Susane Kochhann, Autor em Rede Sina https://redesina.com.br/author/susane/ Comunicação fora do padrão Wed, 13 Apr 2022 13:29:41 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://redesina.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cropped-LOGO-SINA-V4-01-32x32.jpg Susane Kochhann, Autor em Rede Sina https://redesina.com.br/author/susane/ 32 32 Mostra reúne obras de 29 artistas visuais em homenagem ao centenário de Carlos Scliar no MASM https://redesina.com.br/mostra-reune-obras-de-29-artistas-visuais-em-homenagem-ao-centenario-de-carlos-scliar-no-masm-museu-de-arte-de-santa-maria/ https://redesina.com.br/mostra-reune-obras-de-29-artistas-visuais-em-homenagem-ao-centenario-de-carlos-scliar-no-masm-museu-de-arte-de-santa-maria/#respond Thu, 16 Jul 2020 03:30:36 +0000 https://redesina.com.br/?p=9600 "Carlos Scliar, uma homenagem ao centenário. Releituras." Conheça um pouco mais sobre a homenagem prestada ao artista Carlos Scliar através da exposição virtual "Carlos Scliar, uma homenagem ao centenário. – Releituras." com curadoria de Susane Kochhann e a participação dos artistas Bibiana Silveira, Byrata Lopes, Camila Dos Santos (Camila Vermelho), Carlos Rangel, Carmem Denardin, Carmen …

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"Carlos Scliar, uma homenagem ao centenário. Releituras."

Conheça um pouco mais sobre a homenagem prestada ao artista Carlos Scliar através da exposição virtual "Carlos Scliar, uma homenagem ao centenário. – Releituras." com curadoria de Susane Kochhann e a participação dos artistas Bibiana Silveira, Byrata Lopes, Camila Dos Santos (Camila Vermelho), Carlos Rangel, Carmem Denardin, Carmen Portugal, Dulce Centena, Elena Dalla Favera, Fernanda Beck Moro, Helena Macedo, Hélvia Schneider, Israel Caetano, Ive Flores, Jane Zofoli, Kalu Da Cunha Flores, Liane Marques, Lisianne Gonçalves, Luciano Santos, Luiz Tadeu Fleck, Marcia Binato, M. Flowers, Marilene Nunes, Maristel Nascimento, Melina Guterres, Polin Moreira, Rafael Itaqui, Rebeca Stummm, Susane Kochhann, Vani Foletto.

Posted by MASM Museu de Arte on Wednesday, July 15, 2020

Exposição: 

“CARLOS SCLIAR, UMA HOMENAGEM AO CENTENÁRIO – RELEITURAS”

Curadoria: Susane Kochhann

no Museu de Arte de Santa Maria – MASM

 

“As releituras criadas para a exposição “CARLOS SCLIAR, UMA HOMENAGEM AO CENTENÁRIO – RELEITURAS”, com a curadoria de Susane Kochhann, sugerem novas visões e interpretações tendo como referência a produção artística de Carlos Scliar (Santa Maria, RS, 1920 – Rio de Janeiro, RJ, 2001).

Nessa Mostra coletiva homenageamos e compartilhamos o resultado de um estudo repleto de ressignificações materializadas em diferentes suportes, técnicas e linguagens a partir do olhar sensível e intuitivo, legítimo e original de 29 artistas gaúchos, inspirados por Scliar.

Desenhista, gravurista, pintor, ilustrador, cenógrafo, roteirista e designer gráfico, o pintor modernista retratou a natureza-morta, a figura humana, objetos do seu cotidiano, a paisagem do Canal Itajuru, tema das obras. Nessa exposição de releituras marcadas pela contemporaneidade, a temática de Scliar reinventa-se a partir do estudo teórico e prático, da vivência, da cultura e estética de releituras.

