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ENTREVISTA: CARLOS MALTA (flautista e compositor)

por Ugo Medeiros (Coluna Blues Rock)

“Isso que nós chamamos de música é um presente do universo para esse planeta”. Um depoimento desse me consola quando percebo que estou nessa atividade de crítica/pesquisa musical há quase dez anos sem receber um tostão. apesar do trabalho ser voluntário, quase filantrópico, ele me proporciona momentos mágicos, como entrevistar o fantástico Carlos Malta. E por duas vezes.

 Simpático, atencioso, humilde, todas características que lhe são inerentes, sempre fazendo o possível para atender um profissional de imprensa  renomado ou desconhecido. Nesse caso, conversando com uma pessoa que sequer faz parte da mídia jornalística. Grande conhecedor da Música, sim, com maiúscula, Carlos Malta é um estudioso, sempre preocupado com a investigação das origens e desdobramentos musicais. Por isso mesmo é crítico quando tem que ser, “Esse é um grande erro da nossa civilização ocidental, considerar que compositores mortos há mais de cem anos como eruditos. Digo, é um grande erro da civilização dita culturalmente desenvolvida cultuar o antigo e rebaixar o que é popular. Veja só, a música clássica indiana é algo muito recente e sequer é escrita, é toda ela improvisada”.

   O samba, o choro, o jazz e o blues. Estilos. Mas, por isso, tornam-se dogmas fechados incapazes de adaptações? Negativo! Para o escultor dos ventos da música brasileira tudo é possível. Explicações sobre a gênese do samba, comparações com a pobreza e o racismo aos quais os negros eram submetidos. Informações históricas e sonoridades didáticas para melhor ilustrar, sempre traduzindo a dúvida através do idioma universal da Música.

  Uma entrevista especial, com doses extras de carinho. Ou seria Carinhoso? Aquela de Pixinguinha? Sim, também!, “Pixinguinha nunca pensou que seria um dos maiores representantes do não-racismo, do que é ser universal”. Carlos Malta é puro amor, Carlos Malta é a Música em estado primário e suave.

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Ugo Medeiros – Sr. Malta, primeiramente, muito obrigado por arrumar um tempo e realizarmos essa entrevista! Na última vez que conversamos, lá no Festival de Rio das Ostras, o papo foi sobre o equilíbrio, a proximidade ou não, entre o popular e o erudito. Hoje ficarei mais na música popular, ou dita popular. Estou pesquisando e escrevendo um projeto sobre as semelhanças, uma comparação, entre a música brasileira e a americana. Ontem escutei durante quase uma hora Tico-tico no fubá, um choro. Investigando, vi que o choro teve sua origem na polca. E no mesmo dia, conversando com um bluesman americano, percebi que o ragtime também teve a sua formação a partir da polca. Afinal, o que é a polca?

Carlos Malta – A polca é uma dança europeia, veio com os colonizadores. Não é apenas um estilo, é uma forma de dança. Por exemplo, existe samba-canção, samba, pagode, partido alto… e no final é tudo samba. A polca também tem várias variações, teve maior influência da música europeia, dita erudita, mas na época era popular. Esse é um grande erro da nossa civilização ocidental, considerar que compositores mortos há mais de cem anos como eruditos. Digo, é um grande erro da civilização dita culturalmente desenvolvida cultuar o antigo e rebaixar o que é popular. Veja só, a música clássica indiana é algo muito recente e sequer é escrita, é toda ela improvisada. Teatros com maior tradição apresentam uma programação toda voltada para a música centenária. Ano passado consegui tocar no Theatro Municipal, Rio de Janeiro, e o fiz com música popular, que é a de hoje. A música popular também exige uma erudição, todo tipo de música passa pela erudição, que é o estudo. É erudita pela dificuldade técnica, traduz uma época, um batuque. Se você colocar um tambor junto com esse piano que você ouviu em Tico-tico no fubá, verá que existe uma relação entre os graves, médios e agudos:

Tá entendendo? O batuque se traduz na melodia através de notas médias, graves e agudas. O que houve com o choro, o ragtime, o jazz e outros estilos foi uma tradução, na verdade, uma tentativa de traduzir o batuque. Nessas culturas que têm o batuque como o centro da sua musicalidade, ele é o responsável por levar o sujeito ao transe, receber a divindade. A força desse batuque se espalhou para os outros instrumentos. Os escravos negros nos EUA eram proibidos de batucar, pois os senhores, os chefes das fazendas, tinham medo que eles ficassem possuídos, ficassem mais fortes. Colocavam os negros para tocar outros instrumentos ou para cantar. E o que os escravos faziam era colocar, adaptar, o batuque aos novos instrumentos:

