Arquivos POR ESTADO - Rede Sina https://redesina.com.br/category/estados/ Comunicação fora do padrão Fri, 15 Mar 2024 17:49:36 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://redesina.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cropped-LOGO-SINA-V4-01-32x32.jpg Arquivos POR ESTADO - Rede Sina https://redesina.com.br/category/estados/ 32 32 DOCUMENTÁRIO RESGATA HISTÓRIA DE WALTER ILHA E A PALEONTOLOGIA NA REGIÃO DE SÃO PEDRO DO SUL https://redesina.com.br/documentario-resgata-historia-de-walter-ilha-e-a-paleontologia-na-regiao-de-sao-pedro-do-sul/ https://redesina.com.br/documentario-resgata-historia-de-walter-ilha-e-a-paleontologia-na-regiao-de-sao-pedro-do-sul/#respond Fri, 15 Mar 2024 01:34:47 +0000 https://redesina.com.br/?p=120955 Documentário aprovado em Lei Paulo Gustavo conta história de vida de pesquisador As gravações do documentário “Walter Ilha – Vestígios de uma vida” de Silnei Scharten Soares iniciaram nesta segunda, 11, em São Pedro do Sul. O documentário que narra a vida de Walter Ilha (professor, tipógrafo, paleontólogo e paleobotânico autodidata), nome do Museu Paleontológico …

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Documentário aprovado em Lei Paulo Gustavo conta história de vida de pesquisador

As gravações do documentário “Walter Ilha – Vestígios de uma vida” de Silnei Scharten Soares iniciaram nesta segunda, 11, em São Pedro do Sul. O documentário que narra a vida de Walter Ilha (professor, tipógrafo, paleontólogo e paleobotânico autodidata), nome do Museu Paleontológico e Arqueológico de São Pedro do Sul, destaca o período em que ele se empenhou pela preservação do patrimônio paleontológico da cidade.
Walter Ilha foi membro honorário da Sociedade Brasileira de Paleontologia e da Sociedade Brasileira de Paleontologia Botânica, com trabalhos prestados para o escritório regional da Unesco para a América Latina e Caribe, autor de artigos publicados em periódicos científicos, jornais e revistas do país e do exterior, palestrante em congressos nacionais e internacionais e incansável defensor da preservação dos fósseis paleontológicos do município. Também colaborou com a UFSM por meio de pesquisas e convênios. Suas ações incentivaram a criação de uma lei que tornou obrigatório o ensino introdutório de paleontologia nas escolas municipais.
O documentário deve contar com depoimentos de 14 pessoas. De acordo com o diretor, a lembrança dos fósseis é uma memória de infância. “É uma grande satisfação poder contar essa história hoje. Valorizar e não deixar ser esquecida”, afirma.
As gravações também devem ocorrer em Porto Alegre, Santa Maria e Pelotas. O projeto é financiado pela Lei Paulo Gustavo. A previsão de lançamento é julho.

Confira mais informações sobre o filme:

SINOPSE:
Walter Ilha, tipógrafo, paleontólogo e paleobotânico autodidata, era uma pessoa obstinada. A certa altura da vida, tomou para si a missão de preservar o patrimônio paleontológico e arqueológico de São Pedro do Sul, no interior do Rio Grande do Sul. Dedicou tempo e energia vital para um combate incansável à extração e transporte ilegal de fósseis paleobotânicos (madeira petrificada) do município. Nessa empreitada, fez amigos, criou uma rede de proteção aos fósseis, tornou-se internacionalmente reconhecido como pesquisador e, também, gerou resistências. Após anos de esquecimento, “Walter Ilha – Vestígios de uma vida” esfossiliza sua memória e resgata sua jornada.

ARGUMENTO:
Documentário sobre a vida de Walter Ilha, destacando o período em que se empenhou pela preservação do patrimônio paleontológico de São Pedro do Sul. Fundador do Museu Paleontológico Municipal de São Pedro do Sul – que se chama hoje, em sua homenagem, Museu Paleontológico e Arqueológico Professor Walter Ilha –, paleontólogo autodidata e membro honorário da Sociedade Brasileira de Paleontologia e da Sociedade Brasileira de Paleontologia Botânica, com trabalhos prestados para o escritório regional da Unesco para a América Latina e Caribe, autor de artigos publicados em periódicos científicos, jornais e revistas do país e do exterior, palestrante em congressos nacionais e internacionais e incansável defensor da preservação dos fósseis paleontológicos do município, Walter Ilha é um ilustre cidadão são-pedrense. A defesa veemente da preservação das jazidas e fósseis de São Pedro do Sul e da região lhe rendeu a admiração de conterrâneos, que se tornaram seus colaboradores na batalha contra o transporte e comércio ilegais da “madeira petrificada”, denunciando os crimes. As peças eram levadas clandestinamente para fora do município em caminhões lotados, com a intenção de abastecer o mercado local e internacional de objetos de decoração, que usavam os fósseis como matéria-prima. Suas constantes denúncias da depredação do patrimônio arqueológico levaram o então Departamento Nacional de Produção Mineral – atualmente, Ministério das Minas e Energia – a desistir de liberar a exportação desse material.
Walter Ilha também colaborou com a UFSM por meio de pesquisas e convênios. Suas ações incentivaram a criação de uma lei que tornou obrigatório o ensino introdutório de paleontologia nas escolas municipais. Não bastasse tudo isso, Walter Ilha ainda se dedicava a ações de filantropia, tendo colaborado com o Lar de Joaquina, em Santa Maria, e com o Lions Clube de São Pedro do Sul. Mas a luta pela preservação do patrimônio paleontológico também gerou reações contrárias e ressentimentos. A esfossilização de sua história vai resgatar a complexidade e as contradições desse importante personagem, revitalizando sua memória e seu legado.

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GRAVAÇÕES: MARÇO/2024

SÃO PEDRO DO SUL: 11,12,13, 14, 21, 22

PORTO ALEGRE: 18, 19

SANTA MARIA: 20, 21

PELOTAS: 25 

 

PERSONAGENS/ENTREVISTADOS:

Ary Otavio Canabarro dos Santos – servidor público aposentado
Luiz Francisco Flores – Chicão – proprietário do Paradouro Pôr do sol
Rubi Claro – pecuarista
Luiza Gutheil – jornalista, ex-diretora do Museu Fernando Ferrari e do Museu Paleontológico e Arqueológico Professor Walter Ilha
Editi Piussi – aposentada
Otaviano Francisco de Santana – aposentado, ex-gerente da Construtora Continental, empresa que construiu a rodovia BR 287
Almerindo Pereira Machado – Seu Almerindo – aposentado
Gilberto Porto Filho – cuidador de idosos e acompanhante de enfermos
Otávio José Binatto – médico
Adi Henrique Gaussman – contador e proprietário da Padaria Gaussman
Margot Guerra Sommer – paleontóloga e paleobotânica, professora aposentada da UFRGS
Átila Augusto Stock da Rosa – geólogo, professor da UFSM
Luiz Fernando Bresolin – aposentado, ex-sócio da empresa Madepedras
Luiz Fernando Minello – biólogo, professor da UFPEL

 

SOBRE O DIRETOR:


Silnei Scharten Soares, graduado em Comunicação Social, especialista em Produção Cinematográfica, mestre e doutor em Comunicação. Corroteirista e codiretor do curta metragem “A vida do outro” (1998), premiado nos festivais de cinema de Gramado e Brasília. Foi professor universitário de 1998 a 2017 em cursos de Comunicação e Design no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e no Distrito Federal, ministrando disciplinas de Roteiro, Linguagem cinematográfica e História do cinema, e orientando trabalhos de produção audiovisual. Coordenou a área de vídeo do NEAD/UAB (Núcleo de Educação a Distância/Universidade Aberta do Brasil) da UNICENTRO (Universidade Estadual do Centro Oeste) no Paraná. Atualmente, atua como redator e roteirista, e desenvolve trabalho voluntário em São Pedro do Sul coordenando o Clube de leitura e o ciclo de vídeos Cine no cofre.

 

FICHA TÉCNICA:

Diretor: Silnei Scharten Soares
Assistente de direção: Laédio José Martins
Diretor de fotografia: Fabiano Foggiato
Diretor de produção: Larissa Essi
Técnico de som direto: Ronaldo Palma
Edição: Fabiano Foggiato
Making Off: Lucas Barbara
Desing: Diego de Grandi

Assessoria de Imprensa: Rede Sina |Melina Guterres

FINANCIAMENTO:

LEI PAULO GUSTAVO 2024 | MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO DO SUL-RS

SOBRE O MUSEU WALTER ILHA
Desde sua criação, o Museu Walter Ilha é um dos pontos turísticos mais visitados de São Pedro do Sul, guardando em seus acervos alguns dos mais valiosos bens que o município possui, entre eles uma rica coleção de fósseis, réplicas e esculturas de fósseis animais são-pedrenses, além de um abundante número de fósseis vegetais (madeiras petrificadas), que datam entre 245 e 205 milhões de anos. Além de acervos Mineralógicos, onde se encontram amostras de minerais de São Pedro do Sul, do Rio Grande do Sul e de outras partes do país e Arqueológicos, com artefatos de indígenas antigos que contam muito dos costumes e da vida em sociedade ao longo da história de São Pedro do Sul.

Atualmente, o Museu Walter Ilha está localizado às margens da rodovia BR 287, na localidade da Carpintaria, a 11 km da sede de São Pedro do Sul. Mesmo com diversas mudanças o museu sempre manteve a busca por seu ideal inicial, a preservação, estudo e divulgação do patrimônio paleontológico e arqueológico são-pedrense. Para isso, além das exposições, várias atividades de cunho educativo e sociocultural são realizadas e apoiadas pelo museu.

Facebook: Museus Fernando Ferrari e Walter Ilha
Instagram: @museussps
Telefone e Whatsapp: (55) 32766145
E-mail: museusaopedrodosul@gmail.com
Site: www.dpculturasps.wixsite.com/saopedrodosul

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Eveliny lança o single “Equilibrar” neste sábado 09/03 https://redesina.com.br/eveliny-lanca-o-single-equilibrar-neste-sabado-09-03/ https://redesina.com.br/eveliny-lanca-o-single-equilibrar-neste-sabado-09-03/#respond Thu, 07 Mar 2024 22:35:18 +0000 https://redesina.com.br/?p=120933 Gravado no estúdio Caixa de Sons e produzido por João Inácio “Jojô” da Silva, o single “Equilibrar” é a segunda prévia de “Mamãe I Love You”, disco de estreia da cantora santa-mariense Evelíny, com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2024. “Equilibrar” combina a autoconfiança bem-humorada da letra, usando o samba como metáfora …

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Gravado no estúdio Caixa de Sons e produzido por João Inácio “Jojô” da Silva, o single “Equilibrar” é a segunda prévia de “Mamãe I Love You”, disco de estreia da cantora santa-mariense Evelíny, com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2024.

“Equilibrar” combina a autoconfiança bem-humorada da letra, usando o samba como metáfora da vida cotidiana, com a irreverência instrumental do rock brasileiríssimo executado pela Banda Magnética, formada pelos músicos Cassiano Cassanta (guitarra), Yuri ML (baixo) e Rodrigo Rosa (bateria).

A composição é assinada por Evelíny em parceria com o músico Lutiano Nascimento.

Os arranjos foram executados pela Banda Magnética com guitarra, baixo e bateria, temperados pelos samples e guitarra de Jojô, atual guitarrista do cantor Johnny Hooker. A mixagem e a masterização são assinadas por Pedro Serapicos (SP).

O single estará disponível em todas as plataformas de streaming a partir deste sábado, 09 de março.

Faça o pre-save aqui para não perder o lançamento de “Equilibrar”.

Foto: Buena Onda
Release: Atílio Alencar

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A HORA MORTA – Por Roger Baigorra Machado https://redesina.com.br/a-hora-morta-por-roger-baigorra-machado/ https://redesina.com.br/a-hora-morta-por-roger-baigorra-machado/#respond Thu, 08 Feb 2024 19:11:16 +0000 https://redesina.com.br/?p=120808 Abril de 1923. No campo iluminado pela lua cheia, a sombra do imenso umbu estocava lentamente a ponta da coxilha. Como se fossem lanças, as negras pinturas dos galhos da árvore deslizavam pelo chão, escorrendo incólumes por sobre rosetas e guanxumas, cravando-se na elevação que iniciava trinta metros adiante. Do umbu, facilmente dava para ver …

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Abril de 1923. No campo iluminado pela lua cheia, a sombra do imenso umbu estocava lentamente a ponta da coxilha. Como se fossem lanças, as negras pinturas dos galhos da árvore deslizavam pelo chão, escorrendo incólumes por sobre rosetas e guanxumas, cravando-se na elevação que iniciava trinta metros adiante.

