroço de patas o banhado se esvaziasse subitamente de qualquer rastro de vida animal, o motivo era simples, eles tinham chegado: os leões-baios. 

No meio da tarde, correndo em alta velocidade por entre os arbustos, apareciam as preás e algumas lebres, escoltadas pelos quero-queros. Assim era o dia no banhado ao lado da sanga, um lugar que, além de ser bom para a alimentação, tinha também o adendo de receber proteção das árvores do mato, dos juncos e das águas da sanga. 

Em frente ao banhado, na outra margem, olhando-se na direção dos campos do lado ocidental do rio, estavam os campos da Argentina. E entre o banhado e o rio, majestosa no tempo, estava ela: a sanga grande. A sanga era de uma água salobra e acinzentada, era quase adocicada e, por ser muito profunda, tinha locais que do alto pareciam manchas escuras, buracos que nem mesmo os capinchos se arriscavam ir ao fundo, eram três poços profundos e distribuídos no seu lado esquerdo. Os poços tinham dúzias de metros de profundidade, eram fendas onde nem a luz do sol penetrava e que escondiam, enterrados na lama inicial, pedaços de animais antigos, cascos de tatus gigantes, pontas de lanças milenares, crânios de preguiças e dentes de tigres imemoriais.  

A sanga se formou no passar dos séculos, levando em sua gênese as mutações geológicas de milhares de anos, transformações que até os homens mais imaginativos são incapazes de abstrair. A vida da sanga era coisa diferente da fugaz vida animal e humana, sua existência era coisa de longa duração. Um traço bem marcado na linha temporal da Pampa. Ela se fez sem pressa, como uma ferida cicatrizada e ao mesmo tempo sempre aberta, uma marca viva no meio do campo. No início, a sanga nasceu como uma ínfima vertente de um feixe fino e pequeno de água, escorrendo por debaixo de um arenito e se desenvolvendo em redemoinho nos grãos de areia. Depois, ela cresceu escavando a terra e as rochas e se acumulando num pedaço aberto no solo, abrindo caminho com toda a força do aquífero, foi ganhando forma e tamanho. E assim a sanga seguiu sua sina, ora recebendo a água doce do rio Uruguai durante as cheias, ora sobreviveu bebendo da água gelada que brotava das outras nascentes que cercavam o banhado. 

Na direção do nascer do sol, no lado oposto ao rio, do outro lado da sanga, estavam as pradarias.

Planícies e mais planícies cobertas pelas ricas pastagens pampeanas. Entre o campo e a sanga, cruzando o banhado, havia uma coxilha que se erguia rasa, escondendo o grande espelho d’água daqueles que vinham sem rumo pela pampa. Numa das laterais da sanga, como torres de um castelo, via-se as copas das grandes árvores do mato nativo, árvores antigas que ficavam bem na costa do rio Uruguai. Em direção ao banhado, afastando-se do rio, o mato então passava a contar com árvores menores, espinheiras, pequenas corticeiras do banhado, taleiras e outras tantas de pequeno porte. Era uma vegetação que tomava conta de uma parte das margens do rio e que também abraçava quase toda a velha sanga, um abraço feito em trilhas apertadas, lugares por onde até os animais tinham receio de passar. O mato era como um aramado esticado e colocado perfeitamente entre o rio e a sanga.

Naquele dia o Grande Capincho estava sentado bem no meio de uma touceira de juncos, quase dormindo, farto de tanto pastar. Para olhos desavisados ele realmente pareceria uma rocha ou um toco de árvore. Às vezes, num leve sobressalto, ele despertava do cochilo com o vento gelado à ponta do focinho. O sol já tinha tomado o rumo das últimas horas da tarde e como de costume, o seu bando ficaria no banhado até a última centelha de luz e, terminado o dia, voltariam para a proteção do mato. No entanto, e muito de repente, a tranquilidade que aparentemente tomava conta do banhado foi quebrada pelos gritos de um bando de pelinchos. As aves estavam pousadas no topo de uma figueira e, subitamente, desatinaram a cantar, alarmando todos ao redor. 

