“Maçãs e peras esperando” diante de toda uma obra que por um período reflete e denuncia uma guerra, começaram a se tornar a base da minha criação. Sempre fui uma admiradora das artes, mas há pouco tempo venho me arriscando a invadir um campo para mim até então pouco explorado, o da arte contemporânea. Viver em São Paulo, em um bairro (Vila Madalena) recheado de galerias fez com que tivesse quase que diariamente um contato direto com a arte. Uma das exposições que mais me chamou atenção naquele período foi O CÉU AINDA É AZUL, VOCÊ SABE… da Yoko Ono, curadoria do Gunnar B. Kvaran no Instituto Tomie Ohtake em 2017. (assista sobre aqui). Acho que foi a primeira vez que me senti pertencente dentro de uma obra, como se a minha ação fizesse parte dela. A sensação que eu tinha era de estarmos em movimento constante. Quando a Susane Kochhann, me convidou pela primeira vez a expor, pensei que gostaria de gerar essa sensação. Fiz isso convidando o público a escrever na exposição “Somos Muitas”. No seu segundo convite, na exposição “Narrativas contemporâneas do feminino na arte do RS” minha obra era um convite a leitura. Agora, em tempos de pandemia, e neste terceiro convite para homenagear o centenário de Carlos Scliar, lembrei de alguns movimentos que realizei com projeções na aula de Teatro Noh da Renata Asato no Studio Fátima Toledo em São Paulo e do curso “Corpo Mídia” da performer Carolina Berger que realizamos aqui em Santa Maria, também de alguns movimentos de performance gerenciados pelo Rodrigo Gontijo em São Paulo e de um festival de cinema no Rio de Janeiro há muitos anos atrás onde havia um espaço de videoarte em que filmes eram editados ao vivo. Estas foram algumas das influências e memórias para realizar esta criação. Ao estudar sobre Carlos Scliar, reparei que haviam palavras em algumas de suas obras, elas ficaram me chamando atenção como se fosse possível imaginar o que estivesse passando na cabeça do artista naquele instante. “Maçãs e peras esperando” diante de toda uma obra que por um período reflete e denuncia uma guerra, começaram a se tornar a base da minha criação. Mas eu precisava sentir mais, foi então que selecionei as obras (confira galeria no final do post) e a fiz refletirem sobre meu rosto e corpo. As palavras que vieram nos vídeos a seguir foram as que vieram no instante que via e sentia a obra. Nenhuma foi planejada, escrita antes. Como poeta, jornalista pude ver e sentir o traço do artista virar poesia. Eis um mergulho que apenas começou… Mais sobre em: http://carlosscliar.com/ Obras (videoarte) de Melina Guterres (Mel Inquieta) na exposição “CARLOS SCLIAR, UMA HOMENAGEM AO CENTENÁRIO – RELEITURAS”, curadoria Susane Kochhann no Museu de Arte de Santa Maria – MASM: “Maçãs e peras esperando” É o que diz a tela, a palavra na tela A palavra é dele, a palavra é nossa A palavra incomoda “”Maçãs e peras esperando” Talvez eu seja uma obra inacabada Como as unhas que estão por fazer A tela é preta e branca A tela da guerra Mas a gente sabe a cor que tem a guerra A gente sabe Quantas voltas pra acabar com a guerra Quantas vezes repetir “maças, peras esperando”? Esperando… o fim da guerra? Elas nunca estarão prontas, as unhas! ALMA A palavra na tela A palavra expressa Tem cor Tem gosto Tem sabor Tem dor Tem eco Tem memórias A palavra na tela Tem maças e peras a espera Tem vinho tinto Tem um homem dormindo Tem um homem nu Tem vermelho Tem um tanto dele E um tando de mim dentro E quando eu vejo É outra arte que se faz Consegue ver? Eu vejo E crio nas entrelinhas Dessa linha que me contorna o rosto Com aquele que desenhava com alma Toda arte é política Vês? A cor da guerra não tá da cor do meu batom A cor da guerra na tela Tá sem cor Vê? O que você vê? Me conta! FEITO TINTA A gente entende um artista quando está dentro dele Quando ele está dentro de nós Assim tão perto Tocando a pele A nossa voz saí Feito tinta! Especial para o instagram: Ver essa foto no Instagram Paz / Contorno Tem uma tela no meu rosto Tem poucas palavras na tela Tem a dor na tela Olhe Sou eu ou alguém que se perdeu no tempo na guerra? Paz Melina Guterres Mais da minha obra/videoarte “Contorno” pode ser conferida na exposição virtual “Carlos Scliar – Uma homenagem ao Centenário – Releituras” do @masmmuseudearte Curadoria @susanekochhann #carlosscliar #arte #videoarte #melinquieta #melinaguterres #artista #poeta #poesia #palavranatela #poema #poetisa #poesiafalada #masm #susanekochhann Uma publicação compartilhada por Poesia com Mel Inquieta (@poesiacommel) em 5 de Jul, 2020 às 8:13 PDT Obras e fotografia de Carlos Scliar selecionadas para projeção e composição da cena: MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO: Mostra reúne obras de 29 artistas visuais em homenagem ao centenário de Carlos Scliar no MASM Melina Guterres (Mel Inquieta) Jornalista, poeta, criadora da Rede Sina. Mais sobre aqui. https://www.instagram.com/poesiacommel/ Please follow and like us: Comente comentários
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