Arquivos SALOMÃO SOUSA - Rede Sina https://redesina.com.br/category/portal/convidados/salomao-sousa/ Comunicação fora do padrão Wed, 07 Jul 2021 00:58:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://redesina.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cropped-LOGO-SINA-V4-01-32x32.jpg Arquivos SALOMÃO SOUSA - Rede Sina https://redesina.com.br/category/portal/convidados/salomao-sousa/ 32 32 Ideia interrompida por Salomão Sousa https://redesina.com.br/ideia-interrompida-por-salomao-sousa/ https://redesina.com.br/ideia-interrompida-por-salomao-sousa/#respond Fri, 03 May 2019 14:00:29 +0000 http://redesina.com.br/?p=6229 Muitas vezes fui uma ideia que Quando minha ideia opina outra ideia não decidirá por mim mas decidirá por si A minha ideia me deixa livre para desocupar uma cena Me leva livre pelo caminho de Bonfim Quando minha ideia não contamina um talo vai se erguer com a flor a se interromper sobre o …

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Muitas vezes fui uma ideia que

Quando minha ideia opina
outra ideia não decidirá por mim
mas decidirá por si
A minha ideia me deixa livre
para desocupar uma cena

Me leva livre pelo caminho de Bonfim
Quando minha ideia não contamina
um talo vai se erguer com a flor
a se interromper sobre o capim

Se sou vencido no que penso
minha ideia vai se romper
humo seco sob os trevos

Não me agrada a ideia de uma laranja
com o incompreensível gomo
que se deixou corromper por fungos

Se não se elimina o fungo
será contaminada a próxima laranja
Outras vezes fui a ideia que poderia ser se

 

SALOMÃO SOUSA
Natural da zona rural de Silvânia (G), cidade em que completou seus estudos primário e ginasial. Chegou a Brasília em 1971, onde graduou em Jornalismo pelo UNICEUB. É funcionário público do Ministério da Fazenda. Exerceu as funções de assessor parlamentar nos extintos Ministérios do Trabalho e do Bem-Estar Social. Participou como convidado, em 2014, do VI Festival las Lenguas de América/Carlos Montemayor, do Centro Cultural Universitário, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), e, ainda, do IX Encuentro Internacional e XIV Nacional de poetas ”José Alberto López Coronado”, em 2016, em Chota, no Peru. Bibliografia: A moenda dos dias, 1979, DF; A moenda dos dias/O susto de viver, Ed. Civilização Brasileira 1980; Falo, 1986, DF; Criação de lodo, 1993, DF; Caderno de desapontamentos, 1994, DF; Estoque de relâmpagos, Prêmio Bolsa Brasília de Produção Literária, 2002, DF; Ruínas ao sol, Prêmio Goyaz de Poesia, Ed. 7Letras, 2006; Safra quebrada, FAC, 2007. Publicou em 2008, com recursos do FAC/DF, o livro Momento Crítico, de textos críticos, crônicas e aforismos; Vagem de vidro, poesia, Brasília: Thesaurus Editora, 2013; Descolagem, antologia de poesia, Goiânia: Kelps, 2016, e Despegues y ressonancias, plaquete de poesia, Peru, Lima: Maribelina, Casa do Poeta Peruano, organização e apresentação de José Guillermo Vargas; Desmanche I e Poética e Andorinhas (textos críticos), em 2018; Desmanche I e Poética e Andorinhas, 2018, Brasília-DF. A UBE (GO) concedeu-lhe em 2011 o Troféu Tiokô. Membro da Academia de Letras, Artes e História de Silvânia e da Associação Nacional de Escritores (DF), da qual integra a diretoria.

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A VERACIDADE por SALOMÃO SOUSA https://redesina.com.br/a-veracidade-por-salomao-sousa/ https://redesina.com.br/a-veracidade-por-salomao-sousa/#respond Fri, 26 Apr 2019 14:00:18 +0000 http://redesina.com.br/?p=6227 onde não haja escuro, espero onde não haja entrevero talvez veracidade talvez o lado desnecessário do escudo tenha o que se possa ver possa encher uma tina o sol possa crescer uma folha o filho encher um berço o que possa encher uma poça alguém pode querer encher uma balsa uma casa de caracol suja …