O grupo, de cerca de uns dez pelinchos, cruzou voando por sobre a manada de capinchos, com seus gritos e grandes asas abertas. Algo os havia assustado. Imediatamente, após o alarme das aves, todos os capinchos pararam de pastar ao mesmo tempo. Era a sincronia da sobrevivência. 

Duas perdizes que estavam pousadas perto da margem da sanga, voaram rapidamente na direção do campo, as cabeças dos capinchos se ergueram quase que juntas e todos os animais olharam na direção dos juncos que margeavam a água. Logo em seguida, os quero-queros tocaram o segundo alarme, fizeram-no aos gritos e com rasantes ameaçadores por sobre os juncos. Era certo que algo estava lá. O Grande Capincho permaneceu sentado, bem no centro do banhado, mas agora, ele estava extremamente atento, de tal forma que cada fio de seus pêlos parecia pressentir o perigo que ele e seu bando corriam.

Ao perceber uma estranha movimentação nas folhagens dos juncos, a mais velha das fêmeas do bando, numa atitude de defesa, deu um urro e saiu em disparada, levando seus filhotes e todo o rebanho de capinchos que estava no banhado junto dela. Correram na direção contrária da sanga. Em seguida, os capinchos subiram o banhado rumo ao campo e depois, num movimento coordenado, correndo em curva, deslocaram-se pela base da coxilha e voltaram para dentro do alagado. Correram na direção da sanga, cruzando o banhado através de uma parte seca, caminho que funcionava como uma ponte entre o campo e a água. Entraram aos saltos e em alta velocidade, fazendo um grande barulho e criando pequenas ondas dentro da sanga.

Distraído com um outro som que vinha de dentro do mato, o Grande Capincho perdeu o momento coletivo da fuga, quando viu, estava só. Ele havia ficado para trás, e essa não era a primeira vez que isso acontecia, talvez por isso, ele se manteve calmo. O Capincho sabia que, em muitas das vezes, as debandadas eram alarmes falsos, coisas poucas em matéria de perigo. Quando isso acontecia, depois da fuga, os capinchos mergulhavam poucos metros e logo retiravam as cabeças para fora da água da sanga para observar suas margens e, vendo-se em segurança, aos poucos retornavam para o banhado. Acontece que, desta vez, nenhuma cabeça surgiu sobre a água da sanga para olhar, todos mergulharam profundamente e atravessaram para o outro lado quase sem emergir, do outro lado, preferiram ficar escondidos entre as plantas boiadeiras. 

E nos dois minutos que se seguiram da debandada, o banhado todo virou silêncio.

Parado e sozinho entre os juncos, o Grande Capincho percebeu que já não tinha mais escolha. Ele sabia que o melhor a fazer era correr, mas seu instinto dizia que não, que ele deveria ficar escondido, ao menos, por um pouco mais de tempo. E assim ele ficou imóvel, esperando pelo momento certo para também sair em disparada. 

Cerca de uns 30 metros de onde o Capincho se escondia, indo contra o vento gelado do fim do inverno, estavam as touceiras dos juncos de onde os quero-queros deram o alarme. Agora, o olhar do líder do bando exigia o máximo da sua atenção. Seus olhos repuxados estavam travados nos juncos que cresciam na margem, o que quer que tivesse assustado o resto do bando, certamente estava ali. 

Os quero-queros, enfurecidos, começaram a dar voos ainda mais rasantes contra uma das touceiras, era como se os pássaros indicassem ao Grande Capincho que era ali que estava o perigo. O líder do bando precisava tomar uma decisão, não era mais possível ficar ali parado esperando. Ele tinha três caminhos, o primeiro e mais óbvio, seria correr em direção a água. Mas para isso, ele teria que se arriscar correndo por entre os juncais e se defrontar com o que ali estava escondido. Outra possibilidade, imitar o bando e tentar a fuga em direção ao campo e, por fim, uma última alternativa seria a de correr para o mato que ficava do outro lado do banhado e poucos metros de onde ele estava.