Do umbu, facilmente dava para ver o vilarejo e os seus casebres. Habitações feitas de madeira dos matos e com torrões de barro preto das sangas ao redor. Os ranchos, em sua maioria, eram de apenas um cômodo, divido por um lençol ou couro de boi, de um lado, a cozinha, e de outro, o quarto. Eles ficavam espaçados como bois no pasto, do umbu, via-se também,  o rancho de Eulália e Bernardo. O casal morava na primeira habitação da entrada da vila.

Uma pequena construção feita de pranchões de madeira, recortes de cedro e canjerana, sustentado em paredes sem pintura, onde, pelas frestas das tábuas, via-se de longe o desenho dos riscos iluminados pela luz do candeeiro da cozinha. Sobre o telhado, feito de capim santa fé, partia lento no tempo um rastro da fumaça do fogão a lenha, serpenteado no escuro, deixando a vida, economia interna da família, verticalmente aparente do lado de fora.

A vida dentro da casa eram as sombras nos riscos de luz do vão escuro das madeiras.

Bernardo, o marido de Eulália, retirou do bolso um relógio. Ainda faltavam 15 minutos para as quatro da madrugada. E num ritual involuntário, lavou o rosto numa bacia de louça e depois abriu a porta da cozinha num puxão forte, fazendo um barulho que podia ser ouvido nas casas vizinhas. Era uma porta de madeira de angico, pesada, que raspava no chão de cupim batido toda vez que era aberta. Da entrada do rancho, parado na porta, Bernardo ficou olhando o campo cinza de lua cheia e a silhueta do umbu no horizonte. Ao lado da porta, bem deitado num pedaço de pelego, estava o cusco, um mestiço de ovelheiro com cimarrón.

O cão, que era um companheiro de muitas das andanças de seu dono, dormia quieto, enrolado num fedor de zorrilho.

Dentro do rancho, Eulália se movia numa dança pela casa, remoendo a sua angústia nos barulhos domésticos do início do dia. Tão logo Bernardo retornou para o interior do rancho, sua esposa veio e lhe alcançou a cuia do mate, ele se sentou ao lado do velho fogão. Sem dizer nada, ficou mateando os pensamentos no calor da cuia feita de porongo escuro.

Ao fundo, ouvia-se os cantos de uns quero-queros dando o alarme de que alguém ou algum animal estava cruzando por perto dos seus ninhos. O 3° Distrito de Uruguaiana era um lugar calmo e distante de tudo, no centro da vila, um amontoado de pequenos ranchos e casebres construídos numa parte lisa e levemente elevada de um extenso prado verde.

Chamavam o lugar de Plano Alto. Era uma vila sem linha de trem, sem hospital ou estradas.

A maioria dos moradores eram peões que trabalhavam nas estâncias ao redor, havia também os changadores, homens para todo o serviço, e os mascates, vendedores que abasteciam  a vila e as redondezas com as miudezas produzidas localmente ou buscadas na cidade. Para as bandas do cemitério, apartados, moravam os idosos e os adoentados, homens e mulheres do campo, já sem forças para o trabalho bruto da campanha.

Bernardo era Capitão da Brigada Militar e, há pouco tempo, também o Intendente do 3° Distrito de Uruguaiana. Filho de colonos alemães, nasceu em Viamão e ingressou na Brigada Militar em 1913, na época com 20 anos. Em 1918, foi enviado pelo Coronel Affonso Emílio Massot para a fronteira com a Argentina, veio junto a outros seis brigadianos, tinha o objetivo de dar suporte aos fiscais da alfândega que estavam sofrendo ataques de toda ordem.

Em Uruguaiana, Bernardo perdeu as contas de quantas vezes trocou tiros com os contrabandistas que subiam e desciam o rio Uruguai.

Ficou famoso na cidade pela boa pontaria, especialmente, depois que ele prendeu sete contrabandistas correntinos e os colocou amarrados na Praça Paysandu, bem na frente da Capela do Porto, feito que virou uma manchete de jornal e fez o jovem brigadiano ganhar notoriedade com a população local.

Após  três anos de serviço e de diversas demonstrações de coragem, Bernardo foi indicado por Flores da Cunha, o Intendente de Uruguaiana, para a missão de ser um intendente distrital. Iria morar no interior e guarnecer a vila do Plano Alto, lugar por onde passavam muitos contrabandistas e ladrões de gado, bandoleiros e castelhanos, quase sempre vindos do Alegrete e de Quaraí. Chegou no Plano em janeiro de 1921.

Depois do som do ronco da bomba, a cuia não recebeu novamente a água quente, no entanto, Bernardo permaneceu sentado num mocho à beira do fogão à lenha, ele parecia distante. Eulália veio e num repente retirou do rosto do marido o olhar perdido, com uma indagação que ensaiou a noite inteira.

– O que tu vais fazer? – Perguntou, pegando da mão do homem a cuia do mate e lhe alcançando um prato com pão caseiro e duas tripas de morcilla de sangue.

– Vamos ter que partir.  Não podemos ficar aqui. – Disse Bernardo, dando uma mordida num naco de pão.

– E iremos para onde? Uruguaiana?

– Não. É muito longe, creio que  o melhor seja irmos para o Ibirocaí. Podemos ficar na estância do Epaminondas, tua mãe está lá, assim ela já te ajuda com o piá. Te ajeita cedo que nós vamos antes do almoço, acho que todos irão meio que nesse horário.

– Está bem. Então vou juntar umas roupas e nossas coisas de valor. Levo num baú? Que tu achas?

– Não. Guarda as nossas coisas num saco de farinha, destes de pano, além de ser mais fácil de carregar, também vai chamar menos a atenção.

Eulália pegou um saco de farinha de dentro da tuia e saiu para coletar os pertences que iriam na jornada. Na frente da porta do rancho, o sol já despontava no horizonte e as galinhas já esgravatavam os estercos secos que adornavam toda a vila.

Antes do almoço, dúzias de carroças já se moviam na direção do Ibirocaí e das fazendas vizinhas. Como num cortejo, muitas pessoas iam atrás, à pé, umas andavam de mãos vazias, outras carregando os poucos pertences em lençóis amarrados e sustentados por sobre as cabeças, as crianças, sorrindo, corriam pelo campo e as mulheres, com as peles douradas pelo sol, caminhavam pálidas e em silêncio.

Uma tropilha humana de pessoas humildes, fugindo, amedrontadas e deixando tudo que possuíam para trás.

De longe, Eulália viu seu marido. Ele andava com pressa, revisando todas as casas da vila. Ele ia de casebre em casebre, batia palmas, entrava em umas casas, em alguns ranchos demorava um pouco, noutros ele nem chegava. Foi até o último casebre perto do portão do cemitério. Minutos depois, Bernardo retornou até sua esposa, ele chegou com o semblante fechado.

– Estão prontos? Sim. –  Respondeu Eulália, segurando o filho num dos braços e, no outro, o saco de farinha cheio de roupas.

– Pois subam na carroça do Aymone, ele também vai lá para o Epaminondas.

– Mas e tu?

– Eu não vou.

– O quê? Estás louco? Bernardo! Como assim? Como é que tu não vai? – Questionou Eulália, demonstrando nervosismo com a postura do marido.

– Não, meu amor. Eu não posso ir. Andei pelas casas. Falei com as pessoas. Ainda tem muita gente aqui. Eu contei, há mais de vinte pessoas, todos homens e mulheres adoentados, gente velha, sem parentes e sem ninguém para ajudar. Dona Maria está acamada, o Seu Firmino também, tem muita gente que nem consegue andar direito.

– Mas e eu? E o teu filho?

– Eulália, meu amor, se vocês dois estiverem bem, eu ficarei também. – Respondeu Bernardo, com um leve sorriso nos lábios.

– Bernardo, por favor. Vem! – Suplicou com os olhos cheios de lágrimas.

– Eu não posso ir e deixar estas pessoas aqui. Sou o intendente do Plano Alto, sou capitão da brigada. Eu tenho que proteger essa vila, dei minha palavra ao Doutor Flores da Cunha.

– Mas se tu ficar, vai fazer o quê? Vai lutar? Solito contra uma tropa! Tu vais morrer, homem!

– Chega, já me decidi! Prefiro ficar e morrer peleando, do que viver por ter fugido, deixando pessoas para trás. Não sou homem de fugir, nem de assombro e nem de uma briga, nunca fui! E eu não serei uma vergonha para ti e nosso filho. Farei o que é certo, e o certo nunca é fácil.

– Meu amor, por favor. Tu vais morrer aqui!

– Que seja. Se tantos antes de mim já caíram nesse chão, cairei também, por qual motivo haveria de ser diferente? Mas já te disse, chega dessa conversa. Sobe na carroça e te vai duma vez, não podemos perder tempo aqui, cada hora que passa é uma hora a menos que temos.

Eulália, mesmo contrariada, consentiu em silêncio. Afinal, tinha sido educada assim, para obedecer seu marido. Além disso, ela estava cansada, tinha passado a noite em claro, revirando-se de um lado ao outro do catre, pois não havia lado em que o seu corpo se acomodasse tendo um coração tão apertado.

Foi no dia anterior, no meio da tarde, que a tranquilidade do Plano Alto foi destruída pelas notícias de que uma grande coluna de soldados maragatos, comandados pelo temido Honório Lemes, “O Leão do Caverá”, vinha de Quaraí. Nico Changador, sempre assuntador das notícias, foi quem andava nas bandas dos Olhos D’Àgua tosquiando ovelhas, que afirmou que a coluna de soldados cruzaria bem pela vila do Plano Alto. E os relatos que chegavam de todos os lados eram assustadores. A coluna maragata vinha pilhando as propriedades dos chimangos, deixando para trás incêndios, roubos, degolados e estupros.

Falava-se que eram uns três mil maragatos, cegos de raiva, vindo diretamente na direção da vila do Plano Alto.

“Se for como em 1893”, pensava Eulália, “não pode ser, de novo não!”. Olhou para o filho que dormia sereno numa caixa de pelego, tapado com um acolchoado de lã. –  Ah, meu pequeno filho, o mundo dos adultos não é um lugar para uma alma de criança como a tua – E assim, entristecia-se ainda mais a pobre Eulália. Ela não acreditava que sua família, formada há tão pouco tempo, já estava assim, separando-se.

Lembrou-se que conheceu Bernardo numa quermesse na capela da vila em junho de 1921, apaixonaram-se e se casaram em pouco mais de um ano. Agora, tudo estava se despedaçando. Ela sabia dos horrores de uma guerra, especialmente como aquela de 1893, onde perdeu os dois irmãos e o pai. Quando ela nasceu, naquele mesmo fatídico ano, seis meses depois, sua mãe recebeu a notícia de que os dois filhos e o marido tinham morrido perto de Bagé.

De Júlio de Castilhos ela nunca recebeu os corpos, nem medalhas, tão pouco pêsames ou agradecimentos, ficou apenas com a solidão.

E viúva, com uma filha de colo, sua mãe acabou como cozinheira na estância do Epaminondas, um amigo da família, trabalhando por comida e abrigo. Na estância, Eulália cresceu ouvindo as histórias sobre 1893 e, por isso, ela tinha muito medo do que os maragatos fariam com os opositores que encontrassem no caminho, especialmente, ela temia por seu marido, que além de um Capitão da Brigada era também um chimango convicto.

O bebê chorava sem parar no colo da mãe, sob um céu sem nuvens, num clima de tristeza, a carroça partiu em tranco acelerado.

Bernardo viu sua amada partindo com o filho nos braços e carregando num saco o que lhes restava da vida. Tudo foi rápido, quase não houve tempo para um último beijo, um toque lento nos lábios trêmulos e molhados pelas lágrimas de Eulália. Mais da metade da vila partiu num rastro de carroças e carros de boi. Restaram algumas casas vazias e vários ranchos com homens e mulheres envelhecidos pelo tempo e pela lida. Incapazes de se defender, sem parentes para onde fugir, na triste sina dos velhos em tempos de guerra.

