E o covid chegou em mim por Mel Inquieta

Bom, entrei para as estatísticas. Desde então lidar com todos os pensamentos que ocorrem durante esse período tem sido muito intenso. Fisicamente, é como se estivesse numa crise alérgica crescente, não sei bem explicar, é estranho, é novo. Quando tenho crises de alergia (tenho muitas, entre elas à diversos tipos de remédios), sei o que fazer, sei como o corpo reage. Agora ele oscila, melhora com a medicação, piora mais distante dos horários dela.  Também tenho usado medicamentos que nunca havia tomado antes, é tudo diferente. Teoricamente, nesta segunda, dia 6, estarei no meu 7º dia de sintomas, fadiga, fraqueza, cansaço e às vezes, falta de ar fazem parte da rotina. Febre não tenho. Todo mundo diz que preciso descansar, mas eu sinto que descanso quando estou escrevendo, lendo, fazendo algo que envolva minha mente. Mas claro, respeitando o corpo. Agora por exemplo, estou com notebook no quarto, com as pernas esticadas sobre a cama. O horário que me sinto melhor é durante a madrugada. Tenho dormindo mais, comido mais (tenho mais fome). Paladar e olfato ora volta, ora some. Mas o que mais me assusta mesmo é a fadiga e as horas em que faltam mais o ar, geralmente quando acordo e no final da tarde. Além dos meus aparelhos novos, oximêtro e para pressão, tenho me distraído com os livros, artigos, poemas que tenho recebido. Eu gosto muito dessa troca de ideias, universos, conceitos. Isso me alimenta, e acredito que alimenta e enriquece a todos.  Tanto que a Rede Sina esta aí há 6 anos no ar. Nunca pensei nela como um veículo de notícias, mas uma plataforma em que diferentes públicos pudessem dialogar. E me sinto tão bem fazendo e falando sobre o que acredito, ainda mais nesse momento. Fiquei refletindo esses dias sobre como eu me sentiria se o covid chegasse e eu não tivesse investido meu tempo em algo que realmente acreditasse? Onde me agarraria? Uns tem a Deus, eu gosto da cabloca Jurema, índia, guerreira e brasileira. Adoro o sincretismo e a diversidade cultural do Brasil.  A vida me levou a tantos lugares e realidades diferentes, e as crises alérgicas, sempre a refletir justamente sobre o tempo e a intensidade dos movimentos que a vida provoca. Estar sozinha e com falta de ar, não é nenhuma novidade. Já morei e já fui sozinha para o hospital em algumas cidades desse país.  A diferença é que não era em nenhuma pandemia e com um bichinho tão esquisito como esse Covid que não atinge só a mim, mas a tantas famílias. Fico muito preocupada em ter transmitido o vírus, mas a princípio todas as pessoas com quem estive estão bem. Fico muito agradecida a todas as manifestações de preocupação e carinho que tenho recebido nos últimos dias. Obrigada mesmo! Compartilho com vocês um pouco de como me sinto e o que venho pensando. SINTOMAS E MEDICAMENTOS 04/04/2021 – 6º dia após o diagnóstico   DIAGNÓSTICO: POLÍTICA, RAIVA E FAKE NEWS    30/03/2021 – No dia do diagnóstico   A reportagem que cito no vídeo acima é “Um estudo aponta eficácia de remédio contra casos graves de covid” da Revista Galileu. A plataforma em que o médico disse que o estudo precisaria estar é Pubmed e o artigo sobre a pesquisa pode ser encontrado aqui: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33437562/ . O estudo do médico Flavio Cadegiani, que tem uma série de posicionamentos aos quais não compartilho, precisa avançar, mas pra quem se recuperou de estado grave na fase de teste, certamente deve fazer grande diferença. Não deve ser ignorado por questões ideológicas. Ciência é ciência. E por falar em questões ideológicas….   Evidente que um dos meus sentimentos foi de raiva e impotência. Lá em 2018 quando Bolsonaro ainda era candidato minha preocupação e de tanta gente com o futuro do país era enorme. Não adiantava falar nada, parecia uma cegueira coletiva dominada pelo ódio ao PT, que por sua vez, diante daquele cenário, bem que poderia ter “baixado a bola”, saído de cena e apoiado algum candidato de outro partido para tentar evitar esse desastre social. Mas também quem poderia prever que haveria uma pandemia? Vale para lembrar que a primeira luta deve ser sempre contra a ignorância. Venceram os extremistas arrotando violência. Perdemos todos. Precisamos amadurecer muito politicamente para além das paixões de cada lado. Acredito que para 2022, se não houver golpe (quem duvida? leia A Quartelada de Bolsonaro na Istoé), é a formação de uma frente ampla que reúna centro, direita e esquerda até voltarmos a ter estabilidade para um próximo e digno “grenal”.   Ver essa foto no Instagram   Uma publicação compartilhada por Poesia com Mel Inquieta (@poesiacommel) 2º ano da pandemia: Mais 331 mil mortos no Brasil, mais de 20 mil no RS (5/04/2021) No dia 24 de março, quando o Brasil atingiu os 300 mil mortos, Opovo Online fez uma lista  com 20 erros do Bolsonaro durante a pandemia.  Achei bem lúcida e explicativa que vou reproduzir: 1. Menosprezo pela doença e a “gripezinha” Exatamente um ano atrás, em 24 de março de 2020, Bolsonaro chamava a pandemia de “gripezinha” em pronunciamento em cadeia nacional. “O vírus chegou, está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar. Devemos, sim, voltar à normalidade”. “No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho”, afirmou durante pronunciamento. 2. Recusa para comprar a CoronaVac O governo Jair Bolsonaro aceitou a proposta da Fiocruz (o único de 2020), mas, em outubro do ano passado, rejeitou uma proposta do Butantan que previa a entrega de 45 milhões de doses da CoronaVac até dezembro de 2020 e outras 15 milhões no primeiro trimestre de 2020. O acordo garantiria ao menos 60 milhões de doses na primeira fase de vacinação. A vacina estava sendo desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Na época, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, defendeu fechar o acordo, mas o presidente … Continue lendo E o covid chegou em mim por Mel Inquieta