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onde não haja escuro, espero
onde não haja entrevero
talvez veracidade
talvez o lado desnecessário do escudo
tenha o que se possa ver
possa encher uma tina
o sol possa crescer uma folha
o filho encher um berço
o que possa encher uma poça
alguém pode querer encher uma balsa
uma casa de caracol suja
onde as garatujas de uma gravura
onde surja o caracol com sua casa
o quero-quero que espera
a lambuja de um grilo
pois a veracidade é ser livre

SALOMÃO SOUSA
Natural da zona rural de Silvânia (G), cidade em que completou seus estudos primário e ginasial. Chegou a Brasília em 1971, onde graduou em Jornalismo pelo UNICEUB. É funcionário público do Ministério da Fazenda. Exerceu as funções de assessor parlamentar nos extintos Ministérios do Trabalho e do Bem-Estar Social. Participou como convidado, em 2014, do VI Festival las Lenguas de América/Carlos Montemayor, do Centro Cultural Universitário, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), e, ainda, do IX Encuentro Internacional e XIV Nacional de poetas ”José Alberto López Coronado”, em 2016, em Chota, no Peru. Bibliografia: A moenda dos dias, 1979, DF; A moenda dos dias/O susto de viver, Ed. Civilização Brasileira 1980; Falo, 1986, DF; Criação de lodo, 1993, DF; Caderno de desapontamentos, 1994, DF; Estoque de relâmpagos, Prêmio Bolsa Brasília de Produção Literária, 2002, DF; Ruínas ao sol, Prêmio Goyaz de Poesia, Ed. 7Letras, 2006; Safra quebrada, FAC, 2007. Publicou em 2008, com recursos do FAC/DF, o livro Momento Crítico, de textos críticos, crônicas e aforismos; Vagem de vidro, poesia, Brasília: Thesaurus Editora, 2013; Descolagem, antologia de poesia, Goiânia: Kelps, 2016, e Despegues y ressonancias, plaquete de poesia, Peru, Lima: Maribelina, Casa do Poeta Peruano, organização e apresentação de José Guillermo Vargas; Desmanche I e Poética e Andorinhas (textos críticos), em 2018; Desmanche I e Poética e Andorinhas, 2018, Brasília-DF. A UBE (GO) concedeu-lhe em 2011 o Troféu Tiokô. Membro da Academia de Letras, Artes e História de Silvânia e da Associação Nacional de Escritores (DF), da qual integra a diretoria.

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FAZER UM MOVIMENTO SEPARATISTA por SALOMÃO SOUSA https://redesina.com.br/fazer-um-movimento-separatista-por-salomao-sousa/ https://redesina.com.br/fazer-um-movimento-separatista-por-salomao-sousa/#respond Fri, 19 Apr 2019 14:00:31 +0000 http://redesina.com.br/?p=6225 Fazer um movimento separatista eu gostaria de me separar de minha chatice de minha desumanidade do meu desamor das acusações que passam pelas janelas do dia Aí eu sei de minha acolhida em qualquer vagão/voaria em qualquer espaço aéreo dos instantes integrados de Norte a Sul Fazer um movimento separatista Separar-me de minha segregação do …

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Fazer um movimento separatista
eu gostaria de me separar de minha chatice
de minha desumanidade
do meu desamor
das acusações que passam
pelas janelas do dia
Aí eu sei de minha acolhida
em qualquer vagão/voaria
em qualquer espaço aéreo
dos instantes integrados de Norte a Sul

Fazer um movimento separatista
Separar-me de minha segregação
do cancro de minha intolerância
da minha ganância fora dos contratos
de minhas gelosias do obscuro
Aí eu sei que por mim
e por outros das várzeas
e por outros dos varjões
tenho de dar meu trabalho
minha paz por um Peloponeso

Não é um egresso de uma cela
do DOI-CODI
e saberia o cheiro de um choque
e ele inventa histórias!
pois nada do que vivemos nunca
terá sangue ou dores
e ele inventa!
pois nada do que vivemos
jamais terá sangue num café
terá a identidade falsa
e ele inventa histórias!
no Araguaia não roçou
o ombro num rosto
não terá a bala perdida
na mãe de uma criança ao colo
ele inventa histórias
de uma criança colhendo espigas
no fundo do quintal
pois nada do que vivemos
nunca terá o rápido instante
do encanto de uma cobra
do rosto nos joelhos
de uma tribo de onde viemos
sem histórias
e ele inventa!
todos com ciúme
a frase de Stevenson
repetida por Borges
e ele inventa histórias!
não havia finais
adoção de alguém da tribo
— nada que se ouça
ou nada que se move