O Capitão foi para casa, vestiu sua melhor farda, juntou as armas que pôde, pediu munição aos que tinham e carregou tudo na direção da entrada da vila. Enquanto caminhava, o som do vento nos galhos do umbu chamou sua atenção, ele viu as enormes raízes da centenária árvore, o grande tronco que parecia uma trincheira e a posição diante da coxilha. Estava decidido, ali seria seu posto de guarda.

Já estava escurecendo e nenhum movimento de maragatos no horizonte. Bernardo estava sentado ao lado do umbu, tinha dois rifles Mausers carregados, um saco com um pouco de munição, uma pistola e uma espada. Ele tinha feito ali uma espécie de forte, as raízes da árvore serviam como uma barricada frontal e o tronco o protegia como um escudo lateral.

Veio a noite e o capitão foi até sua casa, pegou pão e um pedaço de morcilla, comeu, bebeu um pouco de água e retornou para a entrada da vila. Ele iria pernoitar ali, deitado sobre uns pelegos, junto das raízes do umbu, pois se durante a madrugada algum maragato aparecesse, não o pegaria desprevenido dentro de casa. O resto dos moradores da vila, todos trancados em seus casebres, angustiados, aguardavam pelo primeiro tiro.

Bernardo acordou num sobressalto, seu cachorro estava rosnando sem parar, ele rapidamente pegou um dos fuzis e começou a mirar em direção à coxilha. Tinha algo se movendo rente ao chão.

– Olha cusco! Lá vem um maragato de merda! Este bosta vem rastejando como cobra. Vou meter um baletaço neste filho da puta e deixar ele quieto. O cano do Mauser foi acompanhando o andar lento do vulto, mirou dois dedos na frente da direção para onde ele andava, mas para a surpresa do brigadiano, o sombreado não era gente, a lua descortinou um sorro, uma fêmea que cruzava com os filhotes na direção oposta à vila. Alívio. Nisso, o capitão retirou do bolso o relógio e, no reflexo da lua cheia, conseguiu ver os ponteiros dourados indicando três horas da madrugada. Como diria o Padre lá da Igreja Matriz, era o início da “hora morta”. Ao menos, foi assim que Bernardo cresceu ouvindo falar sobre aquele momento da madrugada, a hora que vai das três até às quatro. A hora em que o diabo anda pelo campo e todas as almas e assombros se deixam ver pelos vivos. “Que besteira”, pensou o brigadiano, na “hora morta eu só tenho medo é de quem tá vivo”.

De repente, o cusco começou a rosnar novamente, agora não era na direção da coxilha, o animal mostrava os dentes para outro lado, na direção do rancho em que Bernardo morava. As frestas das paredes de madeira da casa estavam iluminadas, como se dúzias de candeeiros estivessem acesos lá dentro.

– Mas que merda é essa? Quem é que tá lá no rancho? – Falou com o cão em voz baixa. E como se o estivesse compreendendo, o cusco saiu andando na frente, na direção da casa, com o corpo abaixado, pelos eriçados e dentes ainda mais à mostra.

Bernardo, maniático, abriu o ferrolho do rifle, verificou novamente se tinha cartucho, engatilhou o fuzil e se levantou lentamente. Olhou para a coxilha que ficava na entrada da vila, tudo estava calmo. Em seguida, o Capitão também começou a ir na direção do rancho, no mesmo trilho que partira o cusco. – Seria Eulália que tinha voltado? Seriam soldados maragatos que entraram na vila pela lateral ou cruzaram e não o viram nas raízes do umbu? – Quando o Capitão estava a cinco metros da porta, ele ouviu uma voz em sussurro: “Eu estou aqui”. Imóvel, Bernardo viu um vulto andando dentro da casa, como se fosse alguém se movimentando em longos círculos: “Eu estou aqui”. “Aqui”. “Eu vim te buscar”, o sussurro parecia surgir de todos os lados. “Eu vim te buscar”.

– Tu vais buscar é um tiro na cara, filho da puta. Vamos, saia daí! Vamos! Saia, seu bosta! – Gritou com raiva o Capitão.

Imóvel, o brigadiano mirou no vulto que estava caminhando dentro da casa, um tiro seco na madeira, certamente acertaria na pessoa que estava lá dentro. Tão logo começou a fazer a mira, de repente, tudo se escureceu. Restou apenas a luz da lua e o silêncio da vila abandonada. Ele já não ouvia mais o rosnar do cusco e nem a voz sussurrada. Bernardo seguiu andando lentamente em direção ao rancho, parou diante da porta da cozinha, um frio invernal tomou conta de tudo. Sua respiração deixava um rastro de fumaça no ar. Num movimento rápido, o brigadiano deu um violento chute na porta, que mesmo pesada, escancarou-se para trás, trancando-se contra a parede e o chão batido.

Depois de revisar o interior da casa e não encontrar nada, o Capitão parou na porta da cozinha. Ele tentava compreender o que tinha acontecido, foi quando ele olhou para na direção do umbu. E, para seu espanto, Bernardo viu um homem, parado ao lado da árvore, exatamente onde ele estava antes. “Eu vim te buscar”, disse o sussurro veio novamente. “Pois eu duvido tu me levar, demônio de merda!”, pensou Bernardo, enquanto levantava o Mauser. Ele ergueu o cano e enquadrou no escuro a alça de mira com firmeza, mirou na cabeça, pois queria acertar no peito. Em seguida, prendeu a respiração, firmou no ombro a coronha e apertou o gatilho rapidamente.

Foi um disparo de quase setenta metros, o vulto deu um salto para trás e caiu no chão. Num movimento mecânico, o brigadiano puxou o ferrolho, o cartucho vazio saltou longe, caindo sobre o chão batido, depois, pegou outro cartucho que tinha no bolso da calça e carregou novamente o fuzil. Andou em passo acelerado na direção da árvore.

Quando Bernardo chegou no local, o corpo estava imóvel, caído de bruços. O curioso é que ele não usava um lenço vermelho. Ao virar o corpo usando o cano da arma, teve certeza de que não era um maragato, o que estava no chão lhe deixou atônito. O morto usava roupas da brigada militar. Bernardo viu o seu próprio corpo, sem vida, caído sobre as raízes do umbu. “Eu já disse, estou aqui e vim te buscar”, insistiu o sussurro novamente, “não adianta tentar lutar”. O brigadiano não teve tempo de mais nada. Como uma fraqueza, sentiu um peso nas pernas e uma sonolência insuportável, tudo foi se escurecendo. Acordou no dia seguinte. O sol já estava alto. Eram nove horas da manhã. A vila do Plano Alto seguia silenciosa e no campo os quero-queros voavam nervosos.

Bernardo esfregou os olhos e olhou para o lado, não viu o cadáver, nem ouviu mais a voz, olhou para o horizonte, enquanto seus olhos se acostumavam com clarão do sol, foi então que viu cerca de trinta homens armados e montados em cavalos, com lenços vermelhos nos pescoços. Olhavam na direção do Plano Alto, conversavam tranquilos e faziam gestos.

Os cavaleiros começaram a descer a coxilha, andavam sem pressa, como se estivessem num passeio.

Eram eles, os maragatos. Tinham vindo numa vanguarda ligeira. “Honório Lemes mandou um grupo na frente para ver se a vila teria defesa”, pensou Bernardo. E ela tinha. Os soldados de Honório Lemes começaram a andar na direção da vila. Nos três primeiros disparos de Mauser, três corpos de maragatos se estenderam no chão. A vanguarda demorou para perceber de onde vinham os tiros e abriu a formação, cavalgando campo a fora e, desorganizados, fugiram centenas de metros. Na vila, os moradores, nas portas dos ranchos, assistiam aquela cena insólita, um homem apenas, enfrentando um exército em defesa de toda uma vila. Os tiros se multiplicaram rapidamente, nuvens de fumaça na coxilha antecederam o cheiro de pólvora queimada que entrou na vila. Bernardo não deixou os maragatos entrarem no Plano, escondendo-se nas raízes do umbu, ele manteve a posição por mais de uma hora. Os maragatos tentavam cercar o Capitão, mas eram seguidamente atingidos. Até que o Mauser bateu seco, o ferrolho jogou longe o cartucho, mas, infelizmente, não havia mais nada. Bernardo viu os maragatos rondando cada vez mais perto da árvore. Até que, de repente, ele sentiu uma queimação no peito, uma ardência, e a sensação de roupa molhada grudando na pele, caiu contra o tronco do umbu.  Ferido pelos maragatos, o brigadiano não teve forças para levantar a espada. Viu três homens apeando dos cavalos, em seguida, sentiu dois dedos sendo enfiados no seu nariz, sua cabeça foi puxada para trás, ele viu o céu azul do Plano Alto. Foi degolado e abandonado ali mesmo, por sobre as raízes da árvore.

Naquele dia, a vanguarda ligeira de Honório Lemes não invadiu o Plano Alto. O maragato que estava no comando, Coronel Padão, reconheceu a coragem do chimango e deu ordem para que os demais soldados recolhessem os corpos caídos no campo. Ao todo, foram treze homens mortos pelos tiros do fuzil Mauser de Bernardo. Os homens e mulheres que restaram no Plano Alto foram até a entrada da vila com facões e pedaços de madeiras, estavam prontos para defender suas casas. Não temiam a vida, tão pouco a morte. No entanto, não houve luta. O que viram foi a imagem fosca dos cavaleiros vermelhos indo embora, partindo ao encontro da coluna de Honório Lemes para invadir Uruguaiana. Do alto da coxilha o Coronel Padão ficou alguns minutos olhando para o velho umbu e para o brigadiano morto. Talvez, tentando compreender o que tinha acontecido ali. Depois, em silêncio respeitoso, desapareceu no horizonte da pampa verde.

Em 03 de abril de 1923, a vanguarda ligeira do Coronel Padão, junto com as tropas de Honório Lemes, cercou a cidade de Uruguaiana. Por dias tentaram invadir, mas foram repelidas constantemente por Flores da Cunha e seus homens. Vendo ser impossível entrar na cidade, quando de sua retirada para as coxilhas do Caverá, os maragatos e os chimangos de Uruguaiana deram início à uma das maiores perseguições que já se viu no Rio Grande do Sul. Flores da Cunha e seus soldados cruzaram o Estado, por meses sem trégua, atrás de Honório Lemes e sua coluna.

Em suas memórias, Flores da Cunha, ao falar sobre o cerco de Uruguaiana, agradeceu ao honrado capitão da Brigada que, sozinho, fez frente ao Leão do Caverá.

No Plano Alto, tão logo os maragatos se foram, os velhos moradores recolheram o corpo do Capitão Bernardo. Colocaram-no na mesa da cozinha do rancho onde morava, trouxeram velas, rezas e ramos de alecrim, esperaram um dia, e numa manhã chuvosa o enterraram ao lado do umbu. Eulália e seu filho, que de nada sabiam, voltaram para a vila uns dias após a morte do marido. Seguiram morando no rancho por mais alguns anos. Não havia para onde ir. Até que em 1930 se mudaram para Uruguaiana, Eulália vinha todos os anos no dia dos finados, trazia flores e um saco de fumo. Ficava por horas sentada nas raízes do umbu. Conversava com o vento, contava as notícias da cidade, da alegria de quando o filho lhe deu um neto, das mazelas de ser uma mulher pobre e viúva, contava da vida sem o marido.

Com o tempo e o vento, Eulália se foi, enterraram-na na cidade. A cruz de madeira do túmulo de Bernardo se desmanchou e desapareceu.

No Plano Alto, durante muitos anos, moradores e andarilhos que cruzavam pela entrada da vila, nas madrugadas frias de lua cheia, relatavam sempre uma mesma história. Diziam que quando chegavam perto da grande árvore, enxergavam a figura de um homem uniformizado, parado ao lado do umbu. Ele ficava lá, de guarda e com o olhar  longe.

A figura do homem era imponente,  com um rifle em punho e alheio aos moradores que o observavam de longe. E o curioso é que o vulto do homem ao lado do umbu aparecia sempre depois das três da madrugada. Sempre em noite de lua cheia. Nunca ninguém teve coragem ou quis chegar perto daquele ser, apenas lhe rezavam um Pai Nosso e faziam o sinal da cruz. Todos sabiam, e também sentiam, que aquele vulto de ser humano não faria mal,  pois era o Capitão, cuja alma resistia ali, guarnecendo a vila e protegendo as almas daqueles que andavam pela hora morta do Plano Alto.