O vento, agora em rajada, jogava a pelagem do Capincho para trás e soprava até o animal os diferentes cheiros que preenchiam cada sentido do seu olfato. As narinas do Grande Capincho se alargavam para a entrada do ar, movendo-se lentamente em abertura, enchendo seus pulmões com os odores daquilo que se escondia na beirada da sanga. 

Misturado com o cheiro de água e dos peixes, lambuzados pelas notas do odor do mato e da terra molhada, havia também os odores do couro de boi. Mas como? Se não havia nenhum cimarrón pastando ali? O Grande Capincho tinha certeza que se tratava de couro de boi, mas era um cheiro novo, tinha uma emanação intensa, quase adocicada, era cheiro de couro do gado das pradarias, mas tinha uma diferença, o couro que ele cheirava já estava morto há muito tempo. Enquanto os voos rasantes dos quero-queros seguiam sem trégua, o vento trazia, agora com fraqueza e precisão, um dos cheiros mais temidos pelos animais pampeanos. Agora sim, o Capincho tinha certeza de qual era o odor do perigo que corria.  Ele sentia o cheiro Charrúa. (CONTINUA)

 

* Este texto é parte de um projeto maior. Um livro que estou escrevendo, trata-se de um romance que narra a história dos descendentes de uma tribo Charrúa, a saga de uma família pela história da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.

 

 

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#47 GIRO DA MARIA CULT https://redesina.com.br/47-giro-da-maria-cult/ https://redesina.com.br/47-giro-da-maria-cult/#respond Fri, 28 Jan 2022 21:00:01 +0000 https://redesina.com.br/?p=17391 28/01 – Sexta-feira, 18h #47 Giro da Maria Cult Colaboradores: Deivid Pazatto e Paola Saldanha Nesta edição: Antídoto, Marcelo Demichelli, Partido Hardcore, Jan Pedro, Duo El Negro, Robson Thomas, Bateraço, DJs Ruzzo, Onze e Calli, Sangue Ruim, Umbigo de Bruxa, Three X, Fernando Ávila, Ará Dudu, Rinoceronte, Rocksane, Toca Audiovisual e 1º Prêmio Maria Cult   …

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28/01 – Sexta-feira, 18h
#47 Giro da Maria Cult
Colaboradores: Deivid Pazatto e Paola Saldanha
Nesta edição: Antídoto, Marcelo Demichelli, Partido Hardcore, Jan Pedro, Duo El Negro, Robson Thomas, Bateraço, DJs Ruzzo, Onze e Calli, Sangue Ruim, Umbigo de Bruxa, Three X, Fernando Ávila, Ará Dudu, Rinoceronte, Rocksane, Toca Audiovisual e 1º Prêmio Maria Cult

 

O início de 2022 foi embalado por muita música na cidade, especialmente, com os lançamentos da cena do rock e suas vertentes. O primeiro mês do ano também foi marcado pelo o 1º Prêmio da Maria Cult, ação criada com o objetivo de divulgar e valorizar as produções e artistas independentes de Santa Maria, e muito mais.

 

1º PRÊMIO MARIA CULT 

Destaques do 1º Prêmio Maria Cult. Foto: Renan Mattos

 

Começando o primeiro Giro com as cerimônias de anúncio e de entrega dos troféus aos destaques do 1º Prêmio Maria Cult. A primeira ocorreu por meio de uma transmissão ao vivo, realizada pela Maria Cult em parceria com a Rede Sina, no dia 07 de janeiro de 2022, que divulgou as obras e produtores escolhidos pelo voto popular. Na sequência, em 09 de janeiro, no Old School Pub, foi realizado o evento de encerramento da edição de estreia do prêmio, com entrega dos troféus aos mais votados nos segmentos de Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Dança, Literatura e Música. A noite ainda foi marcada pelo show especial de Márcio Vaz e  Gregory Motta. 

