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Bairro nobre da cidade carioca situa-se na zona sul do Rio de Janeiro. É habitado por moradores da classe alta ou média-alta e freqüentado por turistas de todos os cantos do mundo. O bairro ficou famoso após ter sido referência na canção “Garota de Ipanema”, composta pelos amigos Vinicius de Moraes e Tom Jobim.
Antes da colonização a larga faixa de terra e areia que se situa-se entre o mar e a lagoa Rodrigo de Freitas, hoje Ipanema, era apenas um paraíso freqüentado ocasionalmente pelos primitivos habitantes da aldeia Kariané.
O Bairro nasceu com a fundação da Vila Ipanema, em 1894. Seu nome foi dado em homenagem ao Comendador Moreira filho, 2o Barão de Ipanema (Empresário do ramo imobiliário, recebeu o baronato em 1899. Entrou em decadência ao longo dos anos) e a seu pai Conde de Ipanema (José Antonio Moreira – Industrial brasileiro do ramos da metalúrgica, recebeu o 1º Baronato em 1847 e em fevereiro de 1868 o condado por decreto. Ergueu a fábrica de ferro de Ipanema, em Sorocaba), que junto a seu sócio, o Coronel Antonio José da Silva, se incumbiram de urbanizar a área. Apesar de Ipanema ter-se desenvolvido primeiro que o Leblon, as terras também pertenceram ao francês Charles Le Blond, que vendeu os lotes a Francisco José Filho, que por sua vez os vendeu ao conde de Ipanema em 1878.
Interessado no lote
amento da região, o conde de Ipanema configurou as praças Marechal Floriano Peixoto (Atual Praça General Osório) e Coronel Valadares (Atual Nossa Senhora da Paz), abriu a Avenida Vieira Souto, as ruas Alberto de Campos, Farme de Amoedo, Prudente de Morais, Nascimento Silva, Montenegro (Atual Vinícius de Moraes), Vinte de Novembro (Avenida Visconde de Pirajá), Quatro de Dezembro (Hoje Teixeira de Melo), Dezesseis de Novembro (Jangadeiros), Vinte e Oito de Agosto (Barão da Torre), entre outras. Ainda pensando nas melhorias, o bonde chegou a Vila de Ipanema em 1902, mas ainda nessa época a vila contava com 118 residências e seus moradores tinham que enfrentar alagados e a existência de vários focos de mosquitos.
Diversas ruas de Ipanema tiveram seus nomes dados em homenagem à família do sócio do Barão, como: Dario Silva (Atual Aníbal de Mendonça), Pedro Silva (Atual Garcia D’Ávila), Otávio Silva (Atual Maria Quitéria), Oscar Silva (Atual Joana Angélica) e Irineu Silva, que deixou de existir. Todos sócios de empreendimentos imobiliários da urbanização das áreas que deram origem ao Bairro. Outras ruas homenageavam amigos do Barão, como: Alberto de Campos (Genro do Barão), Montenegro (Outro genro do Barão), que é a atual Vinícius de Moraes e a Rua Visconde de Pirajá que se chamava Rua 20 de Novembro, também em homenagem ao Barão.
No início do século XX, mais precisamente em 08 de julho de 1906, um fato curioso acontecera nas areias de Ipanema. O local serviria de palco para um duelo, onde dois opositores resolveram lavar suas honras a bala.
Conta a história que o senador gaúcho Pinheiro Machado duelou com o jornalista e diretor do Jornal Correio da Manhã, Edmundo Bittencourt, nas areias de Ipanema.
O fato ocorreu durante o governo do Presidente Afonso Pena. Pinheiro Machado era um político conservador e sentiu-se ofendido com relação ao que o jornal Correio da Manhã escrevia sobre ele. Este então desafiou publicamente o redator-chefe do Jornal, propondo um duelo em resposta às ofensas.
Foi escolhido um lugar distante, e o duelo ocorreu na presença de testemunhas, nas areias da praia, mais precisamente na então Av. Vieira Souto. Ambos se posicionaram estando um de costas para o outro, e se afastaram 10 passos, se voltaram então um para o outro e atiraram. O senador Pinheiro Machado se saiu melhor e Edmundo Bittencourt ficou ligeiramente ferido com um tiro de pistola que acertou a lateral dos quadris.
Em 1922, o Prefeito Carlos Sampaio, foi incumbido de preparar a cidade para as comemorações do Centenário da Independência, nesta época os nomes das ruas foram mudados, para homenagear brasileiros que tiveram participação ativa nas lutas pela Independência.
O período de maior adensamento do bairro se deu a partir dos anos 60, quando houve o avanço da especulação imobiliária sobre o bairro, substituindo casas por edifícios. Os preços dos imóveis disparam e Ipanema passa a ser um dos bairros mais caros do Rio de Janeiro. Sinônimo de vanguarda, nos anos 60 e 70 Ipanema é palco do Tropicalismo, da Bossa-Nova, do Pasquim, do Teatro de Ipanema, da tanga e do top-less.
A partir dos anos 1990, passou a ser freqüentado pela comunidade homossexual de todo o Rio de Janeiro. Atualmente, conta com diversas atrações que buscam cativar este público, tanto na Praia de Ipanema quanto no bairro, como por exemplo na rua Farme de Amoedo. Atualmente o Bairro é local de residência de pessoas abastadas, tendo apartamentos de alto luxo, principalmente na beira-mar, que juntamente com o Leblon forma a região de residências mais caras da cidade. Hoje, Ipanema é um dos Bairros mais sofisticados e elegantes do Rio de Janeiro.