 

Roger Baigorra Machado é formado em História e tem Mestrado em Integração Latino-Americana pela UFSM. Foi Coordenador Administrativo da Unipampa por dois mandatos, de 2010 a 2017. Atualmente trabalha com Ações Afirmativas e políticas de inclusão e acessibilidade no Campus da Unipampa em Uruguaiana. É membro do Conselho Municipal de Educação e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico do Município de Uruguaiana, também é conselheiro da Fundação Maurício Grabois. No resto do tempo é pai do Gabo, da Alice e feliz ao lado de sua esposa Andreia

 

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Divulgados os indicados da terceira edição do Prêmio Maria Cult https://redesina.com.br/divulgados-os-indicados-da-terceira-edicao-do-premio-maria-cult/ https://redesina.com.br/divulgados-os-indicados-da-terceira-edicao-do-premio-maria-cult/#respond Fri, 01 Dec 2023 15:00:50 +0000 https://redesina.com.br/?p=120411 Após movimentar a cena artística local em 2022, o Prêmio Maria Cult anunciou os indicados da terceira edição. A divulgação ocorreu na tarde do último domingo (26/11), totalizando mais de 170 nomes, distribuídos em 25 categorias nos segmentos de  Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Dança, Literatura e Música. Foram escolhidas produções e artistas que se …

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Foto:Alice Pozzobon

Após movimentar a cena artística local em 2022, o Prêmio Maria Cult anunciou os indicados da terceira edição. A divulgação ocorreu na tarde do último domingo (26/11), totalizando mais de 170 nomes, distribuídos em 25 categorias nos segmentos de  Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Dança, Literatura e Música.

Foram escolhidas produções e artistas que se destacaram na cena local no período de 16 de novembro de 2022 a 30 de outubro de 2023. Após revelar os indicados, a votação dos foi aberta no final da tarde de domingo (26/11) e segue até 10 de dezembro.

Assim como na edição anterior, a Maria Cult contou com uma equipe de curadores que contribuiu com sugestões para definir a lista de finalistas da premiação. O grupo foi formado por 32 agentes culturais, que aceitaram o convite e se disponibilizaram a selecionar, junto a Maria Cult, artistas e trabalhos que evidenciaram-se na cultura santamariense no último ano.

Os destaques das 25 categorias escolhidos pela votação popular serão revelados durante  uma cerimônia presencial, marcada para o dia 14 de dezembro, no Cinépolis do Shopping Praça Nova. Diferente das edições anteriores, em 2023 a entrega dos troféus será feita na mesma noite em que serão anunciados os destaques. 

A 3ª edição do Prêmio Maria Cult é uma realização da própria MARIA CULT com patrocínio do Bah Street Wear, Beco Street Bar, Broto Maroto, Colors Turismo, Easy Going, Xis do Bira, Left Rock Bar, Muggles Pub Magic Store e Old School Pub, e apoio de Cinépolis, Rádio Armazém, Buena Onda, Blumenhaus e Shopping Praça Nova.

 

SERVIÇO

O que: 3º Prêmio Maria Cult
Votação: de 26 de novembro a 10 de dezembro de 2023 (VOTE AQUI)
Revelação dos destaques e entrega dos troféus: 14 de dezembro de 2023, no Cinépolis do Shopping Praça Nova

 

CONFIRA OS INDICADOS

 

SEGMENTO: ARTES CÊNICAS

CATEGORIA: ARTISTA DESTAQUE

Aline Ribeiro

André Galarça

Daiani Brum

Gelton Quadros

Juliet Castaldello

Pedro Diana

Rafaella Ferrão

Thayná Máximo

 

CATEGORIA: COMPANHIA

Cia Retalhos de Teatro

Circo sem Teto

Companhia Armazém

Grupo Contra-Regras

Teatro Por Que Não?

 

CATEGORIA: ESPETÁCULO

A Flor na Pele (Realização Rafaella Ferrão)

Como Reconhecer uma Bruxa? (Direção Natália Souza)

Contos de Ananse (Direção Marcos Caye Lara) 

Medeia (Direção Geison Sommer)
O Baile Cúier (Realização Sidnei Junior) 

Serena Procura Um Planeta (Direção Felipe Martinez) 

 

SEGMENTO: ARTES VISUAIS

CATEGORIA: ARTISTA DESTAQUE

Braziliano 

Cauê Toledo

Leonardo Penna 

Luciano Santos 

Mariri Tavares

ONOSE

Raul Dotto Rosa 

Susane Kochhann 

 

CATEGORIA: EXPOSIÇÃO

A Subjetividade da Dor (Sandro Bottene)

AUSÊNCIA (Carlos Rangel)

DENEGRIR II (Arte Negra em Movimento)

Imembuy, é tu? (Solar)

(In)Existência (Jamille Marin)

KAIRÓS (Luciano Santos)

 

 

SEGMENTO: AUDIOVISUAL

CATEGORIA: CURTA-METRAGEM

A Transmissão 86 (Direção Mário Finard)

De Um Outro Lugar (Direção Pedro Amaral)

Natal (Direção Alan Orlando)

O Sopro da Mina (Direção Thomás Townsend)

Terra de Mulheres (Direção Jessica Tavares e Daiane Bedin)

 

CATEGORIA: SÉRIE

Memória Viva (Direção Leo Roat)

Na Cozinha com Fiorella (Direção Neli Mombelli)

Nova Santa Marta (Direção Paulo Tavares)

 

SEGMENTO: DANÇA

CATEGORIA: ARTISTA DESTAQUE

Alice Duarte

Ana Lúcia Vargas

Júlia Urach

Lipe Soares

Lucas Lima

Paulo Roberto de Campos

Robson da Cruz

Rutielle Marques 

 

CATEGORIA: COMPANHIA

Ballet Ivone Freire

Dancidade Escola de Dança

Integração & Arte Estúdio de Dança

Orquestrando Arte

UFSM Cia de Dança

Vintage Dance Studio 

 

CATEGORIA: ESPETÁCULO

Ballet Olé (Realização Dançando para Educar)

Bodas de Aurora (Direção Bia Isaia)

Brasil, O Samba que Dá (Realização Orquestrando Arte)

Linguagens (Direção Alline Fernandez)

Utópicos-Muros (Direção Odailso Berté)

XII Dançando – Mostra de Inverno da Dancidade (Realização Dancidade Escola de Dança) 

 

SEGMENTO: LITERATURA

CATEGORIA: ESCRITOR(A) DESTAQUE

Armando Ribas Neto

Enéias Tavares

Gérson Werlang

Justina Monteiro

Mel Inquieta

Nikelen Witter

Raquel Trentin

Sandro Cartier

 

CATEGORIA: LIVRO

Bombo Leguero (Sandro Cartier)

Engasgos (Mel Inquieta)

Marvin Grinn e a Chave Mestra (Armando Ribas Neto)

Os Caminhos de Santa Teresa (Vitor Biasoli)

Rita Lee & Tutti Frutti — Santa Maria, Maio de 1978 (Gérson Werlang)

Silêncios Infinitos (Nikelen Witter)

 

SEGMENTO: MÚSICA

CATEGORIA: ÁLBUM OU EP

Calourada Ao Vivo (Sandro e Cícero)

Florescer (Vini Barcellos)

Híbrido (Antídoto)

Pop Punk #01 (Igor Fuchs)

Shine a Light (Rocksane)

Silêncio na Cidade (Bangalô Bordô)
9 Mixtape (907corp)

 

CATEGORIA: ARTISTA DESTAQUE

Danilo Grow

Evelíny

Gabriel Zeppe

Igor Fuchs

Ninas Lima

Paola Matos

Paulo Noronha

Rodrigo Cebolinha

 

CATEGORIA: BANDA OU GRUPO

Bangalô Bordô

Churril

De Alma Gaúcha

Evelíny e Banda Magnética

Human Plague

Milho Verde
Navibe

Txai Rap 

 

CATEGORIA: DJ

Basso

Just Wohm

Mezomo

Monte Blanco

Nana Benites

Octave

Smith

Tia Laís 

 

CATEGORIA: DUPLA OU DUO

Guilherme & Roberto

Lara & Bianca

Nina e Kauê 

Paola Matos e Erick Corrêa

Travellin’ Duo

 

CATEGORIA: ESPETÁCULO

Ao redor do meu umbigo (Sandro Cartier)

Concerto 60 anos do CAL (Orquestra Sinfônica de Santa Maria)

Drops Morrostock (Monte Blanco)

Especial Rita Lee (Cheeba Cheeba)

Mamãe I Love You (Eveliny)

Ricardo Borges Quarteto (Ricardo Borges)

Samba e Choro Dedilhados pelas Cordas de Gabriel Opitz (Gabriel Opitz) 

10 anos de Brasileirice (Paola Matos) 

 

CATEGORIA: INSTRUMENTAL

Cassiano Cassanta

Dilber Alonso

Gabriel Opitz

Hud Garcia

Marina Montero

Pedrinho Monti

Regina Guerra

Ricardo Brum

 

CATEGORIA: MÚSICA 

Batom (Evelíny)

Job (MT, the Mirata & LS LUCAS)

Memórias (Gabe Almeida)

Mini Manual do Guerrilheiro Urbano (Three X)

Ogum é Rei Ogum é Pai (Da Mata)

Para Tudo (Paulo Noronha)

Quando a Primavera Chegar (Danilo Grow)

Volta (De Alma Gaúcha)

 

CATEGORIA: VIDEOCLIPE

Abordagem padrão (DSM feat. Marllon Black)

Batom (Evelíny)

HyperWaveS (Chá de Broders)

Mini Manual do Guerrilheiro Urbano (Three X)

Ogum é Rei Ogum é Pai (Da Mata)

Tanto Faz (Johnny Dex)

 

CATEGORIA: VOZ

Anie Freire

Clebinho Martins

Evelíny 

Flaviane Costa

Igor Tadielo

Laura Lena Bastos

Vini Brum

Virgínia Hermann 

 

CATEGORIAS ESPECIAIS

CATEGORIA: AÇÃO CULTURAL

Brique da Vila Belga

Cineclube da Boca

Cinema nas Praça 

Circuito Gárgula Underground

Mapeando Memórias

Viva o Campuss

21ª Parada Livre da Região Centro

6ª Festa Literária de Santa Maria (FLISM)

 

CATEGORIA: DRAG

Caliope

Isabelly Popovick

Leona Brilha

Magenta Cianureto

Willow Dean 

 

CATEGORIA: REVELAÇÃO ARTÍSTICA

Amanda Prevedello (Artes Visuais)

Lara e Bianca (Música)

Marcela Lambertini (Música)

Mariri Tavares (Artes Visuais)

Pagode 55 (Música)

Pedro Diana (Artes Cênicas) 

Thayná Máximo (Artes Cênicas)

Willian Nienow (Dança)

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Maria Cult anuncia terceira edição de premiação que celebra artistas de Santa Maria https://redesina.com.br/maria-cult-anuncia-terceira-edicao-de-premiacao-que-celebra-artistas-de-santa-maria/ https://redesina.com.br/maria-cult-anuncia-terceira-edicao-de-premiacao-que-celebra-artistas-de-santa-maria/#respond Sat, 11 Nov 2023 15:25:50 +0000 https://redesina.com.br/?p=120303 O Prêmio Maria Cult (PMC) retorna em 2023 com sua terceira edição. Na última terça-feira (07/11), a Maria Cult, projeto de jornalismo independente de Santa Maria, anunciou nas redes sociais a nova edição da premiação que celebra a cena cultural independente da cidade. O PMC, que obteve 69 mil votos e mais de 170 indicados …

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O Prêmio Maria Cult (PMC) retorna em 2023 com sua terceira edição. Na última terça-feira (07/11), a Maria Cult, projeto de jornalismo independente de Santa Maria, anunciou nas redes sociais a nova edição da premiação que celebra a cena cultural independente da cidade.

O PMC, que obteve 69 mil votos e mais de 170 indicados na última edição, contará com 25 categorias nas áreas de Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Dança, Literatura e Música. Em 2023, a premiação chega com uma nova categoria musical: “Dupla ou Duo”.

