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#DEIMPROVISO: Thiago Ramil

por Melina Guterres da Rede Sina

Estava ontem no EntreAutores e conheci essa figura, um guri cheio de talento que está passando por Santa Maria. O momento foi tão descontraído que me lembrou meu antigo programa de rádio #DEIMPROVISO. Gostei e tô trazendo agora pra Rede Sina, o formato “improvisado” agora no meu canal no youtube.

Seu primeiro álbum “Leve Embora”, patrocinado pela Natura, já começa a carreira com uma indicação ao Grammy na categoria de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa. Thiago Ramil é de Porto Alegre, e já nasceu num berço rico musicalmente. É primo de Ian (que também concorre ao Grammy por artista revelação) e sobrinho de Kleitor e Kledir e Vitor Ramil.

Thiago está em Santa Maria, esteve ontem no coletivo EntreAutores e hoje se apresenta no Boteco do Rosário em Santa Maria com o Gabriel Optiz e Fernando Graciola.

Quarta-feira, 12 de outubro
Thiago Ramil em Santa Maria, num Grande Encontro, com Fernando Graciola e Gabriel Petri Opitz
Show de abertura: Kariel Nunes, Leandro Carvalho e Ricardo Borges
21:30
Antecipado R$ 10 no Boteco Do Rosário
ou pelo whats: 9989 5428

Na hora R$ 15

Evento no face.

Pra escutar o som do guri clica aí: http://thiagoramil.com.br/

 

 

Segue informações do site da Natura:

“Thiago Ramil, jovem compositor gaúcho, começa a alçar voo em 2015 com seu álbum de estreia Leve Embora, selecionado através do Edital Natura Musical Rio Grande do Sul 2014. Neste trabalho, o músico apresenta o encontro entre elementos orgânicos percussivos e sonoridades contemporâneas exploradas através de recursos eletrônicos, ruídos, ambiências, loops, guitarras e teclados sintetizados.

Construído em várias etapas, o disco traz em sua ficha técnica importantes nomes da cena musical brasileira: Vinicius Albernaz (teclados, synths, efeitos), que assina a produção musical do disco ao lado de Felipe Zancanaro (multi-instrumentista e músico da banda Apanhador Só), entre outros. Destacam-se ainda os músicos Gutcha Ramil – voz, violino, percussões; Andressa Ferreira – voz, percussões; Guilherme Ceron – baixo e André Zinelli – guitarra. Ramil assina as composições, canta e toca violão, baixo, viola caipira.

LEVE EMBORA – FAIXA A FAIXA

Casca é uma música recente, muito inspirada pelos sambas de velha guarda, que fazem parte da minha história musical. Por ser muito forte essa referência na música, principalmente em formato voz e violão, procuramos, ao construir o arranjo, desconstruir o samba tradicional, utilizando elementos eletrônicos e timbres “estranhos”, mas sem perder a cadência e a levada dessa escola da música brasileira. A letra da canção remete a um cenário urbano. O sujeito, narrado em terceira pessoa é retrato da solidão e do descaso que muitos vivenciam nas grandes metrópoles. Uma situação que presenciei e que me inspirou a escrever a letra foi de um morador de rua que há alguns anos jogou-se em frente aos carros, em pleno horário de pico, quase cometendo suicídio. Acho que, de alguma forma, me projetei nesse sujeito, um pouco pelo que sinto e um pouco pelo que vejo.

Desculpa reflete sobre o sentimento de culpa, bem como a forma que esse sentimento é simbolizado, subjetivado e apreendido pela nossa cultura ocidental. A letra é construída a partir das relações afetivas/amorosas, mesmo que proponha uma reflexão mais ampla sobre o tema, como por exemplo, o sentido religioso e a ideia de pecado. Contemporânea, seu arranjo tem elementos do rap na construção do beat, mas se distancia dele pela balada, presente no final da música, e pela melodia e interpretação.