Isso foi uma forma dos negros driblarem a proibição através do que lhes era permitido. Ao mesmo tempo que isso acontecia nos EUA, também no Brasil. A grande diferença é a percepção e a forma de escrever:

O sapateado também veio da África. Há vídeos de tribos com crianças que são espetaculares, fazem todo o movimento dos pés que depois estaria no sapateado. O Sapateado não é uma arte de dança americana. Ele tem origem na África e foi aperfeiçoada nos EUA, desenvolvida pela coisa do Fred Astaire. Quando falamos em berço da cultura musical é a Africa, fato. A gente tem uma certa mania de achar que aqui no continente americano não existia música, mas tem um sério problema: boa parte da música deles foi morta junto com aqueles nativos. Eles foram exterminados, dizimados. Foi uma tentativa de extinção dos povos indígenas pelos colonizadores, talvez até maior do que durante a Segunda Guerra. Em Nova Iorque, naquela ilha que está a Estátua da Liberdade, tem um museu que contabiliza a quantidade de índios (de cada uma das tribos) dizimados, passa dos milhões! Se juntar com os do Brasil, então… Tenho certeza que existia uma cultura musical, na real, ainda existe, como pude documentar no meu filme Xingu, Cariri, Caruaru, Carioca. Filmando com os Cuicuros (Xingu, Mato Grosso do Sul) vi que eles têm passos de dança usando os pés, batendo na terra como se fosse sapateado. Além de uma cultura flautista espetacular que está longe de ser selvagem ou primitiva. Aprendemos errado no colégio, infelizmente. Temos que estudar, como você faz, para esclarecer, termos ideia de onde veio o baião, por exemplo. Essas relação entre as músicas populares da América do Norte  e as daqui é a prova de que todas passam por muita influência da música branca europeia, da negra, assim como a dos ciganos, povos nômades que vinham nos navios (provavelmente trabalhando na segunda e na terceira classes).

UM – Seguindo essa linha do batuque, havia um estilo pré-blues que o influenciou demais, chamado fife & drum. É impressionante, como ele é parecido com a Banda de Pífano de Caruaru! Já mostrei coisas da banda de Caruaru para alguns bluesmen negros dos EUA e eles piraram!

CM – É isso aí! É o que estou te falando, o instrumental é parecido, ele tá marcando com caixa de guerra, pratos e bumbo. Isso aí não são instrumentos indígenas. E o pessoal que está lá no Mississippi é todo miscigenado, meio negro, meio índio. Os índios têm essa forma de se expressar musicalmente, essa tradição de expressar pela flauta e pelo tambor está presente em várias culturas, tanto na América espanhola como na América inglesa. Isso também é fruto de uma influência, de uma raiz da música celta na música cigana, portuguesa e até na espanhola. Você mostra vídeos da Banda de Caruaru aos bluesmen americanos, eu mostro os do Otha Turner aos músicos daqui e eles ficam impressionados com a similaridade dos estilos. Prova a mesma raiz  de influência, todos foram submetidos à mesma. Ao mesmo tempo que havia essas influências umas nas outras, a cultura europeia não entendia as tradições “selvagens”, não sabiam o que eles falavam, para eles era tudo música pagã. Claro, a proibiam. Era a hora que eles faziam para baixar o santo. Quando vemos um conjunto tocando demais é normal dizermos “os caras estão possuídos”. E é isso mesmo, ficamos possuídos, mas não por algo ruim, mas com a alma do universo. A música é um presente que esse planeta recebeu do universo. Até que se prove o contrário, não sabemos se há em outro planeta uma atmosfera com essa composição química que nos possibilita escutar dessa forma. Se tivesse mais hélio ou outro tipo de gás a música seria de outro jeito.  Isso que nós chamamos de música é um presente do universo para esse planeta. Quando celebramos a música dentro desses parâmetros de devoção, de entrega, de compartilhar em grupo, estamos produzindo uma energia  universal tão forte como essa que estamos fazendo aqui ao falar de MÚSICA. Uma onda magnética, louca, uma vibração invisível que transforma, não tem cheiro, cor, forma, mas encanta mais do que uma pessoa lindíssima que passa na rua. Você até olha pra ela, mas aí volta para a música (rs). É muito forte, a música é uma coisa muito louca. É bonito como ela se desenvolveu pelo lado do virtuosismo, tanto nos EUA como aqui também. Quando um grupo de lá escuta a nossa música, ou ao contrário, todos ficam impressionados. Tenho amigos que são fodas, tocam para caramba, que são admiradíssimos na música. Eles escutam o Pife Muderno e dizem “porra, que coisa boa pra caralho!”.

UM – Eu sou especializado na música norte-americana, meu DNA tem muito de blues. Agora, como faço essa pesquisa, corro atrás da música popular brasileira. O samba veio do recôncavo baiano e das chamadas umbigadas, certo?