Diferente das edições anteriores, neste ano a entrega dos troféus será feita na mesma noite em que serão revelados os destaques de cada categoria, que são escolhidos através de uma votação popular. A cerimônia de premiação do 3º PMC já tem data e local marcado: 14 de dezembro, no Cinépolis do Shopping Praça Nova.

3º Prêmio Maria Cult (Arte: Larissa da Rosa e Kleiton Prestes)

Para chegar às indicações, que serão reveladas na última semana de novembro, o 3º PMC conta, novamente, com uma equipe de curadores que contribui com sugestões para definir os indicados à premiação. O grupo é formado por 33 agentes culturais, entre produtores e artistas locais, que aceitaram o convite e se disponibilizaram a selecionar, junto da equipe Maria Cult, os destaques da cultura santamariense em 2023.

A terceira edição do Prêmio Maria Cult é resultado de um ano inteiro de trabalho em prol da cultura local, feito de forma totalmente independente. Assim como nos anos anteriores, queremos celebrar esses artistas e apresentar para Santa Maria a potência cultural que ecoa em nossa cidadecomenta o jornalista Deivid Pazatto, coidealizador da Maria Cult.

”Acredito que a premiação desempenha um importante papel para a visibilidade das diversas manifestações culturais na cena local. Cada edição reforça o quanto a cidade necessita de mais espaços, para que essas vozes sejam ouvidas, reconhecidas e valorizadas”, destaca Paola Saldanha, coidealizadora da Maria Cult.

A 3ª edição do Prêmio Maria Cult é uma realização da própria MARIA CULT com patrocínio do Beco Street Bar, Broto Maroto, Colors Turismo, Easy Going, Left Rock Bar, Muggles Pub Magic Store e Old School Pub, e apoio de Cinépolis, Rádio Armazém, Rede Sina e Shopping Praça Nova. 

A 2ª edição do PMC reuniu mais de 100 pessoas na entrega do troféus (Foto: Alice Pozzobon)

SOBRE O PRÊMIO MARIA CULT

O prêmio Maria Cult nasceu com o objetivo de celebrar a cultura independente de Santa Maria pós um período difícil para o setor enfrentado ao longo da pandemia de Covid-19. Na edição de estreia, em 2021, a premiação contemplou 85 indicações, entre obras, artistas, agentes e produtores culturais.


Já em 2022, o número subiu para 170 indicados, distribuídos em 25 categorias. Tendo em vista a pluralidade de produtores e trabalhos desenvolvidos na cena local, o 2º PMC contou também com uma equipe de 32 curadores para a construção da lista de selecionados.

Nas duas edições, a escolha dos destaques ficou sob responsabilidade do público, através do voto popular. A primeira edição contabilizou 34 mil votos, entre 19 categorias, enquanto a segunda edição chegou a marca de mais de 69 mil, em 25 categorias.

SOBRE A MARIA CULT

Mídia independente de jornalismo, a Maria Cult produz conteúdo sobre a cena cultural de Santa Maria (RS). Nascida na Cidade Cultura, marcada por diferentes histórias e costumes, de pessoas que moram e passam por aqui, o projeto visa a coletividade e a resistência, com protagonismo de múltiplas vozes e manifestações, por meio da  divulgação da cultura local, fortalecimento e valorização da criação independente, diversa, acessível e popular.

Idealizada pelos jornalistas Deivid Pazatto e Paola Saldanha, em janeiro de 2020, a Maria Cult já publicou mais de 3 mil ações culturais desde sua criação. Além de realizar o Prêmio Maria Cult, o projeto produz conteúdos sobre shows, lives, espetáculos de teatro e dança, festivais, exposições de artes visuais e livros, entre outras atividades e produções, como cobertura de eventos.

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25/10 – QUA – 18H30 | LANÇAMENTO DO LIVRO ENGASGOS DE MEL INQUIETA https://redesina.com.br/25-10-qua-18h30-lancamento-do-livro-engasgos-de-mel-inquieta/ https://redesina.com.br/25-10-qua-18h30-lancamento-do-livro-engasgos-de-mel-inquieta/#respond Sun, 22 Oct 2023 07:58:15 +0000 https://redesina.com.br/?p=120185 Na próxima quarta, dia 25, a partir das 18h30 no Mojju Gastro Pub (R. Duque de Caxias 927, entre Venâncio e Andradas) será lançado o livro de poemas “Engasgos” da Mel Inquieta (Melina Guterres), jornalista e fundadora da Rede Sina. O livro chamado pela autora de “Manifestos” traz versos/protestos.  O lançamento conta com mostra de …

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Na próxima quarta, dia 25, a partir das 18h30 no Mojju Gastro Pub (R. Duque de Caxias 927, entre Venâncio e Andradas) será lançado o livro de poemas “Engasgos” da Mel Inquieta (Melina Guterres), jornalista e fundadora da Rede Sina. O livro chamado pela autora de “Manifestos” traz versos/protestos.  O lançamento conta com mostra de arte, leituras dos poemas e show de Paola Mattos e Erick Côrrea. O restaurante ainda vai oferecer em seu cardápio uma nova opção o “Caldinho de Feijão da Mel Inquieta”, em homenagem a autora que gosta muito de caldos. As reservas podem ser feitas pelo whats 55991319422. A entrada gratuita até às 21h, após, couvert de R$ 8,00.

Engasgos é o sexto livro publicado através da parceria da Rede Sina com a editora Bestiário. Tem apresentação da Taiasmin Ohnmacht. “Mel parece nos dizer que, para alcançar um final tranquilo, é preciso ser inquieta, pois há muita luta para quem tem por horizonte a igualdade e a justiça social. Engasgo traz um convite: sejamos flores, mas de aço”, diz.  Na orelha feita pela Mária Rita Py ela lembra “no poema que dá nome à obra, a autora transborda indignação e empatia.(…). Nas dores de afro-brasileiras, de prostitutas, trans ou gays, exercita sabedoria”.

No pósfácio do João do Corujão, “Ouso dizer que Melina, tão afetuosa nas suas relações interpessoais, exercita o fazer poético com a mesma força de Conceição, Elisa Lucinda ou outras manas que fazem das suas palavras as potentes ferramentas para criar outros mundos possíveis, sem permitir que esqueçamos os horrores que clamam por justiça e mudanças de atitudes.”, afirma João.  E a Rozzi Brasil que assina a contra-capa conclui. “Engasgos é um grito contra os preconceitos que aprisionam.

Mel conta que estava com outro livro quase pronto, quando decidiu que seu primeiro livro individual deveria trazer mais a voz das suas indignações.

“Parecia um erro começar de outra forma que não essa. Tem poemas de 2005 à 2023, quando consegui decidir que o foco estava mais nos prostestos que propriamente nos versos, nasceu o livro”.

Sobre assinar com o nome artístico, ela diz que o nome nasceu em um momento de muita indignação, “então nada mais próprio que usar ele neste livro.”. Melina também publica seus poemas na sua conta no instagram @poesiacommel . Outras atividades e escritos dela podem ser encontrados em: https://redesina.com.br/melinquieta/ 

Engasgos teve pré-lançamento na 12ª Sina Poética no dia 5/10 e ttambém deve ser lançado em novembro em Porto Alegre e participar de uma série de circuitos (confira abaixo).

Para compras online basta acessar o site da editora Bestiário clicando aqui. 

25/10 – QUARTA-FEIRA – LANÇAMENTO EM SANTA MARIA

18h30 às 20h – Sessão de autógrafos
20h – Fala da autora. Espaço aberto: leituras dos poemas e comentários
21h às 23h – Show Paola Mattos e Erick Corrêa
No bar e restaurante Mojju Gastro Pub (R. Duque de Caxias 927, entre Venâncio e Andradas)
Entrada free até às 21h, após couvert R$ 8,00.

 

 

CIRCUITO ENGASGOS E OUTROS LIVROS DA PARCERIA REDE SINA/BESTIÁRIO:

Em Porto Alegre:
04/11 – 19h – 13ª SINA POÉTICA | TABLADO ANDALUZ (sarau e banca) | Av. Venâncio Aires 556ª. Cidade Baixa
10/11 – 14h – Instituto Caldeira.

Em Santa Maria:
24/11 – 14ª Sina Poética Orgulho Negro | Boteco da Maré | Visconde de Pelotas, 984
08/12 – sexta -19h – Atêlie da Gare | GARE
12/12 – terça – 19h – 15ª SINA POÉTICA | especial autores Sina/Bestiário com leitura dramáticas | Mojju Gastro Pub | Duque de Caxias, 927 |
18/12 – seg – 19h – Confraria Gastro beer | Bozzano, 695 |
22/12 – sex – 199 – Easy Going | R. Duque de Caxias, 984

DEPOIMENTOS COMPLETOS SOBRE O LIVRO EM:

LIVRO: ENGASGOS DE MEL INQUIETA

 

 

 

COMPRAS ONLINE EM:

https://bestiario.com.br/livros/engasgos.html

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05/10 – QUI – 19H30 | 12ª SINA POÉTICA https://redesina.com.br/12sinapoetica/ https://redesina.com.br/12sinapoetica/#comments Tue, 03 Oct 2023 04:46:53 +0000 https://redesina.com.br/?p=120101 12ª Sina Poética, acontece nesta quinta, dia 5 de outubro, a partir das 19h30 no Old School Pub. A SINA POÉTICA chega a sua 12ª edição completando 5 anos. A edição de outubro é a segunda em parceria com a Festa Literária de Santa Maria- FLISM, que está com programação de 4 a 7 de …

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12ª Sina Poética, acontece nesta quinta, dia 5 de outubro, a partir das 19h30 no Old School Pub.

A SINA POÉTICA chega a sua 12ª edição completando 5 anos. A edição de outubro é a segunda em parceria com a Festa Literária de Santa Maria- FLISM, que está com programação de 4 a 7 de outubro.  A parceria também promove a mesa de debate sobre Literatura Contemporânea Gaúcha que acontece dia 5, às 17h30 na Cesma. Após o debate, todos são convidados para irem para 12ª Sina Poética que conta nesta edição com:

MOSTRA DE ARTE: Obras de Ana Macedo, Geraldo Markes, Ricardo Markes (baixo), Jow Jow, Kalu Flores, Dartanhan Baldez Figueiredo, Rafael Bitencourt

LANÇAMENTOS DE LIVROS: Extravagante de Liana Timm, Os Caminhos de Santa Teresa de Vitor Biasoli, Papa da Terra, Mama da Água de Gabriel Araújo, Engasgos (pré-lançamento) de Melina Guterres/Mel Inquieta.

MOSTRA DE CURTA VENCEDOR DO SMVC/ PRÊMIO REDE SINA  2023 e 2022: Cidade de Lona de Paulo Tavares e Verônica de Heitor Leal

A Sina Poética é um evento realizado pela Rede Sina e esta edição conta entre parceiros e apoiadores: Flism, Livraria Athena, Old School Pub, Grupo Rezzor, editora Bestiário, Festival Santa Maria Vídeo e Cinema – SMVC, Cesma, Salão de beleza “Coisa mais linda”, Ong Igualdade, Porão Criativo, Maria Cult, Paralelo 29, Luma Consultoria, Slam Produções e Sarau dxs Atrevidxs.