A Maria Cult acredita que a iniciativa, sua repercussão e mobilização, representam a força da cultura local e o quanto ela precisa, cada vez mais, ser reconhecida e valorizada. E, novamente, agradece a colaboração do parceiros patrocinadores e apoiadores, que contribuíram para que a premiação pudesse acontecer; A todos que participaram da campanha, por meio dos votos, compartilhamento e divulgação; Aos artistas, produtores e agentes culturais, pela confiança e apoio à Maria Cult; E aos  mais de três mil seguidores, que mais que um número, expressam pessoas, organizações e grupos que acreditam na cultura local e na sua importância para sociedade, assim como nós.

O 1º Prêmio Maria Cult teve como objetivo ampliar a divulgação de criações locais e valorizar as produções independentes realizadas em Santa Maria (RS), bem como artistas, produtores e agentes culturais responsáveis pelo desenvolvimento destas obras e ações. O projeto não visou a competição, mas a celebração da cultura da região.

 

 

MÚSICA | E PARA ABRIR OS LANÇAMENTOS MUSICAIS DO ANO…

Sangue Ruim é formado por Igor Tessele, Andrew Andrew Freitas e Julian Campos (esq. para dir). Foto: Divulgação

 

 Restos de uma existência é a primeira música do projeto Sangue Ruim. Disponibilizada no começo do mês, a canção tem letra de Julian Campos e Andrew Freitas. Inicialmente, a banda foi formada em novembro de 2020, por membros da Eterno Rancor – Julian na bateria e Andrew na guitarra. Porém, o projeto se consolidou, apenas, em 2021, após a entrada de Igor Tessele – também membro da Eterno Rancor – no vocal. A produção do som de estreia do grupo ficou nas mãos de Michel Peixoto, que também produzirá o primeiro EP da Sangue Ruim. A previsão de divulgação é para o primeiro semestre de 2022.

 

 

Onze é criador da Lótus Social Label, festa itinerante do sul do Brasil, e DJ da VouC E-culture. Foto: Cassiano Russel

 

Onze apresentou a sua mais nova música, Luar. Desenvolvida em abril do ano passado, a track – descrita pelo artista como um som mais introspectivo e melódico – é uma parceria com Ruzzo. Conforme o DJ, a canção foi disponibilizada de graça para download como uma forma de retribuir o carinho das pessoas e também uma maneira de ter uma ligação maior com os seus fãs. Além da obra inédita, o produtor adianta que está trabalhando em outros setores da carreira, como a grife de roupas de seu projeto Lótus Label. 

 

 

Marcelo Demichelli. Foto: Gabriel Santos Lima

 

[ALERTA: CONTEÚDO SENSÍVEL]

Lágrimas de Alento é o recente trabalho de Marcelo Demichelli. Produzida pelo próprio guitarrista, juntamente, com Wolney Martins, a música conta com a participação especial de Paola Matos. Divulgada na primeira semana do ano, a obra foi finalizada em 21 de setembro de 2021, no Dia Mundial do Combate ao Suicídio. A composição foi criada como a segunda parte de Lágrimas, composta há 20 anos por Marcelo e integrante do álbum Totus Tuus(2009).

Para o artista, ainda que delicado, o tema abordado na canção precisa ser mais debatido, especialmente, na atualidade. “Lágrimas de Alento’ mostra isso, que todos somos finitos e que, as vezes, alguns de nós escondem uma dor tão dilacerante e angustiante, ao mesmo tempo tão bem ‘camuflada’, que quando essa dor se manifesta em um ato contra si mesmo, nos sentimos chocados, surpresos e impotentes. Lágrimas de Alento é o grito de perdão de quem fica e não soube entender ou perceber a dor de quem foi. Ao mesmo tempo, é a esperança de um reencontro em outro plano e de respostas a tantas perguntas que ficaram, quase todas resumidas num ‘Por Quê?'”, finaliza.