Aonde vou
vou filmando
com minhas maneiras de ver
O urubu na praia
O cachorro e o urubu
na praia de Boa Viagem
entre crianças
e preservativos
Disputam a cabeça
cheia de serrilhas
Seguia para mais distante
para fugir das ratazanas no quintal
E as ratazanas passeiam
no caminho das crianças em viagem
O varal a oriente do Palácio da Justiça.
Aguardam nus, ao lado da equipagem,
as roupas secarem ao sol,
os técnicos da filmagem
Moscas verdes lambem as merdas
O sol fede sobre o mijo

Vamos nos descobrir fora
Estar num círculo é ainda estar aprisionado
Seja de amizade ou família/colar definitivo
para agrupar os ossos no desenho
de trabalho/roldanas que retornam
com as deixas dos frutos agrupados
/ondas graves que rondam apenas na direção
de nosso gesto

Seja do quinino de quebrar a quieta
paisagem circular na íris
Onde se revoltarão os ventos
os fios que arregimentarão a força
de desmembrar as turbinas que circulam
fixas na traquinagem do metal
Chegar a futilidade de nos aprisionarmos
em outro gesto que não se harmoniza
com o abraço

Descobrirmos-nos descolados da mandala
Restos de arrecife que não servirão
de molde para a repetição
Ficar num círculo ainda é ser prisioneiro
Seja de tinta de arrancadas peças do molde
corais de um fígado/o gesto que se incorpora
ainda que nas riscas entre
duas estrelas soletradas

SALOMÃO SOUSA
Natural da zona rural de Silvânia (G), cidade em que completou seus estudos primário e ginasial. Chegou a Brasília em 1971, onde graduou em Jornalismo pelo UNICEUB. É funcionário público do Ministério da Fazenda. Exerceu as funções de assessor parlamentar nos extintos Ministérios do Trabalho e do Bem-Estar Social. Participou como convidado, em 2014, do VI Festival las Lenguas de América/Carlos Montemayor, do Centro Cultural Universitário, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), e, ainda, do IX Encuentro Internacional e XIV Nacional de poetas ”José Alberto López Coronado”, em 2016, em Chota, no Peru. Bibliografia: A moenda dos dias, 1979, DF; A moenda dos dias/O susto de viver, Ed. Civilização Brasileira 1980; Falo, 1986, DF; Criação de lodo, 1993, DF; Caderno de desapontamentos, 1994, DF; Estoque de relâmpagos, Prêmio Bolsa Brasília de Produção Literária, 2002, DF; Ruínas ao sol, Prêmio Goyaz de Poesia, Ed. 7Letras, 2006; Safra quebrada, FAC, 2007. Publicou em 2008, com recursos do FAC/DF, o livro Momento Crítico, de textos críticos, crônicas e aforismos; Vagem de vidro, poesia, Brasília: Thesaurus Editora, 2013; Descolagem, antologia de poesia, Goiânia: Kelps, 2016, e Despegues y ressonancias, plaquete de poesia, Peru, Lima: Maribelina, Casa do Poeta Peruano, organização e apresentação de José Guillermo Vargas; Desmanche I e Poética e Andorinhas (textos críticos), em 2018; Desmanche I e Poética e Andorinhas, 2018, Brasília-DF. A UBE (GO) concedeu-lhe em 2011 o Troféu Tiokô. Membro da Academia de Letras, Artes e História de Silvânia e da Associação Nacional de Escritores (DF), da qual integra a diretoria.