SINA POÉTICA – SARAU COM MICROFONE ABERTO
A primeira edição do Sarau Sina Poética aconteceu em comemoração de aniversário da criadora do sarau e da Rede Sina, Melina Guterres, em setembro de 2018 no antigo bar Zeppelim. Esta edição o sarau comemora os 5 anos e os 41 de sua fundadora.
CURTA PRÊMIO REDE SINA/SMVC 2023: CIDADE DE LONA:
CURTA PRÊMIO REDE SINA/SMVC 2022: VERÔNICA

 

SERVIÇO:

12ª SINA POÉTICA

5/10 – QUINTA – 19H30 

Entrada: R$ 5,00 (opcional)

Reserva de mesas pelo whats  55 99649-4298

NO OLD SCHOOL PUB:

 

VEJA TAMBÉM:

 

05/10 – QUI – 17h30 | Literatura Contemporânea Gaúcha é debatida na Cesma durante a FLISM

 

DE 4 A 7 DE OUTUBRO | 6ª FESTA LITERÁRIA DE SANTA MARIA – FLISM

5 ANOS DA SINA POÉTICA!

CRONOGRAMA HISTÓRICO:

1ª SINA POÉTICA | 25/09/2018

https://redesina.com.br/i-sina-poetica-confira-como-foi/

Lives:

https://www.facebook.com/redesina/videos/268723683981202/?ref=embed_video&t=0

https://www.facebook.com/redesina/videos/528093097617405/?ref=embed_video

https://www.facebook.com/redesina/videos/761602210898237/?ref=embed_video&t=4

https://www.facebook.com/redesina/videos/267564794084897/?ref=embed_video

https://www.facebook.com/redesina/videos/501770593672068/?ref=embed_video

https://www.facebook.com/redesina/videos/265610757397150/?ref=embed_video

https://www.facebook.com/redesina/videos/473601316468994/?ref=embed_video

https://www.facebook.com/redesina/videos/735697493436211/?ref=embed_video

https://www.facebook.com/redesina/videos/317921025427045/?ref=embed_video

https://www.facebook.com/redesina/videos/302451667017965/?ref=embed_video

 

2ª SINA POÉTICA | AUTORES NEGROS | 19/11/2018

https://redesina.com.br/sina-poetica-orgulho-negro-dia-19-de-nov/

live/chamada: https://www.facebook.com/redesina/videos/336579780259485/?ref=embed_video

 

3ª SINA POÉTICA | MULHERES | 27/03/2019

Performance na 3ª Sina Poética. 2019. Foto: Dartanhan Baldez Figueiredo.

https://redesina.com.br/27-03-3o-sina-poetica-poetisas/

https://redesina.com.br/sina-poetica-reune-poetas-artistas-e-lembra-mulheres-vitimas-da-ditadura-em-performance/

Lives: 

https://www.facebook.com/redesina/videos/2241897082716797/?ref=embed_video&t=0

https://www.facebook.com/redesina/videos/310045709678735/?ref=embed_video&t=5

https://www.facebook.com/redesina/videos/625781001200486/?ref=embed_video

 

4ª SINA POÉTICA | 25/06/2019

https://redesina.com.br/sinapoetica4/

Lives: https://www.facebook.com/redesina/videos/414836919103584/?ref=embed_video&t=0

https://www.facebook.com/redesina/videos/358750571478399/?ref=embed_video&t=0

 

5ª SINA POÉTICA | 03/09/2019

https://redesina.com.br/sina-poetica-5aedicao/

lives:

https://www.facebook.com/redesina/videos/505404413550836/?ref=embed_video&t=0

https://www.facebook.com/redesina/videos/740935319697826/?ref=embed_video&t=0

 

6ª SINA POÉTICA | 26/11/2019 – AUTORES NEGROS https://redesina.com.br/26-11-6a-sina-poetica-tema-consciencia-negra/

Live: https://www.facebook.com/redesina/videos/2695939377133980/?ref=embed_video&t=21

 

EXTRA | edições devido a pandemia

 

  • SINA | Sina e Corujão da poesia | 31/03/2020 (online)

A edição presencial prevista para 31 de março de 2020, foi realizada online junto com o Corujão da Poesia https://redesina.com.br/31-03-terca23h-sina-poetica-e-corujao-da-poesia/

  • SINA | Exposição e poesia | 27/09/2021 (presencial com restrições e online)
  • SINA | Sarau Delas  – 15/03/2022 (online)

https://redesina.com.br/sarau-delas-15-03-ter-20h-live/ 

 

7ª SINA POÉTICA | 30/03/2022 | MULHERES

https://redesina.com.br/7a-sina-poetica-presencial-30-03-qua-20h-no-old-school-pub/

Vídeo: 

Live: 

https://www.youtube.com/watch?v=ig3KePDDHKI&list=PLF2UK8HbA8I3A9d7wr2-TZTfV8QYGJONc&index=10

 

8ª SINA POÉTICA | 03/05/2022 | RIO DE JANEIRO-RJ

Encontro de saraus Sina Poética, Corujão da Poesia, Pelada Poética, Ratos

https://redesina.com.br/sinapoeticario/

Vídeo/live: https://www.youtube.com/watch?v=OOJFm_wSmGg&list=PLF2UK8HbA8I3A9d7wr2-TZTfV8QYGJONc&index=7

 

9ª SINA POÉTICA | 07/10/2022 – 5ª FESTA LITERÁRIA DE SANTA MARIA – FLISM

https://redesina.com.br/9a-sina-poetica-7-10-sex-21h-no-old-school-pub/

Vídeo:

Live: https://www.youtube.com/watch?v=PAuKjInCGMQ&list=PLF2UK8HbA8I3A9d7wr2-TZTfV8QYGJONc&index=6&t=9s

 

10ª SINA POÉTICA | 30/03/2023  | MULHERES

https://redesina.com.br/30-03-10a-sina-poetica-celebra-a-literatura-feminina-e-promove-diversas-atividades-em-evento-em-santa-maria/

Vídeo:

Live: https://www.youtube.com/watch?v=CvuZAW02V34&list=PLF2UK8HbA8I3A9d7wr2-TZTfV8QYGJONc&index=3

 

11ª SINA POÉTICA | 08/05/2023 | 50ª FEIRA DO LIVRO DE SANTA MARIA

COM 50 FEIRA DO LIVRO DE SANTA MARIA. Participação autores portugueses Afonso Cruz e o ator Pedro Lamares

https://redesina.com.br/11sinapoetica/

Vídeo: 

 

 

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COLUNISTA DA REDE SINA, VITOR BIASOLI LANÇA NOVO ROMANCE QUARTA-FEIRA https://redesina.com.br/vitor-biasoli-lanca-novo-romance-quarta-feira/ https://redesina.com.br/vitor-biasoli-lanca-novo-romance-quarta-feira/#respond Sat, 08 Jul 2023 16:05:39 +0000 https://redesina.com.br/?p=44564 Na quarta-feira, dia 12 de julho, às 20h, no Old School Pub em Santa Maria-RS, acontece o lançamento do livro “Os Caminhos de Santa Teresa”, um romance de Vitor Biasoli. O livro é a quarta publicação fruto da parceria da Rede Sina com a editora Bestiário.  O evento também conta um bate-papo sobre o livro …

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Na quarta-feira, dia 12 de julho, às 20h, no Old School Pub em Santa Maria-RS, acontece o lançamento do livro “Os Caminhos de Santa Teresa”, um romance de Vitor Biasoli. O livro é a quarta publicação fruto da parceria da Rede Sina com a editora Bestiário.  O evento também conta um bate-papo sobre o livro entre o autor e o escritor Orlando Fonseca e a participação de Lucca Pilla na realização de uma leitura dramática de trecho do livro.  Ainda no corredor do bar, estarão expostas e disponíveis para venda obras dos artistas Geraldo Markes e Jow Jow.

“Os Caminhos de Santa Teresa”  é um romance a respeito da imigração italiana no Brasil Emílio (o personagem central) é um filho de imigrantes italianos, nascido em Pelotas / RS, em 1922. Em 1967, aos 45 anos de idade, se vê obrigado a buscar o irmão Antônio (41 anos, ex-sargento do Exército) que se envolveu na Guerrilha do Caparaó e está adoentado na cidade paulista de Sorocaba, na casa de uma tia (Julieta, 72 anos). A viagem de Emílio a São Paulo se dá após a prisão da maioria dos guerrilheiros, a qual ocorreu em abril de 1967.

Vitor Biasoli nasceu em Pelotas (1955) e vive em Santa Maria desde 1991. Formou-se em História (UFRGS, 1977), fez mestrado em Letras (PUCRS, 1993) e doutorado em História Social (USP, 2005). Lecionou em escolas do Ensino Fundamental e Médio (1978-1991) até ingressar na Universidade Federal de Santa Maria. Atualmente está aposentado. Publicou livros acadêmicos e literários, entre eles: Jorge encontra Lilian (novela juvenil, 1998), Calibre 22 (poemas, 1999), Uísque sem gelo (contos, 2007), Santa Maria: ontem & hoje (crônicas, 2010), O fundo escuro da hora (contos, 2018), Paisagem marinha (poemas, 2021) e Itália, trilhos e café: histórias da família Biasoli (crônicas, 2022). Pertence ao grupo de escritores da “Turma do Café” e é colunista da Rede Sina.

No momento o livro estará disponível para compra em Santa Maria no dia do lançamento, também através do whats da Rede Sina (5530295661) e para todo Brasil no site da Bestiário.

Serviço:

Lançamento do livro de Vitor Biasoli

12 de julho – quarta-feira – no Old School Pub (Niederauer 1613)

Bate-papo com autor e Orlando Fonseca

Leitura dramática: Lucca Pilla

Exposição artística: Obras de Gerlado Marques e Jow Jow

Entrada gratuita

Compre online em:

https://bestiario.com.br/livros/os_caminhos_de_santa_teresa.html

 

Leia crônicas do Vitor Biasoli na Rede Sina em:

https://redesina.com.br/category/portal/convidados/vitor-biasoli/

 

LIVRO: OS CAMINHOS DE SANTA TERESA DE VITOR BIASOLI

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OS CAPINCHOS DA SANGA GRANDE*. por ROGER BAIGORRA MACHADO https://redesina.com.br/os-capinchos-da-sanga-grande-por-roger-baigorra-machado/ https://redesina.com.br/os-capinchos-da-sanga-grande-por-roger-baigorra-machado/#respond Sat, 29 Apr 2023 11:42:58 +0000 https://redesina.com.br/?p=20715 O Grande Capincho estava imóvel, parecia um tronco jogado no meio do junco. De tão grande que era, dava para ver a sua cabeça inteira repontando por cima das folhas amareladas do capim. Logo abaixo da queixada, no espesso pescoço, toda a sua tensão pulsava através de uma veia trêmula. Tinha os olhos atentos, brilhantes …

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O Grande Capincho estava imóvel, parecia um tronco jogado no meio do junco. De tão grande que era, dava para ver a sua cabeça inteira repontando por cima das folhas amareladas do capim. Logo abaixo da queixada, no espesso pescoço, toda a sua tensão pulsava através de uma veia trêmula. Tinha os olhos atentos, brilhantes e levemente repuxados. E de tão arregalados que estavam, seus olhos davam a impressão de que quase não piscavam. Sem dúvida alguma, ele era o mais lindo dos animais do rebanho. 

Havia quase três invernos desde que o Grande Capincho tinha assumido a liderança do grupo.

Em cada passo que dava,  o Grande Capincho carregava todo o peso da sua liderança em um corpo grande e forte. Seu tamanho avantajado se devia à boa alimentação, uma fartura oriunda da pastagem do banhado e, por outro lado, uma grandiosidade construída também pela mais bruta necessidade. Sim, era preciso. Era preciso ser forte e ser grande. Eis as duas regras que asseguram a liderança de um bando. O medo e a força. É que para um capincho, na sobrevivência pelos charcos e sangas, só restava a força como argumento de barganha. 

Num bando de capinchos, os machos sempre estão medindo força, lutas ferozes, onde os dentes deixam rasgos no couro. Destes embates resta sempre um animal do qual os outros machos nutrem medo. Esse animal é o alfa, o dominante que consegue se impor. O macho alfa é constantemente desafiado por outros jovens machos, desconhecedores do medo e da derrota. Jovens ansiosos por ocupar o lugar da liderança e de acesso às melhores fêmeas, tentam constantemente tomar a liderança do líder do bando. Assim, tamanho e força são virtudes importantes na natureza, especialmente, no mundo dos capinchos. Aos jovens machos derrotados, resta o exílio ou a subserviência em medo, ao vencedor, a responsabilidade de ser o líder.

E o Grande Capincho estava lá, imponente entre os juncos, com seus pêlos compridos e densos se movendo contra o ar seco e gelado do vento minuano, indo de um lado para outro, como se, numa dança de marrons reluzentes, o vento redesenhasse o seu corpo à cada soprada. 

A rotina de um capincho pelas terras da Pampa era um eterno se repetir, andar pelas noites, cruzar os rios, esconder-se nos brejos, sumir entre as águas, dormir nos matos. Essa repetição da mais crua sobrevivência eram atividades que o Grande Capincho fazia desde quando era filhote. E naquele dia de final do inverno, isto não tinha sido diferente.

Enquanto a luz da Estrela D’Alva lentamente se enfraquecia no céu, o Grande Capincho e seu bando já estavam há muito com suas almas encravadas na terra, enfiados no charco do banhado. 