 

 

MÚSICA | PARA OUVIR E VER

Os artistas locais também investiram em videoclipes, para apresentarem seus trabalhos. A Antídoto fez isso duas vezes. Inicialmente, com a versão de Por Supuesto. A música integra o álbum de estreia da cantora Marina Sena, De Primeira, e ganhou repercussão nas redes sociais e plataformas digitais, em 2021. Conforme a banda santamariense, a ideia de criar novas interpretações para canções que fogem do estilo da Antídoto já era antiga.

Em seguida, o grupo lançou o primeiro single autoral de 2022, Coisas Que Me Deixam Leve. A captação da canção foi realizada por Kauê Flores, pela estúdio Gemini, e a mixagem e masterização ficaram sob responsabilidade de Tadeu Patolla – músico e produtor que descobriu e trabalhou com a banda Charlie Brown Jr.  Já o videoclipe tem direção de fotografia, edição e finalização de Iggor Portalet.

 

A Partido Hardcore  apresentou o clipe de Reflexo. A faixa serviu de inspiração para a escolha do nome do álbum do qual ela faz parte, O Reflexo de um Sistema Doentio e Incoerente (2019). O grupo destaca que a música “aborda o tema da apatia social […] sobre a falta de vontade do povo de se revoltar contra os problemas que os afligem, a fome, miséria, corrupção”. Além disso, a canção explora a ganância do homem que humilha, dissimula e desengana seus iguais. A composição foi escolhida pelos ouvintes da banda através de uma votação popular no perfil do Instagram da Partido Hardcore. O clipe tem direção de Gustavo Afonso.

 

Gravado em plano-sequência, dentro de uma fábrica de laticínios abandonada, em Camobi, Caô é o atual trabalho da Three X. A captação é assinada por Julien Moretto e a edição é de Ericson Friedrich. A canção, que faz parte do EP Saga-Cidade (2019), também ganhou um novo direcionamento no videoclipe. Conforme Lucas, vocalista da Three X, a banda compreendeu a necessidade de abordar e protestar, por meio da produção, as ações do atual governo, principalmente, as fake news propagadas nesse período.

 

Finalizando o mês musical no rock, a Rocksane divulgou My Salvation, que aborda a relação do artista com a música. A produção chegou com um videoclipe em stop motion – técnica de animação gravada quadro-a-quadro – que levou oito dias para ser concluído. Daiane Diniz, vocalista do grupo,  lembra que demorou quatro dias para registrar as 520 fotos utilizadas no clipe e mais quadro dias para realizar a edição.

 

Entrando em outros estilos, Jan Pedro divulgou Sai da Frente. O novo trabalho autoral do artista tem produção musical de Jadson SP e trata-se de um funk dançante, assim como as músicas anteriores do cantor. O quinto lançamento de Jan veio acompanhado de um videoclipe, gravado na Brita Pinhal. A produção executiva do audiovisual foi realizada por Bruno Bassin, de Santiago (RS).

 

O duo gaúcho El Negro veiculou sua nova música, Você Dançou. A composição é o quarto single do disco Como um raio silencioso que antecede o trovão, que sairá em 2022, pelo selo Toca Discos. A dupla, formada por Leandro Schirmer (bateria) e Mumu (vocal/guitarra), busca a perfeita sinergia do seu habitual desert rock com a música eletrônica. Entre riffs e beats, o duo fala de percepções e viagens sobre a pista de dança. A produção musical do videoclipe é de Felipe Rodarte e a direção é de Luís Floriano  e Leonardo Savaris.