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Quem se preocupa? por SALOMÃO SOUSA https://redesina.com.br/quem-se-preocupa-por-salomaosousa/ https://redesina.com.br/quem-se-preocupa-por-salomaosousa/#respond Fri, 12 Apr 2019 14:00:48 +0000 http://redesina.com.br/?p=6219 Só tem o grande ditador porque tem a legião dos pequenos ditadores. Os pequenos ditadores pedem arma e o grande ditador providencia o arsenal. Os pequenos ditadores exigem uma única estrada e o grande ditador providencia uma legião de pequenos ditadores para cercar todas as demais estradas. Os pequenos ditadores querem todos rumo à mesma …

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Só tem o grande ditador porque tem a legião
dos pequenos ditadores.
Os pequenos ditadores pedem arma
e o grande ditador providencia o arsenal.
Os pequenos ditadores exigem uma única estrada
e o grande ditador providencia
uma legião de pequenos ditadores
para cercar todas as demais estradas.
Os pequenos ditadores querem
todos rumo à mesma catedral,
querem todos mostrando um só olho,
e o grande ditador define grandes campos
para aprisionar a criança que tem dois olhos,
a mãe que tinha a velha e limpa catedral,
quem podia calçar um sapato amarelo,
usar uma fita adesiva e dançar.
E os pequenos ditadores começam
a grande denúncia. – Separa aqui
os filhos dos pais, – organiza aqui a fila
– atira aqui no que arrasta sua miséria,
porque os pequenos ditadores
denunciam, e quando um pequeno ditador
quiser cortar um pedaço de sua manga
também será arrastado para o aprisionamento.
O grande ditador começa a ter medo
pois já matou dez, já aprisionou mil,
e passa a andar no meio de um exército de cem,
depois com um exército de dez mil,
e depois faz seus pronunciamentos
para um exército de milhares
que só podem ouvir um único canal
que repete o mesmo pronunciamento.
O grande ditador para se defender de um precisa de cem;
para se defender de cem,
precisa de um exército de dez mil.
E temos o grande medo e a grande desconfiança.
E temos as pequenas cartelas
para enfrentar as filas das pequenas rações.
E passam os anos e os pequenos ditadores
que não foram chamados para ser
assalariados na guarda do ditador
tem de começar todo um trabalho
para derrubar o ditador.
E começam a morrer os pequenos guardas ditadores
e os pequenos ditadores famintos, se não
morreram de fome, serão mortos no fuzilamento,
irão definhar com o rosto na cerca de arame.
Quem já guardou um pedaço de fita
para enfeitar o seio,
que guardou um olho para usar dois olhos?
Quem se preocupa com a mãe e o filho?
Quem se preocupa?
Se agora está sendo dependurado um gancho
por aquele que não se preocupa,
quem não se preocupa poderá um dia
estar dependurado num gancho.
Quem não se preocupa já perdeu um dos olhos.
Quem zela do segundo olho tem dois olhos.

 

SALOMÃO SOUSA
Natural da zona rural de Silvânia (G), cidade em que completou seus estudos primário e ginasial. Chegou a Brasília em 1971, onde graduou em Jornalismo pelo UNICEUB. É funcionário público do Ministério da Fazenda. Exerceu as funções de assessor parlamentar nos extintos Ministérios do Trabalho e do Bem-Estar Social. Participou como convidado, em 2014, do VI Festival las Lenguas de América/Carlos Montemayor, do Centro Cultural Universitário, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), e, ainda, do IX Encuentro Internacional e XIV Nacional de poetas ”José Alberto López Coronado”, em 2016, em Chota, no Peru. Bibliografia: A moenda dos dias, 1979, DF; A moenda dos dias/O susto de viver, Ed. Civilização Brasileira 1980; Falo, 1986, DF; Criação de lodo, 1993, DF; Caderno de desapontamentos, 1994, DF; Estoque de relâmpagos, Prêmio Bolsa Brasília de Produção Literária, 2002, DF; Ruínas ao sol, Prêmio Goyaz de Poesia, Ed. 7Letras, 2006; Safra quebrada, FAC, 2007. Publicou em 2008, com recursos do FAC/DF, o livro Momento Crítico, de textos críticos, crônicas e aforismos; Vagem de vidro, poesia, Brasília: Thesaurus Editora, 2013; Descolagem, antologia de poesia, Goiânia: Kelps, 2016, e Despegues y ressonancias, plaquete de poesia, Peru, Lima: Maribelina, Casa do Poeta Peruano, organização e apresentação de José Guillermo Vargas; Desmanche I e Poética e Andorinhas (textos críticos), em 2018; Desmanche I e Poética e Andorinhas, 2018, Brasília-DF. A UBE (GO) concedeu-lhe em 2011 o Troféu Tiokô. Membro da Academia de Letras, Artes e História de Silvânia e da Associação Nacional de Escritores (DF), da qual integra a diretoria.

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