Como líder que era, o Grande Capincho foi o primeiro a chegar no local de pastagem. Apareceu no banhado da Sanga Grande lentamente, caminhando sozinho, saindo por uma trilha que vinha do mato costeiro. Ele caminhou pela beirada dos juncos, bebeu um pouco da água gelada e límpida que escorria de uma nascente que brotava por entre dois juncos. Em seguida, ele foi até a parte mais alta da coxilha que dividia o banhado do campo aberto. Uma coruja, pousada sobre o topo de um cupinzeiro, de olhar atento, ao ver o Grande Capincho se aproximando, abriu suas asas e voou para as bandas do rio, quem sabe a sorte lhe trouxesse uma preá desatenta na escuridão que já se desvanecia. 

O líder do bando ficou lá na coxilha por um bom tempo, ouvindo o cantar dos grilos e observando um casal de emas que estava ao longe. As emas pareciam ainda congeladas pelo frio da noite, estavam quase imóveis, e não fosse o som de seus assobios, as duas aves bem que poderiam ser confundidas com estátuas. A ema fêmea estava em pé, virada para as planícies da Pampa, ela olhava na direção do nascer do sol, como se estivesse procurando por algo, enquanto que o macho permanecia deitado, chocando os ovos no ninho, quase dormindo. 

O Capincho respirou profundamente o ar do amanhecer pampeano, sentiu o cheiro dos campos longínquos, ares de outros pagos, aromas vindos numa mistura de arvoredo e mel. Depois, virando na direção onde o campo, o banhado e o mato se encontravam, o líder do dos capinchos ficou novamente imóvel, observando tudo com atenção. Ele queria ter certeza. É que antes do próximo ato, ele precisava ter a certeza de que não havia nenhum sinal de perigo para o bando, farejou com atenção e não percebeu nenhum cheiro de leão-baio, lobo guará ou de ser humano rondando o banhado e seu pasto verde. Vendo que não havia nada que temer, voltou para até a beira da sanga e com um grito chamou os demais capinchos. 

A manada chegou ao banhado em fila. Sempre organizados, andavam como se um animal pisasse na pegada do outro, os capinchos pareciam não ter nenhuma pressa. Como de costume, todo o bando tinha pernoitado na proteção do mato costeiro e, lentamente, despertava em um movimento ainda entorpecido em direção à sanga. Aos poucos, os capinchos foram saindo pela trilha do mato, distanciando-se uns dos outros e também partindo para longe das sombras das árvores, entrando gradualmente na área alagada. Não fosse pela alegria infantil de uns oito pequenos filhotes que corriam na frente de todos, pareceriam quase não se mover. O bando era composto por trinta e cinco animais adultos e uma dúzia de filhotes.

E conforme o sol ia se mostrando no horizonte, dava para ver, pairando por entre os capinchos, a cerração que evaporava da sanga, como se fosse uma fumaça que se misturava com a tênue geada que ainda repousava ilesa sobre o pasto. No amarelar da luz do sol os capinchos foram se esparramando pelo banhado. Uns animais estavam perto do mato, outros pastavam do outro lado da sanga, uns quase na beira da água. Mesmo separados, estavam comungando da mesma paz, num fundo de campo no extremo oeste da Província de São Pedro, escondidos entre os juncos e as árvores de um mato costeiro do rio Uruguai. 

No correr das horas, não tardou para que o sol logo aquecesse tudo, pois é assim que ele sempre faz, depois de uma noite fria, carrega para a vida o calor, vai derretendo os gelos e iluminando os assombros.

O banhado agora estava vivo, tudo era envolto num clarão.

No meio da sanga, despreocupada com os acontecimentos externos, reluzia a dança de uma enorme traíra que, aos botes vorazes, jogava água e lambaris para cima. Nas árvores do mato costeiro da sanga, o canto dos pássaros se misturava com o barulho do vento que trastejava nas folhas dos juncos, dando a sensação de uma cantiga maternal, assobiada, quase num sussurro. 

No bando de capinchos, os filhotes, as fêmeas e os machos menores, todos se alimentavam tranquilamente, acompanhados de longe pelo olhar cuidadoso do seu líder. De vez em quando, o minuano trazia um cheiro forte e adocicado, um odor intenso e familiar para qualquer ser vivo que na Pampa tenha se criado. Era o cheiro do mijo de algum zorrilho que, provavelmente, diante de um sinal de perigo, utilizou da própria urina como uma eficaz ferramenta de sobrevivência. 

Era o fim do inverno, tempo de evitar as águas da sanga e permanecer mais tempo no sol, especialmente, nas partes secas do banhado. Nas planícies pampeanas, a vida era irmã obediente das estações do ano. Durante os períodos de estiagem, tempo em que os campos se ressecavam até a linha do horizonte e as sangas quase desapareciam, a escassez de alimentos era uma regra para diversas espécies de animais. O bando de capinchos vivia isso todos os anos, e por causa disso, estava sempre em constante movimento. 

O bando andava pela Pampa numa eterna busca por novas pastagens e áreas alagadas. Se ficassem escassos os pastos de um lado do rio, cruzavam para o outro, andavam e nadavam até encontrar um novo local de alimentação. Era nesses períodos em que eles ficavam mais indefesos, pois precisavam, muitas vezes, expor-se em grandes distâncias de deslocamento. A busca incessante por comida, a coletividade dos movimentos e as mudanças territoriais constantes, faziam daquela manada de capinchos um corpo único. Moviam-se sempre em sincronia e sobreviviam, exatamente, por causa disso. 

Agora, quando os dias de seca findavam e se iniciava o período das chuvas, tudo mudava, acontecia o oposto. A regra agora era a abundância de comidas, de caças, de pastos, de frutos e folhas. As planícies se coloriam em um verde claro que tomava conta de tudo aquilo que os olhos pudessem ver. Nos matos, as taleiras, os ingás, os araticuns, os maracujás e as pitangueiras se enchiam de frutas.

Na sanga grande, onde a grama sempre crescia em abundância, mesmo em invernos pouco chuvosos como aquele, todos os dias apareciam grupos de orelhanos. Os bois cimarrón, os gados vacuns dos missioneiros que ficaram à revelia dos cuidados humanos e que, selvagens, vagavam pelos campos e pradarias da pampa. Eram manadas de centenas de animais. 

Os bois e as vacas chegavam e logo buscavam beber um pouco da sanga, fartavam-se da água doce que rebatia por entre os juncais, depois, num ato protocolar, pastavam alguns minutos e partiam logo em seguida. Havia muito gado solto pelas pradarias, mas para os capinchos, a impressão é de que aqueles animais que chegavam diariamente na sanga, eram sempre os mesmos, os mesmos bois e seus cheiros de couros molhados. 

A manada de cimarrons chegava, geralmente, no início da manhã e se recolhia ao final do dia. O líder do grupo era um grande e forte touro de pelo zaino que, assim como o líder dos capinchos, também levava todo os animais para dormir dentro do mato, aprofundavam-se nas sombras das árvores, numa estratégia para se proteger daqueles que os caçavam.

No dia seguinte, antes do sol despontar, o som dos galhos se quebrando e os espinhos arranhando os couros era o sinal de que os bois partiriam novamente em direção às pradarias verdes. Na saída, como de costume, a manada deixava muito esterco e urina sobre a relva, para a alegria dos pássaros que ficavam revirando as bostas. 

No banhado, quando o sol já pairava no meio do céu, a vida pampeana pulsava em  diferentes tamanhos e velocidades.

No campo ao lado da sanga, juntavam-se tatus e mulitas, muitos deles, fêmeas com suas ninhadas. Do prado, sorrateiramente, vinham os sorros, conhecidos também como graxains do campo. E do campo também surgiam os lobos guará, sempre sestrosos e com seus inconfundíveis gritos. Os guarás tomavam muito cuidado ao se aproximar da sanga, não por medo, mas por estratégia, visto que estavam sempre tentando caçar algo. E apareciam também os zorrilhos e seus perigosos rabos. Vinham beber na sanga também os veados, as garças e as marrecas, as emas e os catetos. E se num alvoroço de patas o banhado se esvaziasse subitamente de qualquer rastro de vida animal, o motivo era simples, eles tinham chegado: os leões-baios. 

No meio da tarde, correndo em alta velocidade por entre os arbustos, apareciam as preás e algumas lebres, escoltadas pelos quero-queros. Assim era o dia no banhado ao lado da sanga, um lugar que, além de ser bom para a alimentação, tinha também o adendo de receber proteção das árvores do mato, dos juncos e das águas da sanga. 

Em frente ao banhado, na outra margem, olhando-se na direção dos campos do lado ocidental do rio, estavam os campos da Argentina. E entre o banhado e o rio, majestosa no tempo, estava ela: a sanga grande. A sanga era de uma água salobra e acinzentada, era quase adocicada e, por ser muito profunda, tinha locais que do alto pareciam manchas escuras, buracos que nem mesmo os capinchos se arriscavam ir ao fundo, eram três poços profundos e distribuídos no seu lado esquerdo. Os poços tinham dúzias de metros de profundidade, eram fendas onde nem a luz do sol penetrava e que escondiam, enterrados na lama inicial, pedaços de animais antigos, cascos de tatus gigantes, pontas de lanças milenares, crânios de preguiças e dentes de tigres imemoriais.  

A sanga se formou no passar dos séculos, levando em sua gênese as mutações geológicas de milhares de anos, transformações que até os homens mais imaginativos são incapazes de abstrair. A vida da sanga era coisa diferente da fugaz vida animal e humana, sua existência era coisa de longa duração. Um traço bem marcado na linha temporal da Pampa. Ela se fez sem pressa, como uma ferida cicatrizada e ao mesmo tempo sempre aberta, uma marca viva no meio do campo. No início, a sanga nasceu como uma ínfima vertente de um feixe fino e pequeno de água, escorrendo por debaixo de um arenito e se desenvolvendo em redemoinho nos grãos de areia. Depois, ela cresceu escavando a terra e as rochas e se acumulando num pedaço aberto no solo, abrindo caminho com toda a força do aquífero, foi ganhando forma e tamanho. E assim a sanga seguiu sua sina, ora recebendo a água doce do rio Uruguai durante as cheias, ora sobreviveu bebendo da água gelada que brotava das outras nascentes que cercavam o banhado. 

Na direção do nascer do sol, no lado oposto ao rio, do outro lado da sanga, estavam as pradarias.

Planícies e mais planícies cobertas pelas ricas pastagens pampeanas. Entre o campo e a sanga, cruzando o banhado, havia uma coxilha que se erguia rasa, escondendo o grande espelho d’água daqueles que vinham sem rumo pela pampa. Numa das laterais da sanga, como torres de um castelo, via-se as copas das grandes árvores do mato nativo, árvores antigas que ficavam bem na costa do rio Uruguai. Em direção ao banhado, afastando-se do rio, o mato então passava a contar com árvores menores, espinheiras, pequenas corticeiras do banhado, taleiras e outras tantas de pequeno porte. Era uma vegetação que tomava conta de uma parte das margens do rio e que também abraçava quase toda a velha sanga, um abraço feito em trilhas apertadas, lugares por onde até os animais tinham receio de passar. O mato era como um aramado esticado e colocado perfeitamente entre o rio e a sanga.

Naquele dia o Grande Capincho estava sentado bem no meio de uma touceira de juncos, quase dormindo, farto de tanto pastar. Para olhos desavisados ele realmente pareceria uma rocha ou um toco de árvore. Às vezes, num leve sobressalto, ele despertava do cochilo com o vento gelado à ponta do focinho. O sol já tinha tomado o rumo das últimas horas da tarde e como de costume, o seu bando ficaria no banhado até a última centelha de luz e, terminado o dia, voltariam para a proteção do mato. No entanto, e muito de repente, a tranquilidade que aparentemente tomava conta do banhado foi quebrada pelos gritos de um bando de pelinchos. As aves estavam pousadas no topo de uma figueira e, subitamente, desatinaram a cantar, alarmando todos ao redor. 

O grupo, de cerca de uns dez pelinchos, cruzou voando por sobre a manada de capinchos, com seus gritos e grandes asas abertas. Algo os havia assustado. Imediatamente, após o alarme das aves, todos os capinchos pararam de pastar ao mesmo tempo. Era a sincronia da sobrevivência. 