CM – Imagine uma panela, o samba é essa panela com ingredientes que vieram desde essa coisa da Bahia. E essa Bahia que veio paro o Rio Janeiro tinha, digamos, um ponto de encontro em uma comunidade no centro da cidade. Essa Bahia se concentrava na casa de uma tia baiana, Tia Ciata. Provavelmente uma dessas baianas que cozinhava uma comida bem saborosa, com aquele tempero da Bahia. E como na Bahia todos são artistas, ela devia ser a artista do encontro. Na casa dela encontravam gente de todo tipo, figuras que transitavam na música. O que lá rolava de som batizaram de samba. Mas o samba era mais como um evento, era a comida, a dança, a pegação, uma possibilidade de arrumar um emprego para a segunda-feira, uma nova vida, conhecer novas pessoas. Gente que chegava na capital e ia lá na Tia Ciata para encontrar pares do meio. Pixinguinha e Donga, frequentavam a casa. Devia ser um “buraco quente”, como eram os lugares de blues. O blues era um negócio de gueto, foi perseguido, foi proibido. Os precursores do blues eram como cronistas da desigualdade social, do preconceito social, da pobreza. Eles cantavam no blues o que não era permitido falar no cotidiano. E é mais ou menos o que acontecia no samba, os caras tiravam sarro com a situação de ser negro. O sujeito que tem apenas uma função: servir. Pixinguinha nunca pensou que seria um dos maiores representantes do não-racismo, do que é ser universal. O samba também virou um estilo musical, mas esse samba que nos referimos como origem não poderia ser um estilo musical justamente porque vem de uma mistura de estilos. Se escutarmos música barroca, ela tem vários elementos que fazem alguém dançar. A música de câmara era usada pela elite e pela realeza como remédio, para ser tocado em uma câmara, quarto, por conjuntos pequenos, não era sinfônica. Então, por essa lógica, esse conjunto pequeno poderia ser uma banda de choro com violão, bandolim, cavaquinho e pandeiro. Assim como uma banda de pífano. Por que música câmara só pode ser um quarteto de cordas ou quinteto de sopro? Por que uma banda de pífano não pode tocar em uma câmara para alegrar uma festa? Essa é a questão do conceito e do preconceito, quando inventamos palavras e assuntos para colocar nos livros. Temos que ser cuidadosos para não deslocar algo do seu mundo. A música é um universo e dentro existem microuniversos. E esse microuniverso do samba teve origem no Rio de Janeiro, o lugar onde se gravou o primeiro “samba”. Veja só, o que é axé music? Não é um estilo, é um EVENTO com uma vocalista alucinada, trios elétricos, um grupo enorme de metais e percussão, aquele samba-reggae, samba isso, samba aquilo. É um evento. Esse sertanejo não é um estilo, é um evento. Sertanejo é esse aí que você conhece, o cara que vai lá cortar o talo do bambu para construir o pífano, que senta ali para tirar o leite da vaca e depois vai com o compadre dele cantar a moda de viola. Esses mega shows bancados pela AGROMUSIC é um evento. O samba music já teve seu momento áureo com as cervejarias patrocinando; o axé até hoje é patrocinado pelo Governo baiano; a música pernambucana é patrocinada pelo Governo estadual. A música no Rio de Janeiro não é patrocinada, mas também o Estado está com pires na mão, não paga nem os servidores e o ex-governador está preso e rico com o nosso dinheiro. Isso tudo se fala no samba. Como dizia Billy Blanco na canção Banca do destino, “Não fala com pobre, não dá mão a preto”. Branco esculhambando os brancos. As letras do blues eram doloridas de racismo, também de um amor traído, decepção de amor. Mas a maioria usava metáforas, metalinguística, falavam do coração partido mas, na real, se referiam à sociedade racista que a machucava. Todos amam a vida e a música serve para dizer tudo aquilo. A música suaviza toda a carga sentimental.

UM – Você tocará no Blue Note Rio nesta sexta-feira, 26 de janeiro, ao lado do Fernando Moura. O projeto Besouros é uma releitura dos clássicos dos The Beatles. Sei que o Sr. me achará um pagão, mas sou uma pessoa mais Rolling Stones e Beach Boys (rs)! Brincadeira à parte, o Sr. poderia falar sobre o show?

