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Elis – o desbravar do feminino por MELINA GUTERRES

publicado em 28/08/2016,  atualizado em 20/10/2016

Divulgado nesta quarta-feira, 19, o trailer do filme “Elis”. A cinebiografia da cantora Elis Regina tem estreia marcada para o dia 24 de novembro. O longa ganhou três prêmios no Festival de Gramado, de melhor filme pelo júri popular, melhor atriz para Andréia Horta e melhor montagem para Tiago Feliciano.

Um roteiro que “flui”,  direção que conduz com leveza e uma montagem impactante fazem sentir os diferentes tons da personalidade de Elis Regina, interpretada por Andréia Horta no filme Elis, de Hugo Prata, exibido no sábado, 27 durante o Festival de Cinema de Gramado.

Não foi à toa que o público levantou para aplaudir em pé, por vários minutos, o filme que além da musicalidade, traz dramas pessoais. Do cotidiano, da rotina, do desgaste das relações pessoais, dos casamentos e traições. A relação com a música e os homens.

Um pai que administrava uma carreira e tinha dificuldade de demonstrar afeto, a relação com o primeiro marido (Ronaldo Boscôli interpretado do Gustavo Machado) cercada de traições, o divórcio, a relação com o segundo marido (César Mariano interpretado por Caco Ciocler), separação, depressão. Elis aparece cercada de homens que não consegue agradar, sejam nas relações pessoais ou, até mesmo, com os militares que a ameaçaram, além da crítica bem colocada na relação com o cartunista Henfil.

A sensação transmitida é a de que ela parece perdida num mundo masculino, tentando se encaixar. O drama de saber o que se quer e quem se é,  estão presentes e bem recordados nos diálogos com estes homens ou a imprensa. “Sou uma artista. Artistas mudam de opinião. Ainda bem”, um dos recortes das falas de Elis  sobre a inclusão da guitarra elétrica, antes tão criticada pela cantora.

O machismo que a fere fica bem claro na relação com o primeiro ex-marido que não participa na educação do filho, assim como com os militares que questionam sua imagem de mulher divorciada, sozinha com um filho, e a ameaçam se ela não cantar em um dos seus eventos.

O grande crescimento da artista Elis aparece na sua fase mais solitária, quando desiste de agradar e passa gravar as canções que gosta, sem se preocupar com a censura ou produtores. “Essa sou eu”, na cena em que mostra a gravação de uma composição a Henfil, de modo contraditório ou não, pedindo uma aprovação ali e, então, conquistada pelo crítico. E traz novamente a pergunta: essa é mesmo a Elis ou estará ela tentando agradar?  E essa instabilidade da artista, Prata e sua equipe conseguem tornar sensível e tão humana no cinema.

É possível questionar ao universo masculino da época, o ser artista, popular, mulher, mãe, ter desejos, carências, desequilíbrios e equilíbrios. A necessidade constante de precisar estar se colocando, brigando por se fazer respeitar nas relações próximas, um universo bem conhecido pelas mulheres. E naquele contexto, a voz de Elis soa como um grito, daqueles que ninguém pode abafar, senão ela mesma.

O final do filme inquieta por deixar exposta então a fraqueza, a dor dos homens que

Andréia Horta interpreta Elis Regina. Foto divulgação.
Andréia Horta interpreta Elis Regina. Foto divulgação.

a cercaram e a pergunta que todos devem se fazer quando uma pessoa jovem a sua volta deixa de viver: poderia eu ter feito mais por ela?

Sensível e impactante, Elis é um prato cheio para discussões sobre gênero e depressão. O desbravar de uma artista mulher num universo masculino.

Prepare e o lenço de bolso, pois o filme toca e demora para ser digerido.

Que venham os debates.

 

Melina Guterresmel1

É jornalista e sócia-proprietária da REDE SINA (antes Essence Comunicação), e atua com consultoria em comunicação. É natural de Santa Maria-RS, cidade em que reside quando não está em viagem à trabalho. Como repórter já atuou como free lancer para veículos como Folha de São Paulo, Estadão e UOL e a revista Lícia (Salvador- Ba). Como roteirista escreveu “Clandestinos” longa-metragem contemplado pelo argumento no Programa Ibermedia, sendo um dos 5 brasileiros que passou por uma seleção onde competiram mais de 35 países em 2009.  É roteirista de “Despertos”, série de ficção infanto-juvenil, projetos da HKauffmann do Rio de Janeiro e Panda Filmes de Porto Alegre-RS, respectivamente. Também escreveu e dirigiu os curtas  de ficção”Sempre às Quartas”, “Resquícios”, “Espelhos Paralelos” e documentário “Case, uma reabilitação é possível?”.

Entre seus artigos publicados estão “Um Olhar Sobre o Cenário de Cinema-Vídeo de Santa Maria/RS – de 2002 A 2007” no livro “Estudos da Mídia da Produção ao Consumo”  da UNIFRA e a poesia “A sorte de um final tranquilo” no livro “Juventudes: Outros Olhares sobre a diversidade” da UNESCO. 

Nasceu no sul mas já morou na Bahia, Rio de Janeiro e Pará. Adora estradas, rodoviárias e aeroportos. Tem uma curiosidade nata e é apaixonada pelo ato de criar… Criou a REDE SINA em 2015 porque entendeu que seu papel no mundo é agregar, somar, compartilhar. Sua Sina é a palavra, é a comunicação, as pessoas.

 Mais sobre ela em: Melina Guterres,

 

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One comment

  1. Belo texto. Fiquei com mais vontade de ver o filme. Ano passado assisti no Rio, no Oi Casa Grande o espetáculo Elis: a Musical com a atriz Laila Garin. Confesso que entrei no teatro de nariz torto, porque na minha admiração interna por Elis não conseguia supor alguém que pudesse interpreta-la por quase 3h sem me deixar entediado. Quando abrem-se as cortinas e vejo Laila de costas ao público cantando à capela Fascinação me vi arrebatado por aquela mulher do começo ao fim. E lá por quase três horas de espetáculo conheci mais desta artista que faz parte da minha vida desde muito guri. Obrigado Melina por nessa tarde chuvosa aqui no Sul, tu me fazer reencontrar com ela. Um abraço

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