Duas perdizes que estavam pousadas perto da margem da sanga, voaram rapidamente na direção do campo, as cabeças dos capinchos se ergueram quase que juntas e todos os animais olharam na direção dos juncos que margeavam a água. Logo em seguida, os quero-queros tocaram o segundo alarme, fizeram-no aos gritos e com rasantes ameaçadores por sobre os juncos. Era certo que algo estava lá. O Grande Capincho permaneceu sentado, bem no centro do banhado, mas agora, ele estava extremamente atento, de tal forma que cada fio de seus pêlos parecia pressentir o perigo que ele e seu bando corriam.

Ao perceber uma estranha movimentação nas folhagens dos juncos, a mais velha das fêmeas do bando, numa atitude de defesa, deu um urro e saiu em disparada, levando seus filhotes e todo o rebanho de capinchos que estava no banhado junto dela. Correram na direção contrária da sanga. Em seguida, os capinchos subiram o banhado rumo ao campo e depois, num movimento coordenado, correndo em curva, deslocaram-se pela base da coxilha e voltaram para dentro do alagado. Correram na direção da sanga, cruzando o banhado através de uma parte seca, caminho que funcionava como uma ponte entre o campo e a água. Entraram aos saltos e em alta velocidade, fazendo um grande barulho e criando pequenas ondas dentro da sanga.

Distraído com um outro som que vinha de dentro do mato, o Grande Capincho perdeu o momento coletivo da fuga, quando viu, estava só. Ele havia ficado para trás, e essa não era a primeira vez que isso acontecia, talvez por isso, ele se manteve calmo. O Capincho sabia que, em muitas das vezes, as debandadas eram alarmes falsos, coisas poucas em matéria de perigo. Quando isso acontecia, depois da fuga, os capinchos mergulhavam poucos metros e logo retiravam as cabeças para fora da água da sanga para observar suas margens e, vendo-se em segurança, aos poucos retornavam para o banhado. Acontece que, desta vez, nenhuma cabeça surgiu sobre a água da sanga para olhar, todos mergulharam profundamente e atravessaram para o outro lado quase sem emergir, do outro lado, preferiram ficar escondidos entre as plantas boiadeiras. 

E nos dois minutos que se seguiram da debandada, o banhado todo virou silêncio.

Parado e sozinho entre os juncos, o Grande Capincho percebeu que já não tinha mais escolha. Ele sabia que o melhor a fazer era correr, mas seu instinto dizia que não, que ele deveria ficar escondido, ao menos, por um pouco mais de tempo. E assim ele ficou imóvel, esperando pelo momento certo para também sair em disparada. 

Cerca de uns 30 metros de onde o Capincho se escondia, indo contra o vento gelado do fim do inverno, estavam as touceiras dos juncos de onde os quero-queros deram o alarme. Agora, o olhar do líder do bando exigia o máximo da sua atenção. Seus olhos repuxados estavam travados nos juncos que cresciam na margem, o que quer que tivesse assustado o resto do bando, certamente estava ali. 

Os quero-queros, enfurecidos, começaram a dar voos ainda mais rasantes contra uma das touceiras, era como se os pássaros indicassem ao Grande Capincho que era ali que estava o perigo. O líder do bando precisava tomar uma decisão, não era mais possível ficar ali parado esperando. Ele tinha três caminhos, o primeiro e mais óbvio, seria correr em direção a água. Mas para isso, ele teria que se arriscar correndo por entre os juncais e se defrontar com o que ali estava escondido. Outra possibilidade, imitar o bando e tentar a fuga em direção ao campo e, por fim, uma última alternativa seria a de correr para o mato que ficava do outro lado do banhado e poucos metros de onde ele estava.

O vento, agora em rajada, jogava a pelagem do Capincho para trás e soprava até o animal os diferentes cheiros que preenchiam cada sentido do seu olfato. As narinas do Grande Capincho se alargavam para a entrada do ar, movendo-se lentamente em abertura, enchendo seus pulmões com os odores daquilo que se escondia na beirada da sanga. 

Misturado com o cheiro de água e dos peixes, lambuzados pelas notas do odor do mato e da terra molhada, havia também os odores do couro de boi. Mas como? Se não havia nenhum cimarrón pastando ali? O Grande Capincho tinha certeza que se tratava de couro de boi, mas era um cheiro novo, tinha uma emanação intensa, quase adocicada, era cheiro de couro do gado das pradarias, mas tinha uma diferença, o couro que ele cheirava já estava morto há muito tempo. Enquanto os voos rasantes dos quero-queros seguiam sem trégua, o vento trazia, agora com fraqueza e precisão, um dos cheiros mais temidos pelos animais pampeanos. Agora sim, o Capincho tinha certeza de qual era o odor do perigo que corria.  Ele sentia o cheiro Charrúa. (CONTINUA)

 

* Este texto é parte de um projeto maior. Um livro que estou escrevendo, trata-se de um romance que narra a história dos descendentes de uma tribo Charrúa, a saga de uma família pela história da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.

 

 

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CONHEÇA OS DESTAQUES DO 2º PRÊMIO MARIA CULT https://redesina.com.br/conheca-os-destaques-do-2o-premio-maria-cult/ https://redesina.com.br/conheca-os-destaques-do-2o-premio-maria-cult/#respond Fri, 06 Jan 2023 23:00:31 +0000 https://redesina.com.br/?p=19861 A noite da última quinta-feira (05/01) foi marcada pelo anúncio das obras e artistas destaques do 2º Prêmio Maria Cult. A cerimônia foi realizada de modo virtual, com transmissão simultânea pela página do Facebook e YouTube da Maria Cult, direto do estúdio da Maestro1 Comunicação. Durante a live, foram divulgados os destaques selecionados pelo voto …

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A noite da última quinta-feira (05/01) foi marcada pelo anúncio das obras e artistas destaques do 2º Prêmio Maria Cult. A cerimônia foi realizada de modo virtual, com transmissão simultânea pela página do Facebook e YouTube da Maria Cult, direto do estúdio da Maestro1 Comunicação. Durante a live, foram divulgados os destaques selecionados pelo voto popular nos segmentos de Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual, Dança, Literatura e Música.

O lançamento da votação ocorreu em 15 de dezembro, com 177 indicações. Em 16 dias, o 2º Prêmio Maria Cult totalizou 69.060 votos, distribuídos em 25 categorias. O objetivo da ação foi ampliar a divulgação e valorizar as produções e artistas independentes e celebrar a cena cultural independente de Santa Maria. A categoria mais votada foi Ação Cultural, que somou 3.565 votos e que premiou o Brique da Vila Belga (33,7%). Outros destaques dessa premiação foram Dida Larruscain e Paola Matos. As artistas levaram dois troféus cada, nas categorias Artista Destaque e Música, para Dida; e Álbum ou EP e Voz para Paola.

Já o Teatro Por Que Não? garantiu pelo segundo ano consecutivo o troféu da categoria Companhia, neste ano, com 28,7%. Rusha foi a indicada que mais recebeu votos entre os indicados nas 25 categorias. A artista alcançou a marca de 1.517 votos, o que representou 52,8% na categoria Artista Destaque, no segmento de Artes Visuais. Para chegar às indicações, nesta edição, a Maria Cult contou com uma equipe de curadores que contribuiu com sugestões para definir os indicados à premiação. O grupo foi formado por 32 agentes culturais, entre produtores e artistas locais, que aceitaram o convite e se disponibilizaram a selecionar, junto da equipe Maria Cult, os destaques da cultura santamariense.

“Na primeira edição, as indicações foram todas realizadas pela Maria Cult. Já neste ano, contamos com uma equipe de curadores que nos ajudaram nesse trabalho, a fim de propor um olhar mais técnico sobre as produções e artistas que se destacaram na cidade”, explica o jornalista Deivid Pazatto, coidealizador da Maria Cult, mídia independente de jornalismo cultural.

Os premiados, já revelados, receberão os troféus do 2º Prêmio Maria Cult neste domingo (08/01). A cerimônia presencial será realizada no cinema Arcoplex, do Royal Plaza Shopping, às 18h30. Em seguida, a partir das 20h, ocorre a festa de três anos da Maria Cult, no bar Easy Going, com apresentações dos DJs Ivon Nunes e CÉ-U e da
banda Tela Class.

“Além da celebração, o prêmio tem um peso simbólico. Ele representa toda a potência e diversidade cultural de Santa Maria. Toda a mobilização em torno da 2ª edição mostra o quanto a cidade necessita de mais espaços, para que essas vozes sejam ouvidas, reconhecidas e valorizadas”, destaca Paola Saldanha, coidealizadora da Maria Cult.

SERVIÇO
Entrega do Troféus – 2º Prêmio Maria Cult
– Quando: Domingo (08/01), às 18h30;
– Onde: Cinema Arcoplex – Royal Plaza Shopping.

Festa 3 anos Maria Cult
– Quando: Domingo (08/01), a partir das 19h;
– Onde: Easy Going (Rua Duque de Caxias, nº 984);
– Atrações: DJ Ivon, Tela Class e Cé-u.

 

→ Abaixo, confira a lista completa do resultado do 2º Prêmio Maria Cult:

SEGMENTO: ARTES CÊNICAS
Categoria ARTISTA DESTAQUE – 2.858 votos
– Felipe Mendes (25,9%)
Categoria COMPANHIA – 3.116 votos
– Teatro Por Que Não? (28,7%)
Categoria ESPETÁCULO – 2.636 votos
– Pode Ser Que Seja Só O Leiteiro Lá Fora (Direção Felipe Martinez) (35,9%)

SEGMENTO: ARTES VISUAIS
Categoria ARTISTA DESTAQUE – 2.874 votos
– Rusha (52,8%)

Categoria EXPOSIÇÃO – 2.825 votos
– Restituindo Diálogos (Curadoria Carolina Dutra, Flávia Queiroz e Igor Rosa) (19,1%)

SEGMENTO: AUDIOVISUAL
Categoria CURTA METRAGEM – 2.391 votos
– Verônica (Direção Heitor Leal) (26,3%)

Categoria MÉDIA & LONGA METRAGEM – 2.632 votos
– Quando a Universidade é a Nossa Casa (Direção Cícero Santiago, Elias de Oliveira, Maria
Rita Py Dutra e Esther Faria) (43,0%)

Categoria SÉRIE – 2,155 votos
– O Que Tem Passado (Direção Marcos Borba e Neli Mombelli) (53,2%)

SEGMENTO: DANÇA
Categoria ARTISTA DESTAQUE – 2.976 votos
– Renata Polga (19,2%)

Categoria COMPANHIA – 3.072 votos
– Vintage Dance Studio (22,0%)

Categoria ESPETÁCULO – 2.430 votos
– No Silêncio, até que… (Direção Gisela Mendonça) (37,1%)

SEGMENTO: LITERATURA
Categoria ESCRITOR(A) – 2.851 votos
– Maria Rita Py Dutra (37,6%)

Categoria LIVRO – 2.538 votos
– Todo Amor Vale um Conto (Turma do Café) (21,2%)

SEGMENTO: MÚSICA
Categoria ÁLBUM ou EP – 2.721 votos
– Abrigo (Paola Matos e Erick Corrêa) (23,4%)

Categoria ARTISTA DESTAQUE – 3.014 votos
– Dida Larruscain (19,9%)

Categoria BANDA – 2.995 votos
– Rocksane (17,7%)

Categoria DJ – 2.572 votos
– Lapax (19,0%)

Categoria ESPETÁCULO – 2.867 votos
– O Fantasma In Concert (Orquestra Sinfônica de Santa Maria) (21,3%)

Categoria INSTRUMENTAL – 3.010 votos
– Marina Montero (21,1%)

Categoria MÚSICA – 2.688 votos
– Teu Olhar (Dida Larruscain) (35,8%)

Categoria VIDEOCLIPE – 2.412 votos
– Esperança (Pitto Foliatti) (22,9%)

Categoria VOZ – 2.828 votos
– Paola Matos (22,6%)

ESPECIAL
Categoria AÇÃO CULTURAL – 3.565 votos
– Brique da Vila Belga (33,7%)

Categoria DRAG – 2.317 votos
– Lilly T (24,6%)

Categoria REVELAÇÃO ARTÍSTICA – 2.717 votos
– Vox Circus (30,7%)

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