CM – Tenho essa influência Beatles por conta dos meus irmãos que ouviam em casa. Adorava aqueles caras cabeludos, brincávamos de Beatles! Depois que comecei a tocar, prestei mais atenção nas coisas mais rebuscadas em termos de arranjo, como Eleanor rigby e Blackbird. O Besouros é uma visita na obra deles que fizemos com a minha bagagem musical  e com a do Fernando moura. A ideia surgiu quando fui gravar com ele, o Fernando é um grande compositor de trilhas. Ao final ele pediu para eu gravar uma canção dos Beatles para a filha dele, Blackbird. Nessa, dei a ideia de gravarmos um disco de Beatles e ele adorou. Cada um escreveu dez músicas que gostaria de gravar, tivemos várias em comum. Fomos devagar, gravando de forma bem tranquila. Quando ficou pronto bateu aquele “E agora, como fazemos? Direito autoral, tudo muito complicado”. Mostrei para o Rafael Ramos da Deck, ele é muito amigo e gosta de tudo o que faço. Ele ouviu, pirou e nos ajudou. Logo assinamos com a Deck e lançamos em formato digital em 2017. Fizemos vários shows. E, claro, o Blue Note é um espaço muito legal na Lagoa. Já tocamos no centro e mais para o lado de lá, mas na Zona Sul será a primeira vez. Estamos ansiosos por encontrar um público formado em maior parte por moradores da Zona Sul. Lá tem um piano espetacular, o som da casa é muito bom e será de responsabilidade do João Damasceno. Tudo muito nobre. O repertório está muito bonito, Blackbird, Day Tripper e “otras cositas mas” que serão surpresas. É um desfile de timbre, eu toco sax tenor, soprano, flauta-baixo, clarinete-baixo. Apesar de ser um duo soamos como uma orquestra no palco. Estão todos convidados para essa sexta-feira (26/1) às 22:30h. Todos lá!

UM – Você falou sobre o som da casa, fui a dois show lá. Primeiro para assistir ao Toquinho solo e depois ao Tributo a Eric Clapton do Big Gilson. Dois shows completamente diferentes e com uma acústica perfeita!

CM – Tenho frequentado bastante a casa, acho que o meu show foi na inauguração do Blue Note, fomos o da segunda sessão daquela noite. Um show lindo, ao lado do Robertinho Silva e Marcos Suzano. Os donos do Blue Note falam que foi um dos melhores shows da temporada de estreia, injeção de Brasil. Voltei algumas vezes, canja com Hermeto Pascoal e com o Marcelo D2. Cara, o D2 é incrível, uma figuraça. Não tinha ideia da relação dele com a música, tão legal e respeitosa. Mais até do que muita gente que tira onda de “cabeça” e menospreza o trabalho dos rappers. Gostei demais, o Marcelo é foda! E o Blue Note é um presente para o Rio de Janeiro, como público temos que prestigiar, não deixar fechar como tantas outras casas. Padecemos desse problema, temos que fazer um workshop com São Paulo (rs). Basta frequentarmos e prestigiarmos. Músico brasileiro é bom, acredite no produto nacional. Músicos estrangeiros vêm aqui para aprender, pois já dizia a canção “chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar o seu valor, o Tio Sam tá querendo conhecer a nossa batucada”. Toquei agora em cancun com Dave Mathews e Tim Reynolds, levei um som com Bela Fleck e Antonio Sanchez. Os caras dão cabeçadas na parede! Eles piram! Toquei muito tempo com o Hermeto, com o Gil, tocando em festivais de jazz, os caras se amarram! É o nosso jazz, o nosso jeito de fazer a parada, saindo daquele batida mais tradicional, abrindo muito mais para o sentimento. Faz bem para alma, para o sentimento. Musica é isso e estou dentro!

Mais sobre o artista em:

http://www.carlosmalta.com.br/

Entrevista originalmente publicada em 24/01/2018 em https://www.colunabluesrock.com

 

Ugo Pate Medeiros – Assistiu ao filme Quase Famosos (filme de Cameron Crowe) e concluiu que a vida seria mais divertida no mundo da música. Assim, Criou e tornou-se editor do Coluna Blues Rock, responsável pelos vídeos exclusivos, contatos comerciais, produtor das festas e confraternizações do site e o responsável pela cafeteira da redação de apenas um (silêncio é sempre a melhor companhia!).
Colaborou em diversos sites e revistas impressas; cobertura in loco de festivais como o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival e o Psicodália; pesquisador musical com ênfase na estadunidense. Licenciatura e Bacharelado em Geografia pela PUC-Rio, quando escreveu a monografia Críticas à Sociedade Norte-americana: uma leitura a partir do rock. Excelente trocador de fraldas e, nas horas vagas, um ótimo saco de pancadas no judô e no jiu-jitsu. E de tanto apanhar no tatâme, talvez para anestesiar, segue firme (e dolorido) atrás das melhores cervejas artesanais. Tem o site https://www.colunabluesrock.com desde 2007. Em 2018 se torna colunista da Rede Sina.

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