E para corroborar a celebração no ano do centenário de Carlos Scliar a exposição virtual poderá ser apreciada através das redes sociais do MASM Museu de Arte de Santa Maria e nas redes dos artistas participantes:

BIBIANA SILVEIRA, BYRATA LOPES, CAMILA DOS SANTOS (CAMILA VERMELHO), CARLOS RANGEL, CARMEM DENARDIN, CARMEN PORTUGAL, DULCE CENTENA, ELENA DALLA FAVERA, FERNANDA BECK MORO, HELENA MACEDO, HÉLVIA SCHNEIDER, ISRAEL CAETANO, IVE FLORES, JANE ZOFOLI, KALU DA CUNHA FLORES, LIANE MARQUES, LISIANNE GONÇALVES, LUCIANO SANTOS, LUIZ TADEU FLECK, MARCIA BINATO, M. FLOWERS, MARILENE NUNES, MARISTEL NASCIMENTO, MELINA GUTERRES, POLIN MOREIRA, RAFAEL ITAQUI, REBECA STUMMM, SUSANE KOCHHANN, VANI FOLETTO.”

(texto divulgado pela curadora Susane Kochhann)


 

Veja também:

FEITO TINTA por Mel Inquieta

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Lembranças de Maria Herte por SUSANE KOCCHANN https://redesina.com.br/lembrancas-de-maria-herte-por-susane-kocchann/ https://redesina.com.br/lembrancas-de-maria-herte-por-susane-kocchann/#respond Mon, 27 Aug 2018 00:30:47 +0000 http://redesina.com.br/?p=4884 Foi a partir de fotografias de seus filhos que Maria Herte realizou uma série de gravuras em metal e litogravuras intitulada LEMBRANÇAS. Natural de Santiago, Maria é radicada em Santa Maria e trabalha com gravuras desde 2012. Através de um processo investigativo Maria encontrou liberdade para explorar possibilidades de técnicas e desconstruções de imagens figurativas, …

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Maria Herte

Foi a partir de fotografias de seus filhos que Maria Herte realizou uma série de gravuras em metal e litogravuras intitulada LEMBRANÇAS.
Natural de Santiago, Maria é radicada em Santa Maria e trabalha com gravuras desde 2012.
Através de um processo investigativo Maria encontrou liberdade para explorar possibilidades de técnicas e desconstruções de imagens figurativas, utilizando como referência a fotografia passando ao abstrato. Linhas formam vazados e conteúdo de formas as quais apresentam uma variedade de cores verdes, cinzas e terrosas. E assim Maria nos surpreende ao revelar imagens de memórias e as desconstrói, unindo técnica e intuição em novas re- construções num abstracionismo formal caracterizado pelo ritmo, expressão livre e utilizou-se do contraste proporcionado pelas cores complementares, dando assim, maior força expressiva à imagem.
Usou, com propriedade, as tonalidades de pigmentos de cores primárias com os tons complementares de laranja. E assim, criou uma vibração cromática e em impacto visual surpreendentes.
As obras representam tal como um trajeto ao interior da vida pessoal da artista, em termos de natureza quase que confessional. Nos deparamos com questões sobre si, sobre sua razão de existir, buscando identificar-se com uma nova e antiga realidade, do princípio da vida num universo natural de conteúdo expressivo e único.


Obra em destaque: Título “montanha mágica”
Ano: 2016
Linguagem: gravura em metal
Técnica agua-tinta
Obras de Maria Herte

 

 

 

Título: Iara
Gravura em metal

 

 

Susane Kochhann

 

 

Artista visual, curadora, marchand e produtora cultural. Atual presidente da associação dos artistas plásticos de Santa Maria (2016-2020), membro da diretoria cultural da assoc. Riograndense Francisco Lisboa em Porto Alegre e membro do Conselho Municipal de Política Cultural de Santa Maria, no segmento das Artes Visuais. Trabalha com cerâmica, estamparia têxtil, curadoria em exposições de artes e marchand.