 

Esperança, que integra o álbum de estreia de Pitto Foliatti, ganhou uma versão em videoclipe. O audiovisual tem captação de José Romenito, Gabriel Haesbaert e Iggor Portalet – também responsável pela edição, finalização e direção de fotografia – e performance da dançarina e atriz Rafaella Ferrão. A canção é a quarta obra do projeto disponibilizada pelo artista. O trabalho conta com a participação dos músicos convidados Josué Farias, Gyliel Souza, Filipe de Césaro, Gustavo Kramer e Matheuzinho Shuc. As composições autorais do disco trazem reflexões a respeito de liberdade de escolhas e críticas à algumas formas autoritárias de impor opiniões ideológicas religiosas e conservadoras.

 

 

MÚSICA | ENTRE ADAPTAÇÕE, AOS POUCOS, AS APRESENTAÇÕES PRESENCIAIS VOLTAM

Foto: Divulgação

 

Os DJ’s de Santa Maria, Callil, Onze e Ruzzo lançaram um set de música eletrônica no YouTube, gravado na última edição da VouC E-Culture, que ocorreu no Hotel Fazenda Pampas. De acordo com Callil, esse já era um sonho antigo dos amigos. O set tem duração de duas horas e apresenta o gênero House Music e suas vertentes, como o Dance e Nu Disco. As imagens foram registradas Iggor Portalet  e Renan Mattos. Já o som tem captação assinada pelo DJ Basso.

 

Fernando Ávila/ Foto: Bernard Mezzomo; e Nikodem Sobek/ Foto: Redes Sociais

 

Uma composição local fez parte da programação do 20º Festival Nacional de Acordeon de Termignon, realizado na França. Tango pour Carla, criado por Fernando Ávila, foi interpretado por Nikodem Sobek. Essa não foi a primeira vez que o acordeonista polonês apresentou uma peça de Fernando. Há, aproximadamente, dois anos, Nikodem vem interpretando a composição do artista santamariense em diferentes festivais e competições de acordeon pela Europa. O evento francês teve início no último sábado (22/01) e segue até esta sexta-feira (28/01), também com transmissões pelo Facebook.

 

Banda Riniceronte e equipe técnica do acústico. Foto: Pablo Lima Martins

 

Com a consciência da importância de se manter em movimento diante do contexto delicado para aqueles que vivem da arte e para manter vivo o desejo de respirar, criar e compartilhar música, a Rinoceronte lançou seu mais novo projeto. Acústico Rinoceronte apresenta 14 canções, temas dos discos Nasceu (2010) e O Instinto (2013), em formato acústico. Com produção executiva e artística de Paulo Noronha, guitarrista e vocalista da banda, o trabalho foi gravado no Theatro Treze de Maio, em setembro de 2021. O show contou com participações de Cassiano Cassanta, nos violões e backing vocals, e de Ninu Ilha, nas percussões, mas sem a presença do público – por conta dos protocolos de segurança em vigência no período.

 

2º Bateraço. Foto: Divulgação

 

Após um evento inédito, que marcou Santa Maria e o Rio Grande do Sul com mais de 120 músicos reunidos para tocar suas baterias ao mesmo tempo, em 2019, o Bateraço voltou ao palco do Shopping Praça Nova. A atividade reuniu, desta vez, cerca de 50 bateristas, com a participação de Kiko Freitas, reconhecido internacionalmente, que ministrou um workshop aos músicos. A apresentação também contou com as performances de Patric Junior André Prates, Guilherme Araújo, Thaigor Farias, Lawrence Wendt, Daiane Diniz, Renato Molina, Joca Farias, Marcelo Massário, Alessandro Nunes, Marcio Correia, Manu Ferraz, Clauson Kraemer, Dadá Alves e Renata Assis Brasil.