Amora é a composição mais nova do disco. Foi criada na véspera das gravações, onde ganhou espaço e acabou entrando no set list. Fiz a música para uma pessoa muito importante pra mim, que admiro muito. Procurei escrever sobre o amor sem clichês, usando a incomum paixão de uma árvore por uma bailarina. Encontrei na imagem da árvore fortes características minhas como a introspecção e a falta de talento para a dança, arte que muito admiro. O fruto, da árvore não poderia ser outro.

Pó foi composta em parceria com o Alércio Musa Híbrida e começou a ser construída a partir de uma visita do amigo, com quem já tinha feito seus primeiros versos. Numa única tarde, sentados sob o parreiral da casa onde eu morava, finalizamos esta canção. O arranjo teve importante contribuição dos produtores e traz um solo de guitarra de Felipe Zancanaro de tirar o chapéu! Além disso, a fusão do eletrônico com o orgânico é, na minha opinião, um aspecto muito interessante desse arranjo.

Deixa Passar é uma música que retrata um período distante, de uma paixão platônica e um tanto pueril, da adolescência. A letra é uma mistura de situações e sensações, e aponta a dificuldade que por vezes enfrentamos em estar em harmonia com nossos próprios sentimentos. O peso do arranjo traz uma densidade bem particular dentro do álbum.

Suspiro é uma parceria com o amigo e fotógrafo Guilherme Bragança e tem um processo curioso de composição: estávamos os dois sentados na sala conversando, quando Guilherme (que não sabe tocar violão) pegou o violão e começou a tocar duas notas básicas em sequencia, como quem tá descobrindo o instrumento. Eu, sentado no outro canto da sala, ao ouvir aquilo fui criando uma melodia e a letra foi surgindo junto, de improviso. O arranjo é quase todo feito com percussão corporal e violão.

Leite e Nata foi composta em 2010 e já integrava o repertório da minha antiga banda, Cadiombleros. Surgiu a partir de uma situação cotidiana (esquentar o leite para o café da manhã) e fiz uso dessa imagem pra produzir um sentimento mais amplo e metafórico desse fato. Com ela descobri que prefiro chorar sobre o leite derramado, do que não poder chorar. E que a vida seja repleta de arrependimentos realizados ao invés de desistências e melancolias estagnadas!

Dizharmonia é a música mais dançante do disco e isso é uma curiosidade interessante, pois ela tem uma harmonia bastante estanha e desconfortável (o que foi um objetivo, assim como um exercício de composição) e o que a torna dançante é sua forte característica rítmica.

Show Me também integra o time das músicas mais antigas do disco. Composta na viola caipira, tem uma afinação diferente da afinação standard, clássica do violão e é bastante inspirada em meus estudos em psicologia. Aqui busquei fazer um retrato da sexualidade através do espelhamento e do entendimento de que o outro não habita, o externo, e sim o interno de cada sujeito. Por isso buscamos recursos na composição do arranjo para trabalhar essa ideia de espelhamento, o qual também se vê representado pela citação do conto de Machado de Assis, O Espelho, presente no final da música.

Salar é uma música densa, também composta em uma afinação diferente, inspirada em um lugar, o Salar do Uyuni, na Bolívia. Terá sua primeira apresentação pública no lançamento do álbum.

Canto foi composta em parceria com um grande amigo e poeta Bruno Volkmer e é um retrato poético dos moradores de rua e da forma como nós enxergamos essas pessoas. Gosto muito da mistura dos elementos presentes no arranjo: o violino, instrumento clássico, sendo tocado quase como uma rabeca e o Bodran, instrumento Celta dono de uma sonoridade incrível, além de outros elementos percussivos que remetem a uma brasilidade pouco explorada pelo mercado da música. Tudo isso numa música que carrega referências sulistas, como a milonga, por exemplo.

Gira-Sol foi feita em parceria com o Guilherme Bragança e carrega o conceito do disco. Em sua essência está um dos grandes aprendizados da minha experiência com as crianças abrigadas (trabalho ao qual me dedico) e com a prática do Acalanto. Representa minha forma de habitar o mundo: “leve embora, siga a pesar”.”

http://thiagoramil.com.br/

 

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