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#SANTAMARIA: Expressões da Arte da Associação dos Artistas Plásticos https://redesina.com.br/santamaria-expressoes-da-arte-da-associacao-dos-artistas-plasticos/ https://redesina.com.br/santamaria-expressoes-da-arte-da-associacao-dos-artistas-plasticos/#respond Sat, 25 Aug 2018 02:06:26 +0000 http://redesina.com.br/?p=5007 A partir do dia 23/08 na galeria Artestilo, em Santa Maria, na rua Felipe de Oliveira, 620, Centro. Falar de expressão é tentar entender a variedade e convivência de ideias, manifestações, impressões, externalizações, características, estilos, ou elementos diferentes entre si em determinados contextos, ambientes e situações. Existe a tentativa de expressão, comunicação, ação, e criação …

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Performance com Arte Vestível, de Susane Kochhann.
Título da Obra: Relicário II

A partir do dia 23/08 na galeria Artestilo, em Santa Maria, na rua Felipe de Oliveira, 620, Centro.

Falar de expressão é tentar entender a variedade e convivência de ideias, manifestações, impressões, externalizações, características, estilos, ou elementos diferentes entre si em determinados contextos, ambientes e situações. Existe a tentativa de expressão, comunicação, ação, e criação da arte. A ideia de diversidade que apreciamos na exposição da Associação dos Artistas Plásticos de Santa Maria está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. Na exposição “Expressões da Arte”, observamos os diferentes posicionamentos dos artistas na vida e na própria arte, e que, algumas vezes, também podem ser encontrados na sintonia dos opostos, no cruzamento de divergências, ou ainda, na convivência entre as diferentes percepções. Tais elementos são representados através de imagens em pinturas, fotografias, desenhos e bordados, arte vestível, escultura em metal e objetos cerâmicos com suporte na madeira. A exposição abrange as mais diversas cores, texturas, materiais, processos e vivências.  A curadoria é de Susane Kochhann.

Artistas participantes:
Angelina Moraes
Carmem Denardim
Carmen Portugal
Cármen Irion
Elena Dalla Favera
Fabiane Aires
Gloria Mello Romero
Haddad Gi
Irene de Mesquita
Leda Marzari
Liane Marques
Liliane Mancebo
Luiza Arrua Pacheco
Márcia Binato
Márcia Vendrusculo
Maria Herte
Marília Chartune
Maristel Nascimento
Marilene Nunes
Marlon Viana
Patrícia Felden
Paulo Roberto de Christo
Roger Pereyron
Susane Kochhann
Teruko Mezzomo
Terezinha Mor
Vanuza Coelho
Zuleica Moutinho

arte e estilo

Obra de Susane Kochhann,
Título: Submissão
Essa obra possui uma referência no abuso sexual, estupro…

 

Susane Kochhann

 

 

Artista visual, curadora, marchand e produtora cultural. Atual presidente da associação dos artistas plásticos de Santa Maria (2016-2020), membro da diretoria cultural da assoc. Riograndense Francisco Lisboa em Porto Alegre e membro do Conselho Municipal de Política Cultural de Santa Maria, no segmento das Artes Visuais. Trabalha com cerâmica, estamparia têxtil, curadoria em exposições de artes e marchand.

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De 25/07 a 08/08: Exposição de arte MATÉRIA-PRIMA de Susane Kochhann https://redesina.com.br/de-25-07-a-08-08-exposicao-de-arte-materia-prima-de-susane-kochhann-na-sala-eduardo-trevisan-da-camara-de-vereadores-de-santa-maria/ https://redesina.com.br/de-25-07-a-08-08-exposicao-de-arte-materia-prima-de-susane-kochhann-na-sala-eduardo-trevisan-da-camara-de-vereadores-de-santa-maria/#respond Wed, 25 Jul 2018 15:03:17 +0000 http://redesina.com.br/?p=4427 De 25/07 a 08/08: Exposição de arte MATÉRIA-PRIMA de Susane Kochhann na Sala Eduardo Trevisan da Câmara de Vereadores de Santa Maria Sobre a exposição “Matéria-Prima”, por Susane Kochhann “Desenvolvi uma pesquisa nas artes visuais com a temática da minha dissertação do mestrado na Engenharia de Produção, sobre produção de etanol a partir do sorgo …

