“Chora de rir quem tá feliz. Vim pra somar, com tribo ir”
É o que diz a música Com Tribo Ir que está no CD Ladainha Campeira, o primeiro autoral do músico Pedro Ribas de Santa Maria-RS, que faz show de lançamento hoje, às 20h30, no Theatro Treze de Maio.
Se engana quem pensa que é música nativista. Pedro Ribas faz uma mistura de gêneros, traz o berimbau e até orixás em suas composições. “É difícil classificar um estilo. A maioria das pessoas me conhece como interprete cantando samba, música regional, em palco de festival, roda de capoeira. Esse CD é muito mais pessoal, tem um pouquinho de cada convivência”, explica o músico.
No CD e no palco Pedro é acompanhado pelos músicos Pirisca Grecco (bateria), Sandro Cartier (bateria), Émerson Sino Lopes (guitarra), Texo Cabral (flauta), Paulinho Goulart (acordeom), Duca Duarte (contrabaixo) além dos convidados Gisele Guimarães, Maninho Pinheiro, Erick Corrêa, Rafael Ovídio, Zelito Ramos, Nandico e Guiga Saldanha. Tudo produzido por Gadea produções.
Os ingressos custam R$40 (público geral), R$ 30,00 (antecipado), R$ 20 (idosos e estudantes).
http://www.pedroribascantor.com.br/
Escute o álbum:
Vale contar…
Por Melina Guterres
Há mais de 20 anos ele toca em Santa Maria e região. Eu deveria ter uns 13 anos quando vi o show dele pela primeira vez no clube Bela Vista em Camobi. Anos depois ele chegou de cuia na redação do jornal em que estagiei. Aos músicos, eu sempre perguntava: Tem música própria? Ótimo, vamos publicar. E essa era a maneira que eu encontrava de incentivar a música autoral. O Pedro sempre trazia novidades até puxei dos meus arquivos duas matérias que fiz em que ele aparece. Chega a ser engraçado reler, “é horrível ter que ouvir “éguinha pocotó” disse ele lá em 2003, justo numa reportagem fiz sobre a dificuldade de se dar espaço ao que é autoral. Em 2007, ele e o Pirisca Grecco toparam participar do meu curta Sempre às Quartas, que aliás fui uma tortura editar e ter que cortar cenas por problemas técnicos com o som ou de continuidade. As cenas em que eles aparecem ficaram nos extras e podem ser vistas aqui. Depois de muitas andanças Brasil à fora volto a Santa Maria em 2016 e reencontro o Pedro num movimento que já me dá muita satisfação só por existir, o coletivo EntreAutores. Sou da geração da internet discada, o que era novo tinha muita dificuldade de se mostrar e criar seu próprio público. Hoje tenho música autoral no celular, tablet, note e no meu cotidiano, só essa semana, pelo menos e quatro dias. Terça, EntreAutores, quarta Thiago Ramil, quinta Pedro Ribas, sexta Kariel Nunes. São outros tempos, ainda bem! Vida longa aos velhos, aos novos compositores e ao Pedro “Rimas” (apelido do Pedro Ribas) que faz lança hoje o primeiro de muitos CDs. E como diz seu próprio site:
“Pedro Ribas é rimas, são versos na ladainha das rodas e dos rodeios dos campos.
Pedro Ribas traz melodia, nas trilhas das tropas, nos giros da perna, que alça ao pelego ou derruba na arraia.
Pedro Ribas é canto. Que encanta porque toca e emociona o coração.”