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ENTREVISTA: CAROLINA BERGER (performer)

Performance, na minha concepção é quando usamos o corpo e suas potencialidades expressivas para criar uma poética a partir de limites que impomos a nossa presença, ao vivo, sempre compartilhando a essência da obra com o público.

Carolina Berger é artista multimídia e performer com carreira em pesquisa e docência – Doutora em Meios e Processos Audiovisuais, na ECA-USP, mestre em Documentário Cinematográfico na Universidad del Cine – Buenos Aires (AR) e graduada em jornalismo pela UFSM. Com prêmios nacionais e internacionais para suas obras audiovisuais documentais (Herança e Paragem do Tempo), a artista realizou estágio de pesquisa e estreia internacional #LiveLivingPerformanceProject | Awakening Performance em Singapura, em 2015, orientada pelo ator e diretor Steve Dixon, reitor da LASALLE College of the Arts.

No doutorado, Carolina Berger criou #LiveLivingPerformanceProject, obra de literatura e performance multimídia, na qual interpreta uma tríade feminina C.B. (Performer), Madame C. Bécamier (heterônimo literário) e Lícia D. B. (personagem alterego), criando uma mitologia pessoal, conceitualmente fundamentada por uma extensa carreira de pesquisa. O projeto discute temas como liberdade consciente, padronização dos modos de vida e do corpo feminino na atualidade.

Como diretora, dirigiu o documentário Herança (2007, 25min, DVCAM ), curta-metragem cujo argumento foi premiado no Concurso NUFF Global Change (Nordic Youth Film Festival), prêmio internacional para financiamento de projetos sobre mudanças climáticas. Herança recebe premiação de Melhor VídeoDocumentário Independente no Gramado Cine Vídeo, e Melhor Documentário Nacional no Santa Maria Vídeo e Cinema, entre outros. Herança foi também selecionado para fazer parte de vários festivais internacionais, tendo sido exibido em países como Espanha, República Tcheca e Indonésia. Em 2008 vence, no Rio Grande do Sul, o concurso DOCTV IV e realiza o documentário Paragem do tempo, produzido para a série DOCTV Brasil.

Atualmente vive em São Paulo onde leciona em universidades e organiza oficinas de performances. Confira a entrevista:

REDE SINA: Quando começou o seu interesse por cinema? Como foi vivenciar essas experiências?

CAROLINA BERGER – Começa com o interesse em fotografia e literatura, ainda na faculdade. E acontece na prática, quando nosso querido diretor Sérgio de Assis Brasil convida um grupo de alunos para participar de seu projeto do Manhã Transfigurada. De aí para frente participo em muitas produções audiovisuais, sempre em equipe de direção. Aprendo e realizo muito. O cinema para mim foi a porta de entrada para a arte coletiva, do diálogo, da criação com respeito a cada um e ao detalhe. O valor é inestimável: imaginar e criar um universo a partir de uma força coletiva. Tudo tem um caminho, uma solução, uma via poética.

REDE SINA: O que é performance e como você trabalha?

Foto: Camila Fontenell

Performance, na minha concepção é quando usamos o corpo e suas potencialidades expressivas para criar uma poética a partir de limites que impomos a nossa presença, ao vivo, e muitas vezes em tempo real. É uma questão ampla, mas que acredito que abre espaço para dialogarmos sobre este território sem fronteiras, onde manifesta-se a hibridez nas artes. No meu caso, desenvolvo trabalhos de performance intermídia. São obras que incorporam linguagem do audiovisual em trabalhos de corpo, ao vivo, com a presença do público. É uma situação de troca, de estar COM e ENTRE. Hoje estou trabalhando no conceito e na prática de alterperformance, cuja essência relaciona-se com inúmeros trabalhos nos quais a poética inclui público na obra, mídia corpo e mídia digital.

REDE SINA: O que considera poesia e como ela transita no seu trabalho?

O tudo e o nada. A essência! Ela transita em todos os poros e movimentos de meu trabalho. Desde a poética, passando pela técnica e pelos recursos expressivos que uso.

REDE SINA: Quando e como foi o trânsito para performance?

Quando começo a pesquisar audiovisual ao vivo. E a partir do momento que percebo, na obra de performers como Nástio Mosquito (Angola) uma conexão possível entre presença no espaço performático e na tela. Foi a partir da performance intermídia que consegui perceber minhas origens na arte da performance, quando declamava poemas de Vinícius de Moraes e composições de Caetano Veloso, ainda no ensino médio. Minha poética, na verdade começa lá, quando uno artes do corpo às artes das imagens em movimento.

REDE SINA: E o jornalismo? Ainda pensa em voltar a fazer documentários?

Foto: Camila Fontenell

Nem todo documentário é jornalístico. Existem inúmeros estilos de documentário. Só fiz documentários mais jornalísticos muito no início de minhas práticas. Por hora, a minha fase como realizadoras de documentários está decantando. Talvez volte, não sei. Sou artista e meu trabalhos são criados de acordo com minhas experimentações ou pesquisas em poética.

REDE SINA: O que pretende passar ao público na suas performances?

União, interdependência entre tudo e todos. Paz. Leveza e força. Tudo o que compõe os princípios da arte que harmonize as relações, as dificuldades da condição humana. No fundo, minha maior inspiração sempre foi a natureza, o tanto que ela tem a nos ensinar pelo convívio comum e pela diversidade cultural.

REDE SINA: Qual a diferença de um ator a de um performance?

Em essência, no sentido do que mobilizam em sua mente corporificada, pode ser a mes

Foto: Rafael Avancini

ma arte. Lembrando que arte é técnica, ou seja, artefatos, ferramentas e meios que escolhemos para expressar um conceito, uma história, uma premissa que queremos compartilhar com o público.

Interpretar um outro, criado por outro é a essência do trabalho do ator. Interpretar a si mesmo, a partir de certos limites que são por si mesmo ou por alguém que compartilha do mesmo conceito, é uma chave para o trabalho do performer. De qualquer forma, em muitas culturas (em países asiáticos, por exemplo), quem usa o corpo em seu trabalho é performer, podendo ser tanto interprete quando aquele que coloca em ação um princípio.

É um tema controverso, mas que acredito ter muitas formas de pensar, pois há tantas vertentes em performance, assim como há muitas formas de artes dramáticas. Minha opinião parte de minha pesquisa e experiência, e poderá mudar ao longo de minha jornada.

REDE SINA: Você também atua?

Depende da forma como isso é pensado. Fiz curtas-metragens, mas não tenho DRT de atriz nem me considero “atriz”. Sou performer.

REDE SINA: Como é se auto-dirigir?

É buscar os limites e respeitar os espaços de nossa expressão. É ir na essência de uma poética e repetir, repetir, sempre transformando-se pelo que recebe, troca, sente e dialoga com o público. Sempre vou colocar o público em primeiro lugar. Com a técnica tomo consciência do corpo-mídia. Com o público, recebo as verdades que minha a arte produz.

REDE SINA: Quais são seus planos futuros?

Foto: Camila Fontenell

Seguir com projetos de performance intermídia e compartilhar meus conhecimentos com pessoas interessadas. Parto do princípio de que a arte é união. Faço arte COM artistas e COM o público. Neste sentido criei o #DigitalSelfMediaLab, laboratório de poéticas em performance intermídia. E é focada nesta tendência da performance contemporânea que sigo criando projetos.

REDE SINA: Qual sua sina?

Promover uma cultura de diálogo, união, paz e respeito a todas as formas de vida através da arte. E sempre avante, com leveza!

 

 

 

Mais sobre em: http://carolinaberger.com.br

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