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De 25/07 a 08/08:

Exposição de arte MATÉRIA-PRIMA de Susane Kochhann na Sala Eduardo Trevisan da Câmara de Vereadores de Santa Maria

Sobre a exposição “Matéria-Prima”, por Susane Kochhann

“Desenvolvi uma pesquisa nas artes visuais com a temática da minha dissertação do mestrado na Engenharia de Produção, sobre produção de etanol a partir do sorgo e outras culturas. Logo no início da faculdade de artes no ateliê de cerâmica fiz minhas primeiras experimentações com argila e em seguida no desenho, pintura, gravura e instalações. Questões relacionadas a plantas e a terra sempre estiveram muito presentes em meus trabalhos, seja como temática principal ou pigmentos de cores que retirei delas para a construção do meu processo criativo.
O conjunto de obras forma uma série de pinturas em tela com as características pictóricas próprias que também podem ser vistas na minha pesquisa poética na cerâmica. Os tons ocres, marrons e cinzas desenham, desconstroem e abstraem a figura orgânica das plantas supracitadas, e no traço do pincel visualizamos infinitas possibilidades de criações. A técnica da monotipia é empregada na proposta do trabalho inédito, acentuando e marcando os traços com pigmentos orgânicos extraídos do ambiente natural, num processo ritualístico, autêntico e espontâneo.”

 

Crédito das imagens: Susane Kochhann

Por Jânio Davila:
Matéria-prima. Substância de origem animal, vegetal ou mineral, que transformada, através da técnica, se torna alimento, utensilio, artificio, arte… Susane Kochhann, na exposição intitulada Matéria-Prima, subverte à lógica destas classificações e cria uma obra de mão dupla, onde a representação é ao mesmo temo artificio e matéria-prima. O sorgo e o milho, culturas de grande importância na economia brasileira, através dos processos de desconstrução de Susane, deixam o lugar comum de simples matéria-prima e são elevadas, também, à categoria de arte. O trabalho da artista não busca soluções para as classificações comuns do cotidiano. Afinal, qual é a matéria- prima de Susane? As tintas? A inspiração? As próprias culturas representadas? Menos que responder à estas questões, o conjunto de 18 obras busca embaralhar os limites entre matéria-prima e artificio.
A partir de tais ideias, Susane Kochhann convida para a exposição de artes na Sala Eduardo Trevisan, na Câmara de Vereadores de Santa Maria, de 25/07 a 08/08.

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“Missão/Missões – Como construir uma catedral” obra de Cildo Meireles por SUSANE KOCHHANN https://redesina.com.br/missao-missoes-como-construir-uma-catedral-obra-de-cildo-meireles/ https://redesina.com.br/missao-missoes-como-construir-uma-catedral-obra-de-cildo-meireles/#comments Thu, 12 Jul 2018 00:06:12 +0000 http://redesina.com.br/?p=4388 Cildo Meireles surgiu como artista em meados dos anos 60, transitando entre a produção neoconcreta no Brasil e a arte conceitual internacional. Suas obras apresentam, ao mesmo tempo, a liberdade de formas, o rigor de concepção e um sólido conteúdo ideológico em uma época onde os artistas latino-americanos se mostram sensíveis aos perigos da globalização …

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Cildo Meireles surgiu como artista em meados dos anos 60, transitando entre a produção neoconcreta no Brasil e a arte conceitual internacional. Suas obras apresentam, ao mesmo tempo, a liberdade de formas, o rigor de concepção e um sólido conteúdo ideológico em uma época onde os artistas latino-americanos se mostram sensíveis aos perigos da globalização econômica e cultural.

A obra em destaque é uma instalação do artista Cildo Meireles Missão/Missões – Como construir uma catedral, realizada em 1987, e retrata as Missões Jesuíticas onde a conversão dos índios combinou-se com uma violência que quase os exterminou. De grande apelo dramático, a obra é uma instalação constituída por ossos, hóstias e moedas. Os ossos parecem flutuar sobre as moedas que estão dispostas no piso, mas conectados por uma coluna de hóstias, possuindo um discurso tanto social e político quanto espiritual.