 

ARTES CÊNICAS | OPORTUNIDADES 

Camila Matzenauer e Natália Dolwitsch (esq. para dir.), idealizadoras da Umbigo de Bruxa. Foto: Divulgação

 

A Umbigo de Bruxa lançou o curso online Conexão Através do Brincar – Atividades com Bambolê. A iniciativa é voltada para educadores, pais e mães que desejam estabelecer uma conexão real e profunda com as crianças. O curso foi criado a partir dos anos de estudo e experiência com arte e educação de Camila Matzenauer e Natália Dolwitsch.  As artistas disponibilizam uma série de atividades lúdicas com bambolê, que podem ser usadas tanto em sala de aula quanto em casa, com a família. São doze meses de acesso às aulas, que podem ser assistidas quando e quantas vezes quiser. 

 

O filme integra a primeira proposta da produtora encaminhada à Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria (LIC/SM). Foto: Reprodução

 

A Toca Audiovisual  abriu o processo de seleção de casting, para o filme A Intenção da Noite, que será gravado em 2022. A produtora de conteúdo abriu as inscrições na última terça-feira (25/01), em busca de oito atores/atrizes, para desempenhar papeis principais e também atuar na figuração. Poderão concorrer profissionais oriundos dos cursos de Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) – formados ou cursando -, integrantes de companhias teatrais locais e também participantes de projetos comunitários e sociais de ensino de atuação/teatro, que se encaixem nos perfis solicitados. As inscrições poderão ser feitas até às 23h59 do dia 10 de fevereiro. A chamada de artistas faz parte da fase de pré-produção do audiovisual, que seguirá até abril. Já as gravações ocorrerão entre maio e junho. Para mais detalhes, acesse o edital.

 

AUXÍLIO EMERGENCIAL DA CULTURA

Foto: Arquivo/Prefeitura Municipal de Santa Maria

 

A Prefeitura Municipal de Santa Maria (PMSM), por meio da Secretaria de Cultura, divulgou a lista final dos aprovados a receber o Auxílio Emergencial para o Setor Cultural. No total, mais de 500 inscrições foram homologadas. Os profissionais da cultura receberão, em parcela única, R$ 800.  O auxílio foi anunciado no começo de dezembro de 2021, através da união entre Estado, municípios e empresas parceiras, para auxiliar os trabalhadores da cultura, que foram fortemente atingidos pela crise econômica causada pela pandemia de coronavírus.

 

AUDIOVISUAL | DOCUMENTÁRIOS RETRATAM O FAZER ARTÍSTICO NA REGIÃO

Foto: Reprodução

 

Na segunda semana de janeiro, foi lançado o documentário RIBEIRO: Estória cantada-proseada e versada no canto. Com direção do cantor Robson Thomas  e Eduarda Teixeira Streck, a produção é descrita como o início de uma viagem profunda no universo do álbum RIBEIRO, que será divulgado em breve. As imagens do audiovisual foram captadas durante uma imersão no interior do Rio Grande do Sul, na cidade de Tuparendi. Os registros foram realizados para dar início ao processo de pré-produção e concepção do disco inédito do músico. Na parte 1, já disponível no canal do YouTube do artista, Robson fala sobre a poética e as inquietações que lhe serviram de base para pensar o seu novo trabalho.

 

Foto: Divulgação

 

O projeto Obirin – mulheres em rede mudando histórias, realizado pela Associação de Arte e Cultura Negra Ará Dudu, ganhará um documentário, em 2022. Em desenvolvimento desde setembro do ano passado, a ação se aproxima da fase final e, para relembrar e celebrar as atividades realizadas durante esse período, uma produção audiovisual será desenvolvida. Com lançamento previsto para início de abril, a obra apresentará trechos de um poema inédito da escritora Maria Rita Py Dutra, além dos relatos de participantes e integrantes do projeto. Obirin  foi contemplada no Programa de Combate à Violência Contra a Mulher, promovido pela Magazine Luiza, através do Fundo Magalu. A iniciativa visa o fortalecimento de mulheres, principalmente, negras, oriundas da região Centro e Pampa do estado.

