14/12 – Segunda-feira – 19h
SINA EM PAUTA: BATE-PAPO COM MARCÍLIO MORAES
Apresentação: Mel Inquieta / Melina Guterres
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Nesta segunda, às 19h, a Mel Inquieta bate um papo com Marcílio Moraes, contista, romancista, dramaturgo, autor-roteirista.
A live será transmitida nessa publicação e redes sociais. Para interagir é preciso acessar pelo YOUTUBE ou FACEBOOK da Rede Sina. O programa tem duração de 1h, perguntas do público são lidas no último bloco. Acompanhe, participe!
Marcílio nasceu em Petrópolis-RJ, estudou Letras na antiga Faculdade Nacional de Filosofia, FNFi. Foi professor, tradutor, jornalista, crítico de teatro, publicitário, revisor, dicionarista e assessor técnico da Fundação Nacional de Arte – Funarte. Publicou seu primeiro conto em 1969, na revista “Cadernos Brasileiros”. No início da década de 70, escreveu contos e, sob pseudônimo, livros de aventura vendidos em bancas de jornal. Em 1974 começou a escrever para teatro. Entre suas peças estão “Mumu – A Vaca Metafísica”, “Sonata sem dó”, “Correntes”, “Aracelli”. Ganhou prêmios do antigo Serviço Nacional de Teatro e prêmio de “Revelação de Autor”, da Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA. Na década de 80, passou a escrever para televisão. Iniciou sua carreira na Rede Globo, numa minissérie de Ferreira Gullar e Armando Costa, chamada “A Juíza” (inédita). Depois fez “Roque Santeiro”, com Dias Gomes. E continuou nas telenovelas. Escreveu “Roda de Fogo”, “Mandala”, “Mico Preto”, “Sonho Meu” e o remake de “Irmãos Coragem”, além das minisséries “Laércio é Nosso Rei”, “Noivas de Copacabana”, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e “Chiquinha Gonzaga”, e especiais, “A Grande Família”, “O Dia Mais Quente do Ano”, “Aventuras de um Barnabé”. No final de 2002, saiu da Globo e lançou seu primeiro romance, “O Crime na Gávea”, pela editora 7 Letras (2003). Foi eleito presidente da Associação dos Roteiristas, cargo que ocupou até 2010. Em 2005, foi contratado pela TV Record, onde escreveu as novelas “Essas Mulheres”, “Vidas Opostas” (com a qual ganhou o Troféu Imprensa) e “Ribeirão do Tempo”, além dos seriados “A Lei e o Crime”, 2009, e “Fora de Controle”, 2011. Produziu o filme “O Crime da Gávea”, baseado no seu romance.
Marcílio também está com um romance novo “Entre as Estrelas: Aquiles – A saga de um autor de telenovelas“. No bate-papo vamos falar também sobre.
Marcílio sobre seu livro:
“Meu livro padece de uma aparente contradição que é ser ambientado, em maior parte, nos bastidores da televisão, o que não deixa de ser um ponto de interesse, e ao mesmo tempo aspirar a um status literário, com referências a Homero, à Ilíada e outras citações do tipo.
No meu entender, o que une essas duas facetas é a ironia. A argamassa do livro é a ironia. Se não for lido desta forma, pode parecer apenas um relato de rancor.
O importante para mim, meu objetivo maior ao escrevê-lo, era falar da subjetividade do personagem. O que me importa acima de tudo são os processos mentais dele, conscientes e inconscientes, gosto meu que já aparece no conto de origem, “ O ciclista”, do qual tirei o personagem, e em outros contos e mesmo no romance “O Crime da Gávea”, e que é o meu maior prazer quando escrevo. Sempre fui muito para dentro, gosto de falar dessa ensimesmação ou casmurrice.
Peguei Aquiles não apenas por minha admiração absoluta da Ilíada, como pela referência, irônica, a Joyce e seu Ulisses, a subjetivação, a linguagem, o fluxo de consciência. Não se pode dizer que “Ulisses” seja um romance sobre Dublin, embora também seja, como não é adequado falar de “Aquiles, entre as estrelas” como um romance sobre os bastidores da televisão brasileira, ainda que não deixe de ser.
Enfim, é importante caracterizar o livro por esta visão, como a narrativa de uma subjetividade, no caso a subjetividade de um autor de telenovelas.
Entre as estrelas: Aquiles”, é um romance, escrito nos últimos dois anos, que tem como substância, stricto sensu, os bastidores da televisão brasileira, que conheço da vivência de décadas escrevendo novelas e séries, sem nenhum propósito, nem compromisso, de documentar ou retratar aquele universo. O meio televisivo – principalmente o dos autores de telenovelas, já que o protagonista é um deles – como todo o resto, é apenas matéria prima literária.
Uso também uma fonte clássica da literatura: o grego Homero. Se Joyce parodiou ironicamente as aventuras de Odisseu, por que eu não poderia fazer o mesmo com a cólera de Aquiles? A Ilíada foi o livro que mais me fascinou nos tempos de estudante. Quando o reli, pouco tempo atrás, redescobri o encanto de forma tão obsessiva, que me vi obrigado a incorporá-lo, como sacramento de redenção.”
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