A instalação do artista visual Cildo Meireles: Missão/Missões – Como construir uma catedral, realizada em 1987, possui a dimensão de 236cm x 51cm x 51cm e pertence ao acervo Daros-Latinamerica, em Zurique, na Suíça. Retrata as Missões Jesuítas iniciadas em 1610 no Brasil, no Paraguai e na Argentina e simboliza a tentativa dos missionários de evangelizar e converter ao cristianismo os índios nativos da região. Para a execução desta obra, Cildo Meireles realizou um piso feito de 600 mil moedas de um centavo, ligadas a um teto feito de 2 mil ossos de boi por uma coluna branca de 800 hóstias, 86 pedras de 50 x 50 cm e tecido preto (jersey). As moedas se estendem sob um teto de ossos, sendo que os dois elementos estão unidos por uma coluna de hóstias. Trata-se de um dos principais trabalhos do artista que, a partir dela, passa a ser solicitado no circuito internacional de arte.

• O artista

Pioneiro na arte instalação, Cildo Meireles adotou a Arte Conceitual como forma de expressão, também pela liberdade de não seguir estilos definidos e utilizar materiais diferentes a cada trabalho, sem descaracterizar sua escrita e reflexões que realiza. É considerado um dos artistas mais relevantes no contexto da arte conceitual contemporânea em todo o mundo. Em seu trabalho valoriza a diversidade de suportes, técnicas e materiais, apontando quase sempre para questões relacionadas à natureza política e social. E também por explorar ideias de espaço e circulação em suas obras.
Para o melhor entendimento do contexto em que Cildo Meireles viveu na época da criação da obra em destaque, é necessária uma análise mais profunda do que a meramente visual. É ter, como afirma Kunzler (2010), um olhar para a vida da sociedade, atento às nuances, cores, pensamentos, ações e diversidades que nela estão contidas.
A sociedade brasileira viveu naquele período a virada dos anos 70, marcada pela ditadura política instalada no poder desde o golpe militar de 1964. O estabelecimento da censura, a suspensão dos direitos individuais e a tortura marcaram uma época, resultando em um conjunto significativo de obras, atitudes, comportamentos, exposições e eventos de arte.
Cildo Meireles surgiu como artista em meados dos anos 60, transitando entre a produção neoconcreta no Brasil e a arte conceitual internacional. Suas obras apresentam, ao mesmo tempo, a liberdade de formas, o rigor de concepção e um sólido conteúdo ideológico em uma época onde os artistas latino-americanos se mostram sensíveis aos perigos da globalização econômica e cultural. A geração que se criou na década do conformismo social e no contexto do medo ao “outro” derivado da guerra fria passou a questionar as autoridades, os valores e as instituições de poder estabelecido. Em um discurso anti-guerra, de liberdade, as manifestações criativas surgiram em forma de ativismo cultural. Em uma tentativa de desafiar, explorar ou excluir as fronteiras e as hierarquias que definem tradicionalmente a cultura representada pelo poder, surgiram os impulsos socio-políticos e tecnológicos unindo as estéticas democratizadoras com o ativismo político. Com base na arte conceitual e no pós-modernismo crítico, a arte ativista expandiu as fronteiras entre a arte e o público redefinindo o papel do artista. A participação do público e a importância do processo de criação surgiram como estratégias do pensamento da arte como noções expandidas.
Apossibilidade de sempre começar algo novo, a partir de quase nada, presente na Arte Conceitual, é algo em que Cildo Meireles valoriza, como diz Gomes(2015). Cildo considera a Arte Conceitual a poética mais democrática dentre todas as outras, e por não depender de nenhuma materialidade ou linguagem específica é possível fazer arte mesmo em condições de precariedade material. Avesso à ideia de estilo, em suas produções fornece a cada ideia uma formalização absolutamente diferente da anterior. São obras que não são pautadas por um estilo e não se separam da escrita e das reflexões que o artista realiza. Assim, o artista evidencia de que exerce considerações fundamentais sobre seu próprio processo de criação.