 

 

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#Estreia/SP: “El Mate” de Bruno Kott https://redesina.com.br/estreiasp-el-mate-de-bruno-kott/ https://redesina.com.br/estreiasp-el-mate-de-bruno-kott/#respond Wed, 16 Aug 2017 03:54:42 +0000 http://redesina.com.br/?p=3173 SINOPSE: “El Mate” mostra uma noite na vida de Armando, um assassino de aluguel portenho que vive sozinho numa estranha casa no centro de São Paulo. É nesse lugar que Armando mantém sua encomenda, um Russo aguarda amarrado e espancado os mandantes do sequestro chegarem. Tudo vai mal para o Russo e bem para Armando …

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SINOPSE:
“El Mate” mostra uma noite na vida de Armando, um assassino de aluguel portenho que vive sozinho numa estranha casa no centro de São Paulo. É nesse lugar que Armando mantém sua encomenda, um Russo aguarda amarrado e espancado os mandantes do sequestro chegarem. Tudo vai mal para o Russo e bem para Armando até que Fabio, um jovem evangélico toca a campainha para trazer a palavra de Deus e um estranho conflito. Um disparo de arma muda o percurso da madrugada e une pessoas de mundos extremamente diferentes.

El Mate é o primeiro longa-metragem de Bruno Kott, com produção da jovem empresa paulistana Filmes de Vagabundo, de Amina Jorge. A comédia de baixo orçamento estreou com sucesso de público em agosto de 2016 na mostra competitiva do 44º Festival de Cinema de Gramado, e foi premiada com o Kikito de Melhor Ator Coadjuvante para o ator, diretor e roteirista Bruno Kott. O filme surgiu da já consolidada parceria entre Bruno e Fábio Marcoff, protagonista e co-roteirista de El Mate, que juntos comandaram três anos da série No Divã do Dr. Kurtzman, transmitida pelo Canal Brasil. Novamente contando com a parceria do Canal, que é co-produtor de El Mate, Bruno e Fábio realizaram essa comédia que parte de um cinema experimental.
O filme nasceu do meu desejo junto ao ator e roteirista Fabio Marcoff de realizar um projeto autoral para o cinema. Desenvolvemos o roteiro e contamos com a parceria dos outros artistas envolvidos para que o filme pudesse ser realizado com um custo baixo mas ainda sim apresentasse qualidade técnica e artística. Apesar de esteticamente realista, o filme tem em sua estrutura narrativa, constantes quebras de gêneros. Passamos pelo drama, humor e no meio do filme temos uma forte quebra de linguagem ao romper a quarta parede, ou seja o ator olha para a câmera durante um longo tempo. É o meu primeiro filme e parti direto para um longa. Estou experimentando a linguagem audiovisual.“, conta Kott.

O filme começa a ser exibido nessa quinta-feira, 17, às 15h no Cine Sesc em São Paulo. A equipe estará reunida na sessão das 19h.

Horários:

Cine Sesc – Rua Augusta, 2075, Cerqueira César
17 a 22 de agosto às 15h e 19 horas
23 de agosto às 15 horas
Mais: Evento no  face Fan page:  Filme El Mate

Ficha Técnica:
Elenco: Fabio Marcoff, Vadim Nikitin, Bruno Kott, Eduardo Gomes, Michelle Boesche, Carlota Joaquina, Rodrigo Fregnan, Mauro Baptista Vedia e Cesar Canteiro
Direção: Bruno Kott
Roteiro: Bruno Kott e Fabio Marcoff
Produção: Amina Jorge,Filmes de Vagabundo, co-produção Canal Brasil, produtora associada HomemLeão
Fotografia: Alice Andrade Drummond e Bruno Risas
Montagem: Mariela Falatycki e Thiago Ricarte
Desenho de som: Ruben Valdes

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