A obra

A obra “Missão/Missões – Como Construir Catedrais” faz referência à opressão política e religiosa, demonstra uma relação de conhecimento histórico e social. É uma instalação de alto impacto dramático e retrata as missões jesuíticas, no qual o alto custo de conversão dos índios combinou-se com uma violência que quase os exterminou. O elo entre as duas estruturas, uma feita de ossos e outra de moedas, é feito de hóstias que liga o chão de ouro ao céu macabro, discutindo relações de poder da Igreja.
Com uma teatralidade barroca, a instalação tem um aspecto de templo, uma metáfora da igreja católica como lugar onde o homem se une a Deus, a preparação espiritual através da arquitetura. Trabalha com uma visibilidade da noção física de dinheiro.
Observa-se o conjunto de ossos formando uma estrutura presa ao teto. No piso as moedas foram colocadas num espaço definido delimitado por pedras, sem qualquer ordem, ou seja, totalmente soltas. Entre estas duas estruturas montadas uma sobre a outra, encontra-se uma coluna de hóstias que possui a intenção de ligação ou conexão entre estes dois elementos. . A instalação foi realizada em um ambiente escuro, e sobre a estrutura de ossos foi projetada uma iluminação na parte central da instalação. Na região periférica da instalação a iluminação contrasta com o centro, causando uma atmosfera de estar em um local sagrado.
Cada material possui uma função ou representação bem definida. Os ossos remetem ao poder espiritual enquanto as moedas, o material. A cortina de transparência sutil causa uma atmosfera que provoca uma sensação de estar em um local sagrado. A luz projetada no centro destaca a coluna de hóstias empilhadas que simbolicamente ligam o céu a terra, os ossos parecem flutuar no ambiente sobre as moedas expostas no chão.
A instalação nos provoca sensações diversas, pois ali existe muito mais do que um discurso político e social. É como se Cildo Meireles nos transportasse para uma dimensão espiritual paralela a nossa. Os elementos de força que compõem a obra e a luz projetada transformam o ambiente em algo sagrado e ao mesmo tempo profano.
A obra do artista faz-nos perceber as possibilidades de linguagens, materiais não convencionais utilizados em produções artísticas, e de como explorar ideias de espaço e circulação das obras. Analisando a obra em destaque foi possível perceber o discurso poético do artista e de como ele se identifica e explora o sentido da Arte Conceitual. Faz-nos refletir sobre as vivências que tivemos, ideias, processo criativo, entre outras.

Bibliografias Consultadas:

FARTHING, Stephen, Tudo sobre arte – Os movimentos e as obras mais importantes de todos os tempos. Rio de Janeiro, ed. Sextante: 2011.

FERREIRA, J.J.; VILELA, L. Cildo Meireles: arte política e globalização. Revista Ciclos, Florianópolis, V. 2, N. 4, Ano 2, Fevereiro de 2015.

GOMES, G.M. Uma escuta para a finitude: ensaio sobre RIO OIR de Cildo Meireles. Dissertação – Mestrado Programa de Pós Graduação em Psicologia. Área de concentração: Psicologia Social e do Trabalho. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo: 2015. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-10082015-113053/en.php

Galeria Cildo Meireles

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10593/cildo-meireles

KUNZLER, N.A. A arte visual no mundo contemporâneo. Revista Digital do LAV – Ano III – Número 05 – Setembro de 2010. http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/revislav/article/view/2133/1295. Acessado em 07/09/2015

 

Susane Kochhann

 

 

Artista visual, curadora, marchand e produtora cultural. Atual presidente da associação dos artistas plásticos de Santa Maria (2016-2020), membro da diretoria cultural da assoc. Riograndense Francisco Lisboa em Porto Alegre e membro do Conselho Municipal de Política Cultural de Santa Maria, no segmento das Artes Visuais. Trabalha com cerâmica, estamparia têxtil, curadoria em exposições de